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Made in Brazil De agora em diante, chamarei os novos plugues de tridente do capeta

  Está vendo esses dois adaptadores de tomada copulando? Eles parecem uma nave estelar do Império, e são igualmente do Lado Negro. Eles são o macho e a fêmea (ou o ativo e o passivo) do novo padrão de tomadas brasileiro. Eles custam caro, são grandes e sem sentido, a não ser que você seja dono de uma empresa fabricante de tomadas.

Está vendo esses dois adaptadores de tomada copulando? Eles parecem uma nave estelar do Império, e são igualmente do Lado Negro. Eles são o macho e a fêmea (ou o ativo e o passivo) do novo padrão de tomadas brasileiro. Eles custam caro, são grandes e sem sentido, a não ser que você seja dono de uma empresa fabricante de tomadas.

Eu e minha namorada tivemos a brilhante ideia de começar uma reforma no apartamento em janeiro. Desde o dia 1°, as vendas das tomadas antigas estão proibidas. Para mexer na parte elétrica, só achei as tomadas novas em todos os lugares que procurei. Obviamente, todos os meus eletrônicos antigos são incompatíveis. O problema é que os adaptadores custam mais de R$ 10. Fantástico. 

Até pouco tempo atrás, as tomadas brasileiras eram das mais versáteis do mundo. Você poderia comprar um equipamento de informática com 3 pinos ou um eletrônico americano de pinos chatos e tudo encaixava. Isso, para as agências de normatização (tipo a ABNT, que gostam, enfim, de normas), era um problema. Agora a coisa mudou. Tudo bem que os plugues antigos duplos redondinhos, os mais comuns, funcionam no novo padrão. Mas eles não são a maioria na minha casa. 

As TVs, estabilizadores, fontes de notebook, cabo de força do videogame, microondas… Todos os meus plugues, com exceção do liquidificador, são ou de 3 pinos ou 2 chatos. Agora, tenho duas opções: ou uso um monte de réguas e extensões ou distribuo adaptadores, que são caros. Nenhuma das opções me satisfaz.  

A desculpa do novo padrão (que na verdade foi decidido lá no ano 2000), absolutamente exclusivo do Brasil, é deixar tudo mais seguro. O buraco é literalmente mais profundo, o que torna difícil que uma pessoa tome choque ao tirar algo da tomada. Outra vantagem é que o terceiro buraco é usado para aterramento. O problema é que no meu prédio e em vários outros mais antigos não há essa opção, e ele continua sendo sem sentido.

Estou sendo dramático demais para uma coisa teoricamente boa no longo prazo? Pode ser, mas como eu vou continuar comprando eletrônicos importados sempre que conseguir (obrigado pelos impostos), terei uma coleção eterna de adaptadores. Um problema que está sendo criado agora. 

Para o Inmetro, as pessoas dificilmente vão se preocupar com um novo padrão, já que provavelmente apenas os eletrodomésticos que consomem muita energia, como geladeiras e microondas, usem o novo padrão com 3 pinos – o que fará com que as pessoas, teoricamente, precisem trocar poucas tomadas. Mas para quem, como eu, está reformando a casa e gastando um dinheiro que não estava no orçamento (as tomadas antigas eram definitivamente mais baratas), os três pinos são a visão do tridente do capeta.

Mais fotos e informações técnicas na Abril e Inovação Tecnológica.

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