Líder da Samsung é condenado a cinco anos de prisão após escândalo de corrupção

Em uma decisão histórica, a justiça da Coreia do Sul condenou Lee Jae-yong – conhecido como Jay Y. Lee no mundo ocidental – por suborno e peculato nesta sexta-feira (25). Lee foi sentenciado a cinco anos de prisão, e o futuro da liderança da Samsung está em questão. Para os sul-coreanos, o veredito sinaliza uma […]

Em uma decisão histórica, a justiça da Coreia do Sul condenou Lee Jae-yong – conhecido como Jay Y. Lee no mundo ocidental – por suborno e peculato nesta sexta-feira (25). Lee foi sentenciado a cinco anos de prisão, e o futuro da liderança da Samsung está em questão. Para os sul-coreanos, o veredito sinaliza uma nova era na responsabilização de diversas famílias poderosas que controlam mais do que 80% do PIB do país.

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Lee é filho de Lee Kun-hee, atual presidente da Samsung Group, mas que está em coma há cerca de três anos. Desde que seu pai ficou doente, Lee Jae-yong tem sido considerado o verdadeiro líder da empresa. Em janeiro, ele foi preso e acusado de crimes conectados com um grande escândalo de corrupção que levou ao impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-hye em dezembro de 2016. Recentemente, a justiça do país tomou uma posição mais dura em relação à corrupção, e a sentença dada desta vez para Lee provavelmente não aconteceria alguns anos atrás.

Ironicamente, a acusação de suborno que levou o caso para frente está diretamente ligada com o status de Lee como sucessor do trono da Samsung. Na Coreia do Sul, a Samsung é conhecida como uma uma chaebol – algo similar a um conglomerado. Entre as propriedades mais famosas da companhia estão a Samsung Electronics, Samsung Life Insurance e outros negócios que lidam com produtos farmacêuticos e serviços de correios. A Samsung é responsável por cerca de um quinto das exportações da Coreia do Sul. O processo contra Lee envolve US$ 6,4 milhões em subornos e presentes encaminhados por meio de um associado da desastrosa presidente sul-coreana e duas fundações. Para a família Lee garantir a sucessão de sua dinastia, eles precisavam aprovar uma complicada fusão entre a Cheil Industries e Samsung C&T. O Serviço Nacional de Pensão da Coreia do Sul (NPS, na sigla em inglês) possui uma fatia das ações de ambas as companhias e foi o voto crucial para manter o poder de Lee.

O pai de Lee – atual presidente da Samsung – já foi condenado por crimes similares em duas ocasiões passadas, mas no final das contas foi perdoado. De acordo com o New York Times, líderes de seis das dez maiores chaebols já foram condenados por crimes de colarinho branco, mas sempre foram perdoados ou tiveram suas sentenças comutadas. No entanto, o sentimento público nos últimos anos se deslocou para uma convicção de que as chaebols estavam prejudicando as startups e o empreendedorismo do país, além de exercerem muito poder sobre o futuro do país. A certeza para um perdão para Lee está em xeque, dado o clima político e o fato de que o novo presidente, Moon Jae-in, concorreu ao cargo utilizando uma plataforma que prometia punir a corrupção. Apesar da tentativa de recorrer à decisão, será difícil reverter o veredito.

A defesa de Lee articulou o argumento de que ele não estava particularmente envolvido nas operações do dia a dia na Samsung e que os outros quatro executivos da empresa que foram condenados eram os principais culpados. Se é verdade ou não, Lee foi considerado um articulador crucial na estratégia de longo prazo e nas inúmeras relações comerciais que a Samsung mantém em todo o mundo. À medida que a empresa se recupera do desastre com o Galaxy Note 7 e se prepara para lançar o Note 8, a ausência de Lee pode dar início a combates significativos entre aqueles que querem assumir o controle da empresa.

[The New York Times]

Imagem do topo: Getty

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