Made in Brazil [Review] BlackBerry Curve 8900

A Research in Motion adicionou este ano o mais discreto dos smartphones com full Qwerty à sua linha: o BlackBerry Curve 8900. O aparelho é leve, não faz volume no bolso e é discreto, mas está longe de ser um smartphone simples. Design melhorado, sistema operacional moderno, multitarefa — mas falta o 3G. Testamos o aparelho por duas semanas para ver se ele realmente merece a fama, ou se é só para entusiastas da frutinha (a Blackberry, no caso).

A Research in Motion adicionou este ano o mais discreto dos smartphones com full Qwerty à sua linha: o BlackBerry Curve 8900. O aparelho é leve, não faz volume no bolso e é discreto, mas está longe de ser um smartphone simples. Design melhorado, sistema operacional moderno, multitarefa — mas falta o 3G. Testamos o aparelho por duas semanas para ver se ele realmente merece a fama, ou se é só para entusiastas da frutinha (a Blackberry, no caso).

O aparelho

O Curve pesa apenas 110 gramas, pouco para um BlackBerry, e é o mais fino smartphone lançado pela RIM até agora: 13,5 mm. O visual do Curve 8900 recebe algumas melhorias vistas no BlackBerry Bold: as teclas levemente inclinadas, para ajudar na digitação, e o botão para travar o teclado, na parte de cima — chega de caçar o cadeado no menu! A trackball foi renovada: está menor e menos solta que nos modelos anteriores.

Teclado

É possível digitar com uma só mão no Curve, mas vê-se que ele foi feito para usar as duas: a digitação fica muito mais eficiente usando as duas mãos. As teclas são duras e pequenas, não grandes e de borracha como no Bold, mas tive poucos problemas ao digitar — e quando tive, pude contar (quase sempre) com a correção automática.

O teclado, aliás, parece um pouco solto: empurre para cima e para baixo, e ele se move com certa facilidade. A tampa traseira, pouco fixa, pode incomodar. Isso me desanimou um pouco, em nenhum dos meus dumbphones acontece isso. Mas demorei para perceber isso, e não ligo mais.

Tela

Quanto à tela, o Curve impressiona: com resolução 480×360 (half VGA), as cores são vivas e têm bom contraste — é um prazer olhar para a tela do Curve. A iluminação da tela, no entanto, prejudica um pouco essa experiência: a luz muda automaticamente, às vezes fica fraca demais, às vezes muito forte, e não dá pra controlar.

Bateria

A duração da bateria é boa — para um smartphone: sempre durou pelo menos um dia com uso intenso e Wi-Fi ligado, e quatro dias com pouco uso. A bateria duraria menos se o Curve tivesse 3G — mas ele não tem. A RIM deixou a conexão em 3G para o Bold.

Conectividade

O Wi-Fi compensa um pouco a ausência do 3G: mesmo com sinal fraco, as páginas carregam rápido e o serviço não sofre instabilidade. No entanto, se você não puder acessar uma rede sem fio onde você estiver, azar. E o Bluetooth é ótimo para enviar arquivos; receber, nem tanto — não consegui receber nada via Bluetooth, mesmo emparelhando ou configurando o Curve para ouvir outros aparelhos.

Aliás, faz muita falta um gerenciador de arquivos no Curve: com cartão de memória de 1GB, senti-me compelido a levar de tudo no aparelho — só foi difícil achar os arquivos sem abrir o programa correspondente antes. E a conexão com o PC é meio desajeitada: o gerenciador de arquivos no computador é complicado de usar. Mas, como o Curve é visto como um pendrive depois de instalado os drivers do aparelho, basta acessá-lo pelo Windows Explorer.

Internet

O navegador do BlackBerry é razoável: abriu direito as três páginas de teste (Google, Terra e Giz), mas não roda bem Javascript nem possui Flash.

Para ver uma parte da página, basta dar zoom clicando com a trackball. No Terra e no Giz, a navegação com zoom não é fluida: role a trackball para baixo e o Curve não responde, ou rola para baixo mas não mostra nada — e depois renderiza a página. E se você vai para baixo e depois volta para cima, o Curve renderiza aquela parte da página de novo. Mas, em páginas pequenas (como no Google ou no Terra Mobile), a navegação é boa.

O tempo de carregamento muda bastante com EDGE e com Wi-Fi. Nos testes que fizemos — carregar 3 vezes cada página, Javascript desligado, mostrando imagens, limpando o cache a cada visita —, as páginas carregam até três vezes mais rápido por Wi-Fi que pela internet 2G. Esperar mais de um minuto pra começar a ler o Giz… melhor desligar as imagens! E nem pense em ligar o Javascript: esperei 2min15s para carregar o portal Terra em EDGE e a os scripts nem funcionaram.

Claro, tudo depende da operadora e da intensidade do sinal (tanto do celular como do Wi-Fi). Mas não espere carregamento super-rápido de rede 3G, mesmo no Wi-Fi.

Sistema operacional atualizado

O BlackBerry OS recebe um visual moderno, com ícones maiores e fonte padrão melhorada: não cansei ao ler e-mails longos, como acontecia no BlackBerry Curve 8300. E, com a nova cara, não parece que você está usando um smartphone de 2005.

E-Mail e messaging

E o e-mail, principal função do BlackBerry? É relativamente fácil de configurar: com poucos cliques e inserindo login e senha, você passa a receber e-mails rapidamente. Não há muita novidade neste departamento, além de e-mails em HTML e uma fonte muito melhor para ler. Usei uma conta do Gmail, e não tive grandes problemas: o único inconveniente foi receber e-mails que arquivo por padrão na caixa de entrada do Curve. Os chats do Google Talk e do Windows Live Messenger aparecem junto aos e-mails, então não precisa caçar o programa para ver se chegou mensagem.

Multimídia

O BlackBerry geralmente é pouco usado para funções multimídia — e com motivo: a qualidade do som não se destaca no Curve, nem no alto-falante, nem nos fones de ouvido. Os vídeos, no entanto, aproveitam a tela brilhante do Curve. A câmera, de 3.2 MP com flash e autofoco, tira fotos razoáveis, nada melhores que meu dumbphone Sony Ericsson W302 com câmera de 2MP (compare: foto do Curve x foto do W302). O botão para acesso à câmera requer pressão para funcionar, talvez para evitar que seja ativada por acidente — você pode interromper o que está fazendo, tirar fotos e voltar ao trabalho.

Multitarefa e aplicativos

E quanto à multitarefa, o BlackBerry dá um show: permite rodar mais de um programa por vez, e não perde velocidade mesmo com vários rodando. Deixo abertos 7 programas enquanto escuto música e navego na internet pelo browser do aparelho por Wi-Fi, e o Curve continua rápido. Alternar entre os programas, no entanto, é um problema: não há jeito de saber quais programas foram deixados abertos (tal como as cartas do Palm Pre), o que pode causar desperdício de memória — e bateria.

Dos aplicativos do Curve, o destaque é o Documents to Go, para ver e editar documentos Office. A oferta de aplicativos para BlackBerry é pequena, dado que o Brasil ainda não tem acesso ao BlackBerry AppWorld. Se você quiser programas, vai ter que procurar no Google ou no BlackBerry World.

Chamadas

O BlackBerry também faz ligações! Nada excepcional; e no alto-falante o som tem um pouco de ruído. É fácil achar contatos, basta digitar o nome da pessoa na tela inicial. Chato que não dá para editar um número de telefone antes de discar: preciso digitá-lo de novo ou copiá-lo para então colar e alterar. A discagem por voz me entendeu sem falhas, tanto em casa como no meio do trânsito da Faria Lima — só tomei o cuidado de falar cada algarismo, nada de falar "oitenta vinte doze quarenta".

Outras funções

A função Pesquisar do Curve, similar ao Spotlight Search do iPhone, varre mensagens, calendário, catálogo de endereços, tarefas e mensagens do BlackBerry Messenger — mas não procura chats do GTalk ou Live Messenger, e nem busca arquivos. E o Curve tem mapas e GPS, mas não consegui usar nenhum dos dois. Tive que contar com a triangulação no Google Maps para achar onde estou.

Preço

O BlackBerry Curve 8900 tem preço salgado: sai por R$2.729,00 no pré-pago da TIM, ou R$2.179,00 no plano pós-pago de 300 minutos mais pacote de dados (megabytes ilimitados, velocidade até 300 Kbps). Na Claro, o Curve 8900 custa R$799,00 no plano de 300 minutos mais 500 MB, ou R$1.899,00 no pré-pago, bloqueado. É caro: um smartphone comparável, o Nokia E71, sai por R$1.299,00 desbloqueado. Segundo a Research in Motion, o Curve só é vendido através de operadoras — ou seja, geralmente virá bloqueado. Mas, se você curte os aparelhos BlackBerry, o Curve é uma boa pedida.

Conclusão

Teclado full QWERTY fácil de digitar com uma ou duas mãos

E-Mail continua prático e melhor que em outros smartphones

Multitarefa arrebenta! Só falta um gerenciador de programas abertos

Celular não causa "efeito berinjela" na calça

Tela é linda, mas iluminação atrapalha

Fotos e vídeo não impressionam, mesmo com a câmera de 3.2MP

Como telefone, não faz nada de mais; tem boa discagem de voz, mas falta edição do número do telefone

Como assim, não tem 3G??

Inserir e gerenciar arquivos na memória do BlackBerry é muito complicado

Ainda não há AppWorld no Brasil

 Caro, mais pra quem curte BlackBerry mesmo

 

Especificações técnicas:

2G Network – GSM 850 / 900 / 1800 / 1900

Display TFT, 65K cores, 480 x 360 pixels, 2,4 poelgadas

Teclado full QWERTY e trackball

Memória microSD (TransFlash) até 16 GB

Bluetooth 2.0 com A2DP

EDGE

Wi-Fi 802.11b/g

GPS, aGPS

Câmera de 3.2 MP, 2048 x 1536 pixels, com flash e autofoco

Filma a 240 x 180 pixels

Suporta MP3, AAC, WMA, MPEG4 H.236 e DivX

Bateria de lítio de 1400 mAh (356h stand-by e 5,5h de conversação)

Comandos por voz

Dimensões e peso:

Largura: 60 mm

Altura: 109 mm

Profundidade: 113,5 mm

Peso: 110 gramas

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas