Made in Brazil Internet via rede elétrica é regulamentada pela Aneel

Nesta terça, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou o texto que regulamenta a internet banda larga por rede elétrica no Brasil, através da tecnologia conhecida como PLC (Power Line Communications). Sua internet pode ficar mais barata, quem sabe até sua conta de luz — mas você vai ter que esperar um pouco pra ligar seu modem na tomada.

Nesta terça, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou o texto que regulamenta a internet banda larga por rede elétrica no Brasil, através da tecnologia conhecida como PLC (Power Line Communications). Sua internet pode ficar mais barata, quem sabe até sua conta de luz — mas você vai ter que esperar um pouco pra ligar seu modem na tomada.

Sim, você precisa ligar um modem direto na tomada! Através do PLC, o modem recebe as informações através da rede elétrica — e não da eletricidade: afinal, os dados navegam no cobre dos fios. Mas, fora o modem novo, nada muda para você: não são necessárias alterações na sua rede elétrica, a menos que ela esteja danificada.

Com a regulamentação, evita-se que as concessionárias de energia deixem a qualidade do serviço cair, se quiserem oferecer internet: elas precisam criar uma subsidiária para oferecer internet — separando os negócios de internet e energia — e não podem deixar que o serviço de energia elétrica piore. Já que o consumo de banda de muita gente (e, acredito, o seu também) é bem alto, espero que ninguém cause blecautes baixando, sei lá, os arquivos de todos os torrents do Pirate Bay. Ok, na verdade isso não é possível. Mas o contrário rola: se a rede elétrica não estiver boa, ligar o liquidificador pode zoar seu vídeo no Youtube.

Mas será que a internet via rede elétrica vai custar menos que as outras opções? Bem, o preço do serviço ainda não está definido, mas a Aneel diz que são necessários poucos investimentos na rede elétrica para viabilizar o negócio. O que a tecnologia PLC faz é melhorar o alcance das provedoras de acesso atuais. A maior parte do Brasil tem energia elétrica, mas na prática o sinal de internet não viaja, digamos, de São Paulo até o interior de Mato Grosso do Sul por cabos de alta tensão. Com a tecnologia atual não é possível (na verdade é, mas é proibitivo) que o sinal de internet passe por redes de alta, média e baixa tensão. O que rola então é a internet chegar até um prédio ou um condomínio por vias normais (fibra ótica ou rádio, como aconteceu no projeto piloto em Barreirinhas) e então ser distribuído por rede elétrica.

Como as concessionárias poderão alugar suas redes para fornecer internet, a Aneel acredita que parte do dinheiro adquirido do serviço de internet pode servir para baixar as tarifas de energia elétrica. Eu não acredito muito nisso, não: concessionárias são monopólios, você não pode escolher qual empresa vai fornecer energia pra sua casa, então por que elas iriam querer oferecer esse tipo de vantagens aos clientes? Existe sempre um certo otimismo no Brasil na hora de regulamentar serviços, mas pouca coisa vira mesmo realidade.

Mesmo assim, estou bastante animado! Não bastasse internet a até 20Mbps no download e upload — porque as velocidades up e down são iguais no PLC —, a rede elétrica também poderá transportar TV por assinatura! Só que teremos que esperar um pouco: não só a tecnologia de transmissão de dados por rede elétrica não é desenvolvida no Brasil, como tudo depende da vontade das concessionárias de energia. Espera-se, no entanto, que existam ofertas de internet pela rede elétrica já no ano que vem. [G1]

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