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Este é o Mailbird: enfim um app diferente de email para Windows

Uma das aplicações online mais antigas que ainda resistem ao tempo, o email continua aí, firme e forte. Você pode alegar que só se comunica pelo Facebook, Twitter e outras redes sociais, mas mesmo elas dependem, no cadastro, de um antiquado email. Antiquado? Apps (relativamente) recentes, do Gmail ao Sparrow, mudaram sensivelmente algumas partes do […]

Mailbird

Uma das aplicações online mais antigas que ainda resistem ao tempo, o email continua aí, firme e forte. Você pode alegar que só se comunica pelo Facebook, Twitter e outras redes sociais, mas mesmo elas dependem, no cadastro, de um antiquado email. Antiquado? Apps (relativamente) recentes, do Gmail ao Sparrow, mudaram sensivelmente algumas partes do email e continuam inspirando novos apps. O último deles é o Mailbird, para usuáriosde Gmail que estão no Windows.

O Mailbird é restritivo mesmo: por ora ele só conversa com o Gmail — os desenvolvedores prometem suporte a outros serviços para breve. E mesmo dentro do email do Google é preciso fazer algumas concessões, em especial desabilitar a importante autenticação em duas etapas. Se você estiver disposto a este sacrifício, o Mailbird promete vida nova para o email com uma interface rápida e bem bonita.

Belo visual, Mailbird

Dividido em três painéis, sendo o primeiro com pastas e marcadores retrátil, o visual lembra uma mistura de Sparrow, Firefox e antigos clientes de Twitter para Windows que nunca se popularizaram, como o twhirl. Ele sincroniza com o Gmail via IMAP e traz de lá praticamente tudo o que você espera: marcadores, rascunhos, sugestão de contatos, arquivamento e a poderosa pesquisa do Google. Ainda dá para conectar o app ao Facebook e receber, da rede social, o que lhe rende links publicados lá e fotos de perfil dos seus contatos.

A composição de mensagens é feita em uma tela à parte. Respostas podem ser digitadas inline ou na mesma tela de composição, fica a critério do usuário. Não há nada exatamente revolucionário aqui, apenas alguns facilitadores como o arrastar-e-soltar de anexos — recurso que, lembremos, o Gmail também suporta.

Outra característica muito apreciada e que existe no Mailbird é a presença de teclas de atalho. A maioria pode ser descoberta passando o cursor sobre a foto do remetente, na lista de mensagens, e depois nas ações que surgem ao lado. Uma pena elas não serem muito intuitivas, algumas até bem estranhas, como a # para apagar uma mensagem. Mas outras decisões foram bem felizes, como o atalho global para criar mensagens (por padrão, Ctrl + Alt + Espaço), ou a possibilidade de ativar as teclas de atalho do Gmail, através das opções.

Por ainda estar em beta, o Mailbird traz algumas limitações. Apesar de existir a opção de acrescentar mais contas nas opções, no momento o recurso está desabilitado. Outro bug, esse um tanto bizarro, ocorre quando se tenta digitar algum acento. O app se comporta como se a tecla do acento tivesse sido apertada duas vezes, aí em vez de aguardar uma letra para sair um “ã”, por exemplo, aparece “~~”. No momento é meio impossível escrever uma mensagem por ali.

O que mais?

Alguns outros detalhes merecem atenção.

Por ser um aplicativo nativo, instalável e que roda localmente, o Mailbird se integra legal ao Windows. Temos o já citado atalho global para compor novas mensagens, integração com programas padrões (dou um clique duplo em uma imagem anexa e ela já abre no IrfanView, um PPS no PowerPoint e por aí vai) e integração com jump lists do Windows 7/8 e bandeja do sistema, que notifica a chegada de novas mensagens com um balão.

No canto inferior esquerdo, existe uma central de notificações que monitora o email e um link para os “Apps”. Estes são, na realidade, add-ons, ou plugins, como quiser, pequenos pedaços de código que acrescentam novos poderes ao Mailbird. Tem coisas dispensáveis, mas outras são bem úteis, como a (esperta) pesquisa por anexos e a integração com o Dropbox. O mais legal? O sistema é aberto e qualquer um pode escrever esses apps.

Por último, os desenvolvedores estão trabalhando em um sistema chamado Wingman. À primeira vista, ele parece muito interessante. Eis a descrição do site oficial:

O Wingman é o seu personal trainer da produtividade.

Ele monitora a velocidade com que você lida com o email e gera relatórios, dá a você conselhos personalizados para aumentar a sua produtividade baseado em como você gerencia seu email, lembra de manter contato com pessoas importantes com quem você não tem falado recentemente, classifica suas mensagens para colocar as mais importantes no topo e permite a você “adiar” uma mensagem para removê-la da sua caixa de entrada e trazê-la de volta mais tarde.

É uma mistura de Google Analytics para email e do Mailbox, aquele app para iPhone com fila de espera para ser usado.

O futuro do email?

O Mailbird é bem legal e, ao contrário do Inky, outro email com essa pegada mais minimalista que apareceu recentemente no Windows, ele não tem um servidor entre o usuário e o Gmail. A promessa de “velocidade supersônica” é tentadora, ainda que na prática a coisa não seja bem assim. Ele é rápido, sim, mas algumas tarefas, como excluir emails em lote e abrir uma mensagem um pouco mais antiga, deixam o usuário esperando alguns tediosos segundos até que sejam finalizadas.

Quando sair do beta, o Mailbird terá uma versão gratuita, com uma assinatura promovendo o app obrigatória, e a Pro, de US$ 12/ano, que até o momento tem como único diferencial a remoção da tal assinatura — durante o beta o valor promocional é de US$ 9/ano. Pode ser o suficiente para conquistar usuários que não gostam do Gmail. E aí reside o talvez maior problema: o Gmail, mesmo com as decisões de design estranhas do Google nos últimos anos, continua ótimo. Cheio de teclas de atalho, rápido, onipresente. Há muito abandonei clientes de email locais porque os baseados na nuvem ficaram muito, muito bons. O Mailbird, no momento, é só uma casca bonitinha para o Gmail, mas ele tem potencial para oferecer diferenciais que justifiquem o seu uso, como o suporte a múltiplas contas e os apps/plugins. Se valerá a mudança? Aí depende de cada um. [The Verge]

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