Made in Brazil Pré-sal? O combustível dos carros do futuro está embaixo do sal, na Bolívia

Do iPhone ao m17x, há diversos exemplos que a capacidade das baterias não tem acompanhado o desenvolvimento dos gadgets. Por isso que baterias com nova composição química são necessárias: a era do níquel-cádmio já se foi e a bola da vez é o lítio. Na verdade, não é exagero dizer que o futuro de coisas como carros elétricos depende do lítio. E como o petróleo, ele é um recurso finito na natureza: e 50% das reservas conhecidas do mundo estão neste lugar da foto, intocadas, no Salar de Uyuni, Bolívia. O problema é que nosso vizinho não está com muita pressa de extrair o novo ouro de lá. E não quer ajuda.

Do iPhone ao m17x, há diversos exemplos que a capacidade das baterias não tem acompanhado o desenvolvimento dos gadgets. Por isso que baterias com nova composição química são necessárias: a era do níquel-cádmio já se foi e a bola da vez é o lítio. Na verdade, não é exagero dizer que o futuro de coisas como carros elétricos depende do lítio. Como o petróleo, ele é um recurso finito na natureza: e 50% das reservas conhecidas do mundo estão neste lugar da foto, intocadas, no Salar de Uyuni (Bolívia). O problema é que nosso vizinho não está com muita pressa de extrair o novo ouro de lá. E não quer ajuda.

Em reportagem que está na última edição da revista Galileu, o fotorrepórter Enrico Fantoni foi lá ver como anda a movimentação na maior Planície Salgada do Mundo (12 mil km²) para começar a extração. A primeira fábrica, agendada para estar em funcionamento em novembro, está longe de sair do chão. Falta até a primeira fase do projeto: um alojamento para os 70 operário lá instalados, já que o lugar, a 3.760 metros de altitude, tem temperaturas que chegam a -25º C.

Chile, Argentina e Bolívia têm 75% das reservas de lítio. A extração nos países é dominada por empresas estrangeiras, como a americana FMC Lithium, que faz a exploração na Argentina. Evo Morales não quer nenhuma interferência estrangeira e sonha em não só extrair lítio, mas fazer as baterias lá mesmo. Mas a verdade é que não tem dinheiro e know-how para começar. Um líder sindical disse à Galileu: "Não nos interessa dar concessão a empresas estrangeiras que nos deixam apenas as migalhas da ganância e todos os problemas ambientais". E, depois do fechamento e estatização de exploradoras de gás, nem sei se há tanta gente disposta ao risco.

Pela cotação de hoje, as 100 milhões de toneladas de lítio abaixo do Salar de Uyuni renderiam 550 bilhões de dólares. Seria um bocado de dinheiro para a região de Potosi, a mais pobre do país mais pobre de América do Sul. Economistas já avisaram que se não começar a exploração por lá ou acharem outras fontes, o preço de gadgets pode subir, já que 800 milhões de telefones celulares fabricados anualmente dependem de lítio para o funcionamento. O futuro está no sal ou abaixo dele?

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