O Mac Mini é o Mac mais fantástico que nunca foi, sempre um pouco caro demais e/ou um pouco pobre de recursos para ser perfeito. Desta vez ele está mais perto da perfeição do que nunca – mas ainda desaponta.
Claro, um preço de US$ 500 seria ótimo. Mas, se não podemos ter isso, que tal pelo menos saída HDMI? A Dell, a Acer e outras agora vendem pequeninos desktops com saídas HDMI – alguns têm até tocadores de Blu-ray. É bem a coisa certa a fazer neste momento, mas a Apple não a fez. Isso não é surpresa: a Apple é mais lenta para adotar padrões populares nos PCs, como USB 2.0, gravador de CD e drive de Blu-ray. E a própria empresa é inflexível na questão de o Mini ser visto como uma máquina desktop, não um PC de entretenimento. Algumas pessoas acreditam que a Apple deixa o HDMI fora do Mini para proteger a Apple TV, que tem HDMI. Se for verdade, é triste, porque nesse caso a Apple TV simplesmente não seria boa o suficiente para se proteger de outro produto.
Todos nós podemos concordar que é legal ter um Mac razoavelmente acessível no universo, e a maioria de nós pode concordar com a decisão da Apple de não redesenhar a carcaça externa do negócio – ela ainda é atrativamente simples. Mas eu quero um Mac Mini na minha sala de estar, e eu o quero conectado a uma TV de tela fina de 50 polegadas. Com um cabo. Por que isso é errado?
A boa notícia é que o novo Mac Mini é uma valiosa pequena fera. Apesar de seu aparentemente fraco processador dual-core a 2 GHz, ele suporta a maioria das coisas básicas que lhe são jogadas. A principal coisa do redesign interno do Mac Mini é a união do Core 2 Duo com a solução gráfica integrada da Nvidia, e eu tenho que dizer, ela parece funcionar bem. É o mesmo chipset GeForce 9400M que temos no MacBook, no MacBook Pro e, não coincidentemente, no novo iMac, e quando o negócio é renderizar filmes 1080p e jogar um pouco de Quake 4 em um monitor de 24”, ele se sai bem.
Ele se sai bem quando há RAM suficiente, isso sim. O pente extra de 1 GB dobra a memória compartilhada da 9400M de 128 MB para 256 MB, e ao jogar games você percebe isso nas texturas e na fluidez dos movimentos. É difícil distinguir nas fotos abaixo, mas as texturas de Quake 4 no Mini com 2 GB são muito mais próximas àquelas no novo iMac, que é bem mais poderoso, com um processador dual-core a 2,66 GHz e 4 GB de RAM.
Demo do Quake 4
Mac Mini com 1 GB de RAM vs. iMac 2009
Mac Mini com 2 GB de RAM vs. iMac 2009
Ninguém usará o Mini como sua máquina de games primária – como você pode ver nos meus testes com o Xbench e o Geekbench, as duas configurações do Mini sempre perdem para sistemas Mac mais caros, e em muitos testes saíram-se igual ou pior do que seus predecessores – mas, com o Core 2 Duo e a 9400M, é um computador sólido.
Resultados dos testes com o Xbench
Resultados dos testes com o Geekbench
A melhor notícia é que não há uma boa razão para comprar a configuração mais cara, de US$ 800. A configuração de US$ 600 vem com o mesmo processador e gravador de DVD. Como eu insinuei, você deve aumentar a RAM para 2 GB por US$ 50 a mais, mas ainda assim, seu total não deve exceder US$ 650. Infelizmente, a partir desta análise interna e da conversa que eu tive com a Apple, eles intencionalmente dificultaram as coisas para quem quiser fazer o upgrade por conta própria.
Nesse ponto, tudo o que o modelo de US$ 800 tem de vantagem é um disco rígido de 320 GB, e ninguém paga US$ 150 por um irrisório bônus de armazenamento de 160 GB. Ir de um drive de 160 GB a um de 320 GB é como ir de 60 km/h a 80 km/h em uma estrada de 100 km/h. Compre um drive externo – levei apenas quatro segundos para ver este Iomega Prestige de 1 TB da Amazon por US$ 117! Esse Mini tem cinco malditas portas USB 2.0 – não tenhamos medo de ocupar uma ou duas.
Meus sentimentos em relação ao Mini terminam por ficar meio bagunçados. Agora ele é poderoso o suficiente para ser um bom servidor e ripador de filmes (que pode ser sincronizado com o iPod), com a experiência Front Row, que eu posso controlar do sofá. Posso até configurá-lo sem distorcer meu cérebro, mas seriam muitos comprometimentos.
Por exemplo, teria que usar um cabo Y para saída estéreo analógica ou um cabo óptico Toslink-para-Mini-Toslink para conectá-lo a um receiver e ter som surround. Também teria que usar um adaptador de vídeo de algum tipo. Muitas TVs tem entradas DVI ou VGA e todas agora têm HDMI, então é possível comprar vários adaptadores, como um Mini-DVI-para-HDMI ou mesmo um Mini DisplayPort-para-HDMI.
Mas você percebe aonde estou chegando, certo? Não importa o quanto a Monoprice é fantástica em cabos e adaptadores e coisa e tal, isso é tudo espaguete de que o Mini não deveria precisar. Apple: onde está o bendito HDMI? Vocês colocam não uma, mas duas saídas de vídeo nesse negócio, e ainda assim eu preciso de um adaptador para plugá-lo a qualquer coisa que não seja um adaptador da Apple de US$ 900. Sim, obrigado por incluir esse adaptador Mini-DVI-para-DVI na caixa, mas tenho certeza de que isso apenas prova o meu ponto. [Apple]
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