[Lifehacker] A teoria de maior produtividade com vários monitores é um mito?

Queridos amigos do Lifehacker, eu sempre ouvi que a tática de múltiplos monitores foi criada para supostamente aumentar a produtividade, mas neste post sobre remodelar sua capacidade de atenção há uma menção, bem breve, que o segundo monitor é um mito. Então qual a explicação? Vários monitores aumentam a produtividade ou não?

Queridos amigos do Lifehacker,

Eu sempre ouvi que a tática de múltiplos monitores foi criada para supostamente aumentar a produtividade, mas neste post sobre remodelar sua capacidade de atenção há uma menção, bem breve, que o segundo monitor é um mito. Então qual a explicação? Vários monitores aumentam a produtividade ou não?

Abraços,

Multiplamente Confuso

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Caro Confuso,

Primeiramente, obrigado por essa ótima pergunta! Nós já lemos várias teses de que múltiplos monitores são uma boa tática para aumentar a produtividade também (nós até já demos algumas dicas de como usar bem múltiplos monitores), então para responder sua pergunta, achamos que o correto seria ouvir a resposta de quem mencionou que o segundo monitor é um mito. Então perguntamos a Clay Johnson da InfoVegan: qual o lance por trás do mito dos dois monitores? Eis o que ele disse:

Administre pixels, não monitores

Meu artigo Como se Focar fez muita gente pensar em exercícios de atenção e como as pessoas podem usar os intervalos dos exercícios para aumentar o foco. Uma coisa que eu mencionei foi bem polêmica – que eu me livrei do segundo monitor. Muitas pessoas discordaram – pessoas que amam seus múltiplos monitores, e que ouviram muitas e muitas vezes que vários monitores “aumentam a produtividade”.

Vamos nos focar na configuração básica da teoria de vários monitores. Simplesmente, de onde surge essa produtividade que é tão comentada?

A primeira pesquisa sobre o assunto que eu encontrei é da Universidade de Utah, em 2003, seguida de uma mais recente, de 2008. Se você conhece os jogos de mercado, você provavelmente pode prever os resultados – o estudo foi patrocinado pela fabricante de monitores NEC. E, surpresa!, o resultado do estudo dizia: compre mais e maiores monitores!

O que é surpreendente é como a imprensa ignorou a parte sobre múltiplos monitores do estudo, quando ele conclui que são pixels, e não monitores, que aumentam a produtividade. É surpreendente também que, enquanto o relatório menciona que há ganho de produtividade em certas atividades com maior espaço de tela real, esse ganho começa a ser sensível em telas de 26 e 30 polegadas, ou em monitores onde a resolução nativa é de 2560×1440 para cima.

Minha opinião: há um número ideal de pixels que você precisa para completar suas atividades. Preocupe-se com esse número, e não com o número de monitores que você tem. Esse valor ideal, para a maioria das pessoas, é 2560×1440. Em 2003 – antes da tela widescreen tornar-se popular – era comum que a junção de dois monitores de LCD de 17" e 20” (2560 pixels em largura) fosse o único caminho aceitável para atingir o número ideal de pixels. Hoje, você pode comprar um monitor de 27” com 2560×1440 pixels junto com um computador por menos de U$ 1.500. Esse número de pixels permite que você faça com maestria a maioria das tarefas – seja ela escrever códigos ou fazer uma depuração, escrever em um blog e ler fontes, ou editar um documento de Excel com dados de outro documento aberto.

Então, seja com múltiplos monitores ou com um grande monitor recheado de pixels, o que você faz quando alcança o número ideal de pixels?

Administrar e lidar com seus pixels é tão importante para aumentar a produtividade como tê-los em mãos. O que torna os múltiplos monitores em algo atraente em partes é a capacidade de administrar múltiplas janelas com mais facilidade – você pode abrir uma grande janela em cada monitor – mas ter habilidade em lidar com janelas é algo necessário seja num monitor de 15” de laptop ou em 4 telas de 24” widescreen. Para Mac, o Divvy é uma ótima ferramenta para isso. O Divvy permite que você crie conjuntos de posições de janelas e associá-las à comandos do teclado. Como jogador que sou, eu criei atalhos de teclado do Divvy como se fosse em um jogo de tiro de primeira pessoa. O Q coloca uma janela no lado esquerdo de cima em 25% da tela, o W faz a janela ocupar a metade de cima da tela. O E joga uma delas para a direita em 25% da tela. A tecla A faz a janela ir para o lado esquerdo da tela, o D faz a mesma coisa para a direita. Z, X e C trabalham na linha de baixo. R, F e V divide as colunas do lado esquerdo em três para eu poder mexer em várias janelas do lado direito enquanto escrevo um código no lado esquero.

Nota do editor: Usuários do Windows podem tentar usar programas parecidos como o WinSplit Revolution ou o Window Manager. Se você é usuário de Mac e não quer pagar pelo Divvy, você pode tentar usar o ShiftIt, que é gratuito e usa código aberto.

Lembre-se: a chave para ter maior concentração é eliminando as distrações. Se por um lado ter muito espaço tem seus benefícios, espaço em excesso só cria locais para mais distrações. Ter seu e-mail, Twitter e MSN pulando em um monitor enquanto você trabalha de verdade em outro dá as mesmas distrações que você teria se trabalhasse em um só. Ter uma lista de tarefas no segundo monitor nada mais é do que um lembrete constante de outras coisas que você poderia estar fazendo ao invés de fazer a atividade atual. Ficar apenas com o que você está trabalhando aberto é um grande modo de manter-se longe de distrações e deixar de fazer as coisas importantes que você tem que fazer.

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E essa é a bem embasada explicação de Clay sobre a questão. Sua experiência e habilidade pode variar dependendo do trabalho que você faz, mas lembre-se dessa explicação quando for comprar mais monitores para trabalhar. Para alguns de vocês o excesso de pixels pode não ser um problema, mas como disse Clay, quanto mais espaço você tem, mais minas de distração você estará potencialmente colocando bem na frente dos seus olhos. Espero que a resposta tenha ajudado!

Abraços,

Lifehacker

Clay Johnson escreve para o InfoVegan.com, um blog sobre dieta de informações e responsabilidade cívica. É conhecido também por ser ex-diretor da Sunlight Labs e da Sunlight Foudation e por ter criado a Blue State Digital – a empresa de tecnologia por trás do site de Barack Obama.

Administre pixels, não monitores [InfoVegan]

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