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[Lifehacker] Básico de Fotografia parte III: As configurações manuais da sua câmera

Na aula anterior nós abordamos as configurações básicas da sua câmera. Hoje nós iremos partir para a parte divertida: modo manual. Nós iremos aprender os detalhes sobre velocidade do obturador, ISO, e abertura do diafragma, e também a maneira como cada uma dessas configurações afeta suas fotos. Se você estiver acompanhando com a sua câmera […]

Na aula anterior nós abordamos as configurações básicas da sua câmera. Hoje nós iremos partir para a parte divertida: modo manual. Nós iremos aprender os detalhes sobre velocidade do obturador, ISO, e abertura do diafragma, e também a maneira como cada uma dessas configurações afeta suas fotos.

Se você estiver acompanhando com a sua câmera em mãos, assegure-se de colocar no modo manual, para que você possa acessar cada configuração diferente que nós iremos discutir.

Abertura do diafragma

A abertura do diafragma é muitas vezes o conceito mais difícil para as pessoas compreenderem quando elas estão aprendendo como sua câmera funciona, mas é bem simples uma vez que você entende. Se você olhar para as suas lentes, você pode ver a abertura por onde passa a luz. Quando você ajusta a abertura do diafragma, você verá essa abertura ficando maior e menor. Quanto maior a abertura, mais aberto está o diafragma, mais luz passará a cada exposição. Quando menor a abertura, mais fechado está o diafragma, menos luz passará. Por que você iria querer uma abertura do diafragma pequena se uma grande deixa entrar mais luz? Além das situações onde você tem muita luz e não quer deixar passar tanto assim, diminuir a abertura significa que mais partes da foto vão parecer estar em foco. Por exemplo, abrir pouco o diafragma é ótimo para paisagens. Uma abertura mais ampla significa que menos da fotografia estará em foco, o que é algo que é geralmente agradável visualmente e não é visto como uma desvantagem. Se você já viu fotografias com um objeto/modelo em foco e um belo plano de fundo desfocado, isso é geralmente efeito de um diafragma mais aberto (apesar desse não ser o único fator que contribui para conseguir o efeito – lembre-se, lentes teleobjetivas também diminuem a profundidade de campo). Usar um diafragma mais aberto é geralmente considerado o melhor método para deixar entrar mais luz porque a desvantagem – uma parte menor da fotografia ficando em foco – muitas vezes é um resultado desejado.

A abertura do diafragma é representada em f-stops. Um número baixo, como f/1.8, significa uma abertura maior, e um número maior, como f/22, significa uma abertura mais estreita. Lentes muitas vezes são marcadas com a sua maior abertura de diafragma possível. Se você encontrar uma lente que é 50mm f/1.8, isso significa que o seu ponto mais aberto é f/1.8. A abertura do diafragma sempre pode ser ajustada para ficar mais estreita, mas ela não poderá ultrapassar o limite de f/1.8 nessa lente. Algumas lentes colocam o alcance, algo como f/3.5-5.6. Você verá isso em lentes de zoom, e isso significa que quando as lentes diminuem o zoom ao máximo é um f/3.5, quando aumenta o zoom ao máximo, ela pode ter um diafragma tão aberto quanto f/5.6. O meio termo também existe, se você está mais ou menos na metade do alcance do seu zoom você irá ficar com a abertura de diafragma em f/4.5. Uma faixa de abertura do diafragma assim é comum com as lentes de zoom mais baratas, mas se você pagar mais você pode conseguir mais variações de diafragma.

Isso é basicamente tudo que você precisa saber sobre diafragma. O que é importante lembrar é que um diafragma mais aberto, como f/1.8, deixa entrar mais luz e dá menos profundidade de campo (significando que menos partes da foto estarão em foco). Um diafragma mais fechado, como f/22, fornece foco para a foto inteira, mas permite que menos luz entre. Qual abertura de diafragma você deve usar depende da situação e do tipo de lentes que você estiver usando, então teste para ver que efeitos você consegue e você terá uma noção melhor de como as configurações do diafragma afetam suas fotografias.

Velocidade do obturador

Imagem por Digi1080p

Quando você aperta o botão do obturador na sua câmera e tira uma foto, as lâminas do diafragma levam um tempo específico para fechar. Essa quantidade de tempo é conhecida como velocidade do obturador. Geralmente é uma fração de segundo. Se você não estiver capturando nenhum movimento, você pode normalmente usar uma exposição de 1/30 de segundo. Quando você aumenta a velocidade do obturador – a quantidade de tempo que o sensor fica exposto à luz – duas coisas importantes acontecem.

Primeira, é que o sensor é exposto a mais luz porque o diafragma ficou mais tempo aberto. Isso é útil em situações com pouca luz. Segundo, o sensor está sujeito a mais movimento o que causa motion blur. Isso pode acontecer tanto porque o que você está fotografando está em movimento ou porque você não consegue segurar a câmera sem tremer. Isso não é um problema se você estiver fotografando uma paisagem a noite e a câmera está em um tripé, já que nem a câmera nem o que você está fotografando irão se mover. Por outro lado, velocidades baixas do obturador podem ser um problema quando você está fotografando com a câmera na mão e/ou o que você está fotografando está se movendo. Este é o motivo pelo qual você, em 99% das vezes, não vai querer que a velocidade do obturador seja mais devagar do que 1/30 de segundo quando você estiver fotografando sem tripé (a menos que você tenha mãos extremamente firmes).

De modo geral, você irá usar uma velocidade alta do obturador, mas existem várias circunstâncias onde você deve escolher uma velocidade baixa do obturador. Eis aqui alguns exemplos:

1- Você quer motion blur por razões artísticas, como por exemplo, deixar borrada a água corrente enquanto todo o resto fica nítido. Para conseguir isso você precisa usar uma velocidade baixa do obturador como 1/30 de segundo e usar o diafragma mais fechado para prevenir que a foto fique superexposta. Nota: este exemplo é um bom motivo para usar o modo de disparo prioridade do obturador que discutimos na aula passada.

2- Você quer uma fotografia superexposta e potencialmente borrada para fins artísticos.

3- Você está fotografando com pouca luz e é necessário.

4- Você está fotografando com pouca luz e não é necessário, mas você quer reduzir o ruído para o mínimo. Então você ajusta o seu ISO (equivalente à velocidade do filme) para uma configuração baixa e reduz a velocidade do obturador para compensar (e deixa entrar mais luz).

Esses não são os únicos motivos, mas são os mais comuns. A coisa mais importante é lembrar que uma velocidade baixa do obturador significa mais luz e o risco de motion blur. Uma velocidade alta no obturador significa menos risco de motion blur mas em compensação sacrifica um pouco a luz.

ISO

ISO é o equivalente digital (ou aproximado) da velocidade do filme. Se você se lembra de comprar filme para uma câmera comum, você comprava 100 ou 200 para fotos externas e 400 ou 800 para fotos em lugares fechados. Quanto maior a velocidade do filme, mais sensível ele é a luz. Tudo isso ainda se aplica à fotografia digital, mas é chamado de ISO.

Foto por CNET Australia

A vantagem de um ISO baixo é que a luz é representada mais fielmente. Se você já viu fotos tiradas à noite, as luzes muitas vezes parecem muito mais claras e afetando outras partes da foto. Isso é o resultado de uma ISO alta – uma grande sensibilidade à luz. ISOs altas são especialmente úteis para conseguir pegar mais detalhes em uma fotografia escura sem reduzir a velocidade do obturador ou deixando o diafragma mais aberto do que você gostaria, mas isso tem um preço. Além das luzes ficarem muito brilhantes e não-realistas nas suas fotos, ISO alto é um dos fatores que mais contribuem para ruído em fotos. Câmeras high-end terão menos ruído usando ISOs mais altos comparando com câmeras low-end, mas a regra é sempre a mesma: quanto mais você aumenta o ISO, mais ruído terá.

A maioria das câmeras irá ajustar o ISO automaticamente, mesmo no modo manual. Geralmente você pode ficar com a mesma configuração de ISO se a sua iluminação não mudar, então é bom se acostumar a ajustar isso por si mesmo. Dito isto,  às vezes a luz muda bastante em lugares escuros, dentro de casa mesmo, e deixar a câmera ajustar isso automaticamente por você pode ser de grande ajuda – mesmo quando estiver tirando fotos no modo manual.

Combinando as configurações

No modo manual você pode ajustar todas as configurações sozinho (exceto o ISO, se você deixar configurado para automático), então você tem que pensar em todas essas três configurações antes de tirar uma foto. A melhor coisa que você pode fazer para tornar isso mais fácil e acelerar a decisão é dar prioridade a uma das configurações ao decidir qual é mais importante. Você quer garantir pouca profundidade de campo? Então a prioridade é a abertura do diafragma. Você quer garantir uma representação mais realista da luz? Deixe o ISO como sua prioridade. Você quer evitar ao máximo algum efeito de motion blur? Concentre-se primeiro na velocidade do obturador. Uma vez que você define a prioridade, tudo que você precisa fazer é ajustar as outras configurações para o que quer que seja necessário para expor a fotografia à quantidade certa de luz.

No modo manual sua câmera deve deixar você saber se sua foto está sub- ou superexposta fornecendo um pequeno mostrador na parte de baixo (como mostra a figura ao lado). A esquerda é subexposta e o direita está superexposta. Seu objetivo é deixar o mostrador no meio. Uma vez que você fizer isso, tire sua foto e o resultado deve ser exatamente como você quer.

E isso é tudo que você precisa aprender sobre como sua câmera funciona em todos os seus modos. Na próxima aula nós iremos abordar composição e técnica.

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