[Lifehacker] Como levar o seu amor por quadrinhos para a vida digital

Você pode ser um fã de quadrinhos há anos ou estar começando agora. Em ambos os casos você pode achar que ler em formatos digitais é uma experiência mais bacana do que no papel. Por isso, fizemos este guia para quem está querendo entrar no mundo dos quadrinhos digitais. Filmes e músicas em formato digital […]

Você pode ser um fã de quadrinhos há anos ou estar começando agora. Em ambos os casos você pode achar que ler em formatos digitais é uma experiência mais bacana do que no papel. Por isso, fizemos este guia para quem está querendo entrar no mundo dos quadrinhos digitais.

Filmes e músicas em formato digital já são a norma atualmente, mas os quadrinhos não entraram nesses novos tempos com tanta força, e ainda são algo relativamente raro de se deparar. Nem sempre é fácil encontrar uma boa fonte de revistas em formato digital, um bom software de leitura para a sua plataforma em particular, ou uma boa forma de manter tudo organizado. Vamos dar uma olhada aqui em algumas formas de digitalizar o seu hobby, sem que você precise passar horas no Google procurando os caminhos.

Para os propósitos deste guia, vamos nos focar inteiramente em quadrinhos digitais armazenados localmente, e vamos deixar de fora as opções de assinatura online. As grandes marcas como Marvel e DC já têm seus próprios softwares de leitura online, com os seus títulos, mas essa opção não te dá muita liberdade — você fica preso à oferta deles e só pode usar um software específico. Ter os seus quadrinhos armazenados localmente, seja em PDF ou nos cada vez mais populares formatos CBR e CBZ, te permite fazer uma curadoria da sua própria coleção, ler em diversos softwares e plataformas diferentes e manter tudo em uma mesma coleção, não várias.

Por que migrar para o digital?

Ao ler este artigo, você pode achar que isso tudo dá trabalho demais, especialmente se você já tem uma bela coleção de quadrinhos em papel. Mas eu diria que migrar para o digital é uma boa ideia, pelos seguintes motivos:

* Você pode carregar a sua coleção inteira com você o tempo todo: a maior razão para migrar para o digital com os seus quadrinhos é a mesma por que você você não anda mais com o seu antigo discman para ouvir música. Você pode enfiar toneladas de revistas no seu laptop, smartphone ou tablet e tê-las com você em qualquer lugar, sem se preocupar em estragar as suas edições em perfeito estado ou com o peso das edições maiores, em capa dura.

* É fácil ler edições antigas ou fora de circulação: as primeiras edições do Homem Aranha foram reimpressas centenas de vezes, claro, mas se você quiser explorar coisas mais obscuras ou específicas, pode passar muito trabalho (ninguém vai reimprimir a Saga dos Clones, pessoal). É muito mais fácil colocar as suas mãos em material raro, caro, antigo ou limitado de modo digital do que indo atrás das edições físicas. Você terá a oportunidade de ler histórias que de outro modo não poderia, e isso é maravilhoso.

* É mais barato: mesmo quando não forem de graça, você vai pagar sempre bem menos pelas edições digitais de quadrinhos. As edições mais antigas ficam definitivamente caras demais depois de um tempo, e mesmo as edições atuais saem mais caro em papel, justamente pelo fato de que você está pagando pelo papel. Por que pagar o preço de banca atual em uma edição quando se pode pagar o equivalente a 15 dólares por 250 edições?

* É simplesmente melhor de ler: muitos podem discordar comigo aqui, mas eu digo que pode ser bem mais confortável ler quadrinhos em um tablet do que no papel. Claro, é legal ir até a banca ou à sua loja favorita uma vez por semana e abrir os pacotes de edições novas e tudo mais, mas se você está lendo digitalmente, não precisa se preocupar com coisas banais como derrubar farelos nas páginas, rasgar o papel por acidente e coisas coisas assim. O reflexo dos papéis brilhantes atuais também me dá no saco às vezes. Sem contar que é geralmente muito mais fácil puxar o seu laptop ou iPad quando se está atiradão no sofá do que pegar a revista na estante. E dá pra ler no escuro.

Só para deixar bem claro: eu não quero dizer com nada disso que você não deveria nunca mais comprar uma revista em quadrinhos analógica. Eu sei que para muitos fãs nada vai superar a sensação do papel nas mãos, e o orgulho de ter comprado uma edição “lá na época em que ela saiu pela primeira vez”. Eu acho que as duas formas são legais, e apesar de hoje em dia ler praticamente só na tela, não acho que qualquer um “deva” fazer o mesmo. O que eu acho é que não se deve dispensar essa nova possibilidade apenas pelo orgulho velha guarda. Há espaço para as duas formas.

Então vamos lá!

Para entrar no mundo digital dos quadrinhos, você vai precisar de três coisas: uma fonte de quadrinhos, um bom método de organização e algo onde ler as suas edições. A seguir, vou detalhar as melhores soluções que eu encontrei para estas três questões.

Onde conseguir quadrinhos digitais

O formato digital ainda é algo novo para a indústria dos quadrinhos, então você provavelmente vai ter que escarafunchar diferentes lugares para formar a sua coleção (o que, na real, não é muito diferente de colecionar quadrinhos físicos). Estes são alguns dos melhores lugares para conseguir algumas edições:

Direto das editoras

Apesar da maioria das grandes editoras terem migrado para o sistema de assinatura online, muitas ainda oferecem versões gratuitas de algumas das suas edições. Muitas vezes você só vai encontrar edições promocionais ou #1 gratuitamente, mas muitas editoras independentes lançam coleções ou mini-séries inteiras para download, seja de graça ou por um preço baixo.

Esta página está um pouco desatualizada em algumas áreas, mas tem um monte de ótimos caminhos para editoras indepentes, assim como as grandes, que já lançaram quadrinhos online, tanto em Flash quanto em leitores proprietários que eu vou citar abaixo. Não será a sua fonte principal de nada, mas ainda vale a pena dar uma olhada (no mínimo você corre o risco de encontrar alguns títulos novos).

Eu também recomendaria dar uma olhada individualmente em algumas editoras amigas do formato digital, como a Dog Star Comics, Eyemelt, Modern Tales e Graphic Smash. São muitos lugares onde procurar, mas você pode encontrar ótimas agulhas nesse enorme palheiro!

Amazon, eBay e outras lojas online

No que diz respeito às maiores editoras, você pode se impressionar com a quantidade de títulos que você pode encontrar em lojas grandes como a Amazon e o eBay. Uma empresa chamada Git Corp, por exemplo, está com uma parceria a Archie e a Star Trek Comics, e se você procurar na Amazon pelas coisas fora de circulação, vai encontrar coleções incríveis da Marvel, MAD Magazine, National Lampoon, entre outros. Eu tenho quase todas as coleções da Marvel deles, e elas são fantásticas – eles juntaram as primeiras cerca de 500 edições do Homem Aranha, X-Men, Quarteto Fantástico, Vingadores e mais em coleções de DVDs que você pode comprar online. Infelizmente, por estarem fora de circulação, são um pouco mais caras do que costumavam ser (originalmente, custavam cerca de US$ 50), mas às vezes você consegue comprar versões menores por uma merreca, ou encontrar gente vendendo as coleções grandes por bem menos no eBay. De modo geral, se você simplesmente entrar nas grandes lojas digitais e procurar pelos seus títulos favoritos, pode se surpreender com a quantidade de coisas que vai encontrar.

Escaneie as suas próprias

O mais versátil (e trabalhoso) dos métodos é pegar a sua própria coleção e escanear. Se o seu scanner for bons, isso pode levar menos tempo do que você imagina. Não vou entrar em detalhes aqui sobre como fazer isso, mas se você já conhece os formatos CBR ou CBZ, já deve ter uma ideia de como eles funcionam. O CBR e o CBZ são apenas arquivos RAR ou ZIP (respectivamente) com as páginas sequencialmente em formato JPEG. Basta escanear as suas edições página a página, confirmar que os nomes dos arquivos estão na ordem numérica correta, fazer um arquivo RAR e renomeá-lo para CBR. Os softwares de leitura que vou listar abaixo vão conseguir ler este arquivo numa boa. O eHow tem alguns tutoriaizinhos que também podem te ajudar.

BitTorrent

Como sempre, nós não apoiamos a pirataria, mas sabemos alguns de vocês gostam de viver a vida no limite, ou acreditam que não é antiético baixar o quadrinho se se já possuem em algum outro formato. Se você conseguir montar um feed RSS, não precisa nem passar muito trabalho – pode simplesmente conseguir as últimas edições assim que elas forem lançadas online. Você certamente já sabe como usar o BitTorrent, então não vamos explicar de novo — apenas lembre-se de não ser um babaca, de ajudar a indústria que você curte e de não nos culpar se o grande irmão bater na sua porta.

Como organizar a sua coleção

Eu sou obcecado por organização, então eu gosto de fazer com que a minha coleção tenha um estilo de nomenclatura de arquivos que seja unificado, sequencial e de fácil acesso. Quando os seus quadrinhos vêm de tudo quanto é lugar, isso pode ser um pouco difícil. Alguns programas permitem que você atribua metadados aos seus seus arqivos de quadrinhos, assim como o iTunes faz com as suas músicas para organizá-las, mas o meu método favorito ainda é o de organizá-las usando os nomes de arquivos e uma arquitetura de pastas que faça sentido.

Para fazer isso, eu uso este automatizador de fluxo de trabalho no Mac OS. É possível fazer a mesma coisa no Windows com o Ant Renamer. Com eles, você renomeia os seus arquivos em lote, mantendo-os com a mesma convenção de nomenclatura, mas de modo sequencial. Você tem que ter certeza que cada lote já está ao menos em ordem antes de processá-lo, mas isso não deve ser muito difícil.

Como um exemplo rápido, digamos que eu tenho três lotes de quadrinhos dos X-Men, cada um de um local diferente — digamos, um de uma pequena coleção em DVD, outro de uma coleção em DVD de outra fonte, e o outro escaneado por mim mesmo. Eles terão nomes diferentes um do outro, mas os arquivos em cada lote terão nomes similares (mais ou menos). Então eu pego todo o meu primeiro lote, seleciono todos os arquivos e rodo-os no programa de renomeação para que fiquem no meu padrão escolhido: Título (Volume) número (por exemplo: Uncanny X-Men (Volume 1) 123.cbz). Como você vai configurar isso fica por sua conta, mas os programas de renomeação devem ser bem autoexplicativos.

Lendo os seus quadrinhos

Se você está lendo tudo em PDF, o seu leitor de PDFs padrão pode dar conta do recado. Mas há alguns softwares específicos para ler quadrinhos, com recursos especiais e capacidade de ler os formatos CBR e CBZ. A seguir, algumas opções cada plataforma. A lista não é definitiva, mas pode te dar uma boa ideia de por onde começar até achar o melhor para você.

Leitores simples: Se você está procurando por algo simples e rápido, que abre os seus quadrinhos e sai do caminho para que você apenas leia, o Comical é uma boa escolha no Windows. Para Linux, recomendo o Comix, que está nos repositórios do Ubuntu e é similar em termos de recursos. O Comical também existe para Mac OS, mas no sistema da Apple eu recomendaria o FFView, que é similar, mas nativo. Todos estes leitores foram feitos para serem leves, então eles não têm muitos recursos, mas todos têm algumas noas opções de visualizações, como rotacionar tudo em 90 graus (para que você possa virar o laptop como se fosse um livro) e preencher a tela com a página de várias formas.

Bibliotecas: Se você está procurando algo que não apenas sirva para ler, mas também para organizar as suas edições, há algumas boas opções tanto para Mac quanto para Windows. O ComicRack é a dica para Windows. Ele organiza todos os seus arquivos CBZ ou CBR em uma biblioteca a partir da qual você lê-los, e tem suporte básico a PDF também (com um plugin ele fica bem melhor para ler PDFs). Você pode criar listas de leitura como se fossem playlists do iTunes, colocar tags de metadados e compartilhar a sua biblioteca via rede. Já no Mac, a pedida é o ComicBookLover, que é bem similar. Ele tem o lance de compartilhamento, mas em compensação consegue rotacionar a tela automaticamente graças ao acelerômetro do seu MacBook. Ambos estes programas são ótimos tanto para ler quanto para gerenciar sua coleção.

Portáteis: Os usuários de iOS decididamente devem dar uma olhada no ComicZeal, que tem uma versão barata apenas para iPhone e uma universal para iPad e iPhone que é mais cara. Esta versão mais cara custa US$ 8 e, para mim, foi uma das melhores compras na App Store. Ler em um tablet é a melhor experiência para quadrinhos, e o ComicZeal manda muito bem. Você pode navegar com os dedos, dar zoom e rotacionar, e o app também organiza tudo por série e permite ajuste de brilho sem precisar sair dele. Ele também funciona com PDF além de CBR e CBZ, o que é sempre bom. Caso você realmente não queira gastar o dinheiro, o CloudReaders é uma alternativa bacana. Se você não se importa com o preço e tem um aparelho jailbroken, o Jason Chen recomenda o Comic Reader Mobi.

Para Android, o Perfect Viewer é provavelmente a melhor opção. Ele tem uma visualização de estante que é bem bacana, consegue marcar páginas favoritas e já carrega a próxima página e a anterior na memória para virar mais rápido, além de outros recursos legais. O Comic Reader Mobi é uma alternativa muito boa, mas cara. Todas as outras opções que eu testei para Android não foram boas o suficientes para que eu recomendasse.

Espero que este guia tenha dado alguma inspiração para que você consiga dar os primeiros passos nesse mundo, já que a cena ainda não é tão grande quanto a da música ou dos filmes. E para aqueles que já vinham lendo quadrinhos digitalmente, fica o convite: deixe as suas dicas aí nos comentários.

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