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A lua vulcânica de Júpiter continua surpreendendo os cientistas

Cientistas publicaram nos últimos cinco anos observações da lua vulcânica de Júpiter Io, revelando quão estranha ela é. Eles até descreveram um vulcão que poderia influenciar a órbita da lua. Io é a quarta lua de Júpiter e com um objeto vulcânico mais ativo do sistema solar. Os cinco anos de observações em infravermelho vão […]

Lua Io, de Júpiter

Lua Io, vista pela espaçonave Galileo da NASA, em 1999. Crédito: NASA/JPL/University of Arizona

Cientistas publicaram nos últimos cinco anos observações da lua vulcânica de Júpiter Io, revelando quão estranha ela é. Eles até descreveram um vulcão que poderia influenciar a órbita da lua.

Io é a quarta lua de Júpiter e com um objeto vulcânico mais ativo do sistema solar. Os cinco anos de observações em infravermelho vão contra as modelagens dos cientistas sobre o planeta — todas as erupções mais brilhantes parecem ocorrer apenas em um dos hemisférios da Io, por exemplo. A atividade vulcânica extrema de Io faz com que ela seja um alvo primário de observações de astrônomos.

“Queremos entender a atividade vulcânica de forma mais geral, em vez de uma perspectiva terráquea. Então, a Io é o lugar para se estudar em temos de como ela é geologicamente ativa”, disse Katherine de Kleer, professora assistente de ciência planetária da Caltech, ao Gizmodo.

Os vulcões da Io são um mistério há tempos. Eles parecem estar espalhados de uma maneiras menos aleatória através da superfície, com menos vulcões nos polos ou em partes da lua que ficam de frente para Júpiter (como a nossa própria Lua, um lado de Io sempre está voltado para Júpiter). Os pesquisadores observaram Io por um total de 271 noites entre 2013 e 2018, usando os telescópios Keck e Gemini North, ambos em Mauna Kea, no Havaí. Durante o processo, os pesquisadores capturaram várias novas erupções e novos pontos de acesso, além de 113 flashes do mais poderoso vulcão de Io, o Loki Patera.

A análise inicial da equipe, publicada no The Astrophysical Journal, já revelou que as erupções do planeta são geralmente quentes, pouco abaixo de 1.000 graus Fahrenheit (aproximadamente 537 graus Celsius). E todas as erupções mais brilhantes aconteceram nos hemisférios que estão voltados para longe da direção que Io percorre em torno de Júpiter, embora a quantidade geral total de energia liberada durante as erupções fosse a mesma em ambos os lados da lua. Este resultado não foi bem explicado por previsões teóricas da Io, disse De Kleer.

De Kleer também liderou uma segunda análise do comportamento de Loki Patera de 1987 a 2018. Estes resultados, publicados no Geophysical Research Letter, parecem demonstrar que as variações na atividade do vulcão se correlacionam com as mudanças na órbita de Io; a lua orbita Júpiter a cada 1,77 dias, mas a orientação muda a cada 480 dias. Isso oferece algumas evidências de que o comportamento do vulcão está ligado à atração gravitacional de Júpiter. Mas De Kleer disse ao Gizmodo que esses resultados ainda são preliminares, e que algumas previsões podem ser testadas com mais dados para provar a hipótese.

É interessante saber sobre o funcionamento de uma lua distante, mas também há algumas coisas que ela pode nos dizer sobre a Terra, afirmou a pesquisadora. A atividade vulcânica em Júpiter apresenta temperatura mais alta que a Terra com mais magma, mas tem similaridades com a atividade vulcânica presente na Terra durante sua história inicial. Io nos dá uma ideia dos processos que formam planetas e luas, e como eles são alterados por seus ambientes.

Os pesquisadores esperam obter mais observações de Io e adicionar dados de missões complementares, como a Juno. Talvez, os pesquisadores um dia conseguirão uma espaçonave para visitar a lua e ver uma erupção com os próprios olhos.

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