Onze usinas hidrelétricas, duas termelétricas, 19.227,5 km de linhas de transmissão e 46 subestações formam a Furnas Centrais Elétricas S.A, empresa vinculada ao ministério de Minas e Energia e controlada pela Eletrobrás. Ela é a responsável pela transmissão da energia gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu ao Sul e ao Sudeste.
Segundo nota divulgada pela Itaipu Binacional, o apagão não teve origem na usina:
A hipótese mais provável é que tenha havido algum acidente que afetou um ou mais pontos do sistema de transmissão, inclusive o de Furnas, responsável por levar a energia de Itaipu para o Sul e Sudeste, acidente este que provocou outros, fenômeno que se costuma chamar de efeito dominó.
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Imediatamente após o blecaute, a usina de Itaipu estava com suas máquinas ligadas, girando no vazio, porém, sem possibilidade de transmitir energia, pois as linhas de transmissão que conectam Itaipu ao sistema brasileiro estavam desligadas.
O secretário-executivo do ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, corrobora essa versão e acrescenta que a causa do problema foi o desligamento de três linhas de transmissão, especificamente: duas que ligam Ivaiporã (PR) a Itaberá (SP), e outra que liga Itaberá a Tijuco Preto (SP). Isso causou o primeiro desligamento completo de Itaipu, o que afetou também o Paraguai.
O sistema Furnas pode ser dividido entre parque gerador (usinas) e sistema de transmissão (linhas e subestações). Deste, fazem parte as três linhas afetadas e as subestações de Ivaiporã, Itaberá e Tijuco Preto. Veja o esquema abaixo (clique para ampliar):
Dos 176 mil km de linhas de transmissão no Brasil, 19.277,5 km são de Furnas. Sua rede passa por oito Estados e o Distrito Federal.
O sistema de transmissão de Itaipu operado por Furnas é formado por cinco linhas que cruzam 900 km do Paraná a São Paulo – três em corrente alternada de 750 kV e duas em corrente contínua de ± 600 kV – e ligam a usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
No SIN, diferentes usinas e sistemas elétricos são interligados e interdependentes, o que permite uma troca de energia entre várias regiões do país e custos operativos mais baixos. Por outro lado, isso pode facilitar uma reação em cadeia a partir de um problema como o de ontem. O SIN cobre quase todo o Brasil – apenas parte da região Norte encontra-se isolada.
Segundo nota de Furnas, os circuitos e torres de transmissão não sofreram danos e operam normalmente, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) investiga as causas do apagão. “As informações sobre o evento ainda estão sendo coletadas e processadas e, portanto, qualquer diagnóstico neste momento é puramente especulativo”, diz a empresa. [UOL, Estadão, Furnas, Aneel, ONS, imagem topo Itaipu Binacional]