LG dá mais indícios que deixará mercado de celulares e negocia venda de fábrica no Brasil

Amargando prejuízos há anos, empresa deve se desfazer de sua divisão de dispositivos móveis nos próximos meses.
Reprodução/ TV Vanguarda
Imagem: Reprodução/ TV Vanguarda

Não é de hoje que a LG enfrenta uma situação crítica em sua divisão de dispositivos móveis. Os últimos relatórios financeiros divulgados pela empresa mostram que nem mesmo o lançamento de bons aparelhos, como o LG Velvet, tem sido capaz de estancar a sangria no segmento. Agora, mais um indício sugere que a companhia vai pular fora desse barco — e isso pode ter impacto direto no Brasil.

Segundo o jornal coreano Korea Times (via Tecnoblog), a LG está a um triz de confirmar que vai mesmo se retirar do mercado de smartphones. A decisão vai respingar diretamente nos países em que a empresa atua, o que incluiria pelo menos uma das linhas de produção aqui no Brasil. Mais precisamente, a fábrica da companhia em Taubaté, no interior de São Paulo, deixaria de fabricar produtos para a LG. Uma instalação no Vietnã também seria fechada.

A informação vem de um executivo do alto escalão da indústria que está familiarizado com o assunto. Inicialmente, as fábricas no Brasil e no Vietnã seriam vendidas para o grupo vietnamita Vingroup, mas as negociações não prosseguiram porque a LG não aceitou o valor oferecido pelo conglomerado. Por esse motivo, a sul-coreana estaria à procura de um novo comprador.

Apesar da intenção de venda das duas unidades, a LG prevê manter a propriedade intelectual sobre o design e tecnologia dos celulares. E mesmo que não consiga vender as instalações, a empresa não descarta a ideia de mudar o foco das fábricas atuais: em vez de smartphones, elas passariam a produzir eletrodomésticos, que costumam trazer mais lucros à companhia.

O site O Vale afirma que funcionários da fábrica da LG em Taubaté já discutem quais rumos tomar em meio aos rumores de fechamento da instalação. “O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté informou que se trata, neste momento, apenas de uma movimentação de mercado, sem nada de concreto sobre o futuro da unidade de Taubaté. O sindicato também informou que pediu uma reunião com o CEO da LG para ter informações oficiais sobre o negócio e eventuais reflexos nas operações em Taubaté. Até o momento, o pedido não foi atendido”, diz a publicação.

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Atualmente, a fábrica da LG na cidade do interior paulista emprega cerca de mil pessoas, que produzem celulares, monitores e notebooks. Antes, eram 500 funcionários a mais, que trabalhavam na unidade de linha branca – unidade esta que acabou fechada em 2019.

Embora rumores apontem para o fechamento da fábrica em Taubaté, a LG não teria planos de reduzir ou encerrar suas atividades na unidade na Zona Franca de Manaus, que hoje é voltada para a produção de TVs e outros dispositivos.

Estima-se que as perdas da LG com o setor de smartphones alcançou um prejuízo de US$ 124,9 milhões no terceiro trimestre de 2020. Recentemente, a empresa passou a terceirizar a produção de novos aparelhos móveis para diminuir os custos.

[Korea Times, O Vale]

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