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Liberte o astronauta dentro de você com Space Lander, um recente jogo de… Game Boy?

Em 2012 a Nasa conseguiu um importante avanço para a exploração do espaço com o pouso da sonda Curiosity na superfície de Marte. A notícia foi bastante comentada na época e apesar de cenários como um Mass Effect e outras obras de ficção ainda estarem bem longe da nossa realidade, o fato encantou a todos. […]

Em 2012 a Nasa conseguiu um importante avanço para a exploração do espaço com o pouso da sonda Curiosity na superfície de Marte. A notícia foi bastante comentada na época e apesar de cenários como um Mass Effect e outras obras de ficção ainda estarem bem longe da nossa realidade, o fato encantou a todos. A ideia da humanidade viajando para outros planetas é sempre um tema que chama a atenção das pessoas.

Entre essas pessoas estava o desenvolvedor Luiz Fernando, do estúdio paulista Vortex Game, que usou a ideia do pouso da Curiosity como principal inspiração para Space Lander, um pequeno jogo que foi lançado recentemente para PC, mas que chama mais atenção por se parecer com um jogo de Game Boy.

No jogo, o objetivo é lançar uma aeronave de um planeta ao outro e depois pousá-la. “Toda engenharia envolvida no pouso (do Curiosity) era bem empolgante, por isso resolvemos montar algo que passasse um pouco dessa experiência”, fala Luiz Fernando ao Gizmodo, ao justificar a ideia por trás de Space Lander.

Já a estética de jogo de Game Boy se deve ao fato dele ter nascido na GBJam 2013, uma game jam temática de jogos do portátil da Nintendo (uma versão do protótipo pode ser jogada aqui).

Na época da GBJam, Space Lander era um projeto independente do programador Luiz Fernando, mas logo que ele mostrou a versão prévia do jogo para os outros integrantes da Vortex, a ideia foi abraçada pelo resto do time, que decidiu terminar o game e ainda permanecer na pegada retrô. “A resolução é a mesma do Game Boy e tentamos usar ao máximo as limitações do console”, fala Alexandre Ribeiro, outro membro da Vortex. “Então, paleta de cores, resolução, música e efeitos, até o layer de reflexo e sombra que usamos é um scan da tela do portátil”. Não há como negar que essa caraterística dá todo um charme a mais para o jogo.

Space Lander lida com coisas grandiosas. Viagens espaciais, lançamento de foguetes e exploração de planetas. Porém a própria Vortex admite que o jogo em si é bem despretensioso e foi desenvolvido no tempo livre que eles tinham. Por isso o jogo demorou quase dois anos até ser lançado. “Ele nunca se tornou um projeto de grande prioridade, era só um joguinho que a gente gostou e queria jogar, no fundo era mais um jogo para nós mesmos…”, fala Alexandre Ribeiro.

Jogos que são feitos com essa mentalidade normalmente costumam ter ótimos resultados e com Space Lander não foi diferente. Pudemos jogar um pouco dele e, apesar de parecer simples, ele tem certo de grau de complexidade em sua mecânica que é cativante.

O universo numa casca de Game Boy

Cada partida de Space Lander é dividida em duas etapas. Na primeira, o objetivo é fazer o lançamento de sua nave de um planeta e chegar até outro. O jogo leva em consideração, na medida do possível, os aspectos reais no espaço, principalmente a força gravitacional dos planetas, que puxam a sua nave para perto. Isso é resultado do trabalho da Vortex, que chegou a estudar teorias físicas para criar essa mecânica.

“Embora a gravidade dos planetas [do jogo] não seja exata, ela é baseada nas massas, tamanhos e gravidades reais. Apenas foram escaladas para se adaptar nas características do GameBoy”, explica Luiz Fernando. Ele fala também que cada planeta que aparece no jogo existe no sistema solar e as artes deles foram feitas baseadas em fotos de satélites que o estúdio pesquisou.

Isso tudo leva ao desafio do jogo, em que você deve prestar a atenção na direção, velocidade e o quanto de gasolina a sua nave possui para chegar ao outro lado do mapa.

Ok, essa só foi a primeira parte. Já na segunda, após chegar no outro planeta, é preciso pousar devidamente a nave na superfície, fazendo jus ao nome do jogo. Aí entra o segundo desafio de desviar de montanhas e precipícios até achar a plataforma de pouso, o único local seguro para a nave.

Essa fórmula se repete pelas 21 fases de Space Lander, que vão aumentando o grau de dificuldade, seja com múltiplos planetas pelo caminho ou obstáculos mais tortuosos na hora de pousar. Outro desafio do jogo é saber administrar os jatos do foguete, que gastam gasolina e aceleram ainda mais a nave. Nessas horas é bom lembrar das aulas de física e saber que no espaço não há forças de atrito, o que pode fazer sua nave se perder no meio das estrelas (pixeladas).

Abaixo, uma amostra de como é uma das fases de Space Lander.

Despretensioso como um jogo de Game Boy e ao mesmo tempo divertido e simples como os jogos indies costumam ser, Space Lander nos faz lembrar que para sermos astronautas na época do famoso portátil da Nintendo bastava alguns pixels e imaginação.

Space Lander já está disponível para PC por módicos U$ 0.99. A Vortex justifica o preço pelo fato de o jogo ter surgido de uma game jam, mas quem quiser também pode pagar o valor que desejar por ele. “A ideia foi aproximar o máximo possível de um ‘pague o quanto quiser’”, explica Alexandre Ribeiro.

Quem preferir pode testar a demo grátis de Space Lander, que pode ser baixada no site do jogo. Além disso, a Vortex também iniciou uma campanha no Greenlight para mais esse jogo brasileiro chegar ao Steam.

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