Líderes da União Europeia pedem que EUA reconsiderem saída da OMS

Líderes da União Européia pediram que os EUA reconsiderem a saída da Organização Mundial da Saúde (OMS) e afirmaram que a "cooperação e solidariedade global por meio de esforços multilaterais" são as únicas formas eficazes e viáveis de vencer a batalha contra o coronavírus.
Bandeira da União Europeia em vários mastros
Crédito: Kenzo Tribouillard/AFP/Getty

Líderes da União Europeia pediram neste sábado (30) que os EUA reconsiderem a saída da Organização Mundial da Saúde (OMS) e afirmaram que a “cooperação e solidariedade global por meio de esforços multilaterais” são as únicas formas eficazes e viáveis de vencer a batalha contra o coronavírus.

Em uma declaração conjunta, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Josep Borrell, o principal diplomata do bloco, disseram que a União Europeia continua a apoiar a OMS em sua resposta ao coronavírus e já forneceu financiamento adicional à organização.

Von der Leyen e Borrell também destacaram que os membros da OMS já haviam concordado com uma avaliação imparcial e independente das lições aprendidas com a pandemia.

“Diante desta ameaça global, agora é o momento para uma maior cooperação e soluções comuns. Ações que enfraqueçam os resultados internacionais devem ser evitadas”, disseram as autoridades do bloco na declaração. “Neste contexto, instamos os EUA a reconsiderar sua anunciada decisão.”

Na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o país iria terminar suas relações com a OMS e redirecionariam os fundos que ela enviam para a organização, que totalizaram US$ 893 milhões durante o período de financiamento de 2018 e 2019, para outras áreas “mundiais e merecedoras” relacionadas à saúde pública.

Durante o anúncio do corte dos laços com a OMS, Trump disse que a China tinha “controle total” sobre a organização, apesar de pagar apenas uma pequena fração do que os Estados Unidos contribuem. O presidente vem acusando a OMS de ajudar o governo chinês a encobrir o início da pandemia.

De acordo com o New York Times, especialistas em saúde pública consideram as acusações do presidente uma forma de desviar a responsabilidade sobre a resposta de seu próprio governo à pandemia, que até agora já causou mais de 100 mil mortes no país.

Antes de cortar os laços com a OMS, Trump congelou o financiamento dos EUA para a organização em abril. Em 18 de maio, ele enviou uma carta na qual deu à agência 30 dias para fazer mudanças substanciais, e disse que o congelamento dos fundos se tornaria permanente se isso não acontecesse. Trump também disse que reconsideraria a adesão dos EUA à organização se não fizessem mudanças. No entanto, o presidente não deu 30 dias para a agência, anunciando que estava retirando os Estados Unidos da OMS menos de duas semanas depois.

Não está claro se o Trump pode retirar os EUA da OMS sem a aprovação do Congresso americano, segundo o NYT, ou quando essa decisão entraria em vigor.

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