Manifestantes em Hong Kong usam apps de mensagem por Bluetooth para evitar bloqueios da China

Manifestantes em Hong Kong estão recorrendo a aplicativos alternativos de mensagens para evitar possíveis bloqueios de internet e que autoridades chinesas interceptem comunicações com facilidade. O território tem vivido uma temporada de protestos que começaram com a exigência da retirada da lei de extradição, que permitiria que cidadãos fossem deportados para a China. As manifestações […]
Protestos nas ruas de Hong Kong
Getty

Manifestantes em Hong Kong estão recorrendo a aplicativos alternativos de mensagens para evitar possíveis bloqueios de internet e que autoridades chinesas interceptem comunicações com facilidade.

O território tem vivido uma temporada de protestos que começaram com a exigência da retirada da lei de extradição, que permitiria que cidadãos fossem deportados para a China. As manifestações incorporaram outras exigências que estão relacionadas com a influência chinesa na região e o movimento pró-democracia.

Já faz três meses que os protestos começaram, e os manifestantes se valem de um arsenal de estratégias para evitar a vigilância e repressão estatal. Em junho, foram realizados ataques ao Telegram que supostamente tentavam conter a organização dos ativistas pró-democracia. Agora, eles estão recorrendo a aplicativos de mensagem offline como o Bridgefy e FireChat, que utilizam Bluetooth para a comunicação.

De acordo com uma reportagem da Forbes, os downloads do Bridgefy aumentaram 3.685% durante os últimos 60 dias, conforme apontam dados companhia de análise da Apptopia. Estatísticas da Apptrace mostram que o ranking do Bridgefy no iOS subiu da posição 973º no final de junho para 6º em setembro e o mesmo aconteceu no Android, onde esta em 2º. O FireChat, que já foi utilizado em outros protestos na região, está entre os 50 mais baixados em ambas as plataformas.

O Bridgefy se comunica diretamente via Bluetooth com pessoas que estão em até 100 metros de distância. Para falar com alguém que está além desse alcance, o app cria uma rede mesh e as mensagens vão “pulando” de um celular para o outro até chegar no destinatário. Segundo os desenvolvedores, os intermediários não leem essas mensagens.

O aplicativo, desenvolvido por uma startup de San Francisco, nos EUA, tem sido bastante utilizado em shows e grandes eventos esportivos, onde a conexão fica instável.

Em entrevista à Forbes, o co-fundador e CEO do Bridgefy, Jorge Rios, disse que o app tem sido baixado em Hong Kong por dois motivos: “porque o acesso à internet começou a ser limitado pelas autoridades” e “porque é uma maneira segura de as pessoas se comunicarem, com poucos riscos de que as mensagens sejam lidas por pessoas indesejadas”.

Aplicativos como esse são, de fato, úteis para contornar bloqueios à internet. Porém, não são opções tão seguras e, no final das contas, podem ser interceptadas pela polícia.

À BBC, um especialista em cibersegurança da Universidade Surrey, professor Alan Woodward, afirmou que “em qualquer rede peer-to-peer, com o conhecimento necessário, é possível ficar nos pontos centrais e monitorar quais dispositivos estão se comunicando com os outros e esses metadados podem te revelar quem está envolvido nos chats”. Ele alerta ainda que qualquer pessoa poderia se juntar à rede mesh e usar o Bluetooth, que não é o protocolo mais seguro.

Uma das exigências dos manifestantes é a libertação de líderes pró-democracia que são presos arbitrariamente.

[The Next Web]

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