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Mozilla Webmaker quer que você ajude a construir a internet

A web tem uma natureza colaborativa bem peculiar. Não é colaborativa apenas quando você ajuda a escrever um artigo da Wikipedia, ou quando programadores modificam códigos de um software para melhorá-lo. Ela também tem muitos remixes. Um vídeo faz sucesso no YouTube e horas depois vários outros surgiram com pequenas mudanças em relação a ele. […]

A web tem uma natureza colaborativa bem peculiar. Não é colaborativa apenas quando você ajuda a escrever um artigo da Wikipedia, ou quando programadores modificam códigos de um software para melhorá-lo. Ela também tem muitos remixes. Um vídeo faz sucesso no YouTube e horas depois vários outros surgiram com pequenas mudanças em relação a ele.

Essa característica da web é bastante apreciada por Mark Surman, diretor-executivo da Mozilla, que falou por cerca de 40 minutos na Campus Party. Fui até a palestra imaginando ouvir mais sobre o Firefox OS, mas surpreendentemente ele preferiu falar sobre outras coisas: Surman acredita que todo mundo vai saber programar no futuro. Nem que seja o HTML mais básico, mas alguma coisa todos saberão.

Surman descreveu a web através de uma metáfora: ela é como Lego. Você pode criar vários objetos diferentes com as peças de Lego, mas, se quiser separá-los, vai perceber que no fundo são apenas alguns pequenos retângulos encaixados uns nos outros. A web, para ele, é mais ou menos assim. Por trás do YouTube, do Gmail, do Facebook, do Twitter ou de qualquer outro site existe a mesma coisa: códigos. Eles funcionam, então, como as peças de Lego que possibilitam a criação de várias coisas diferentes a partir de comandos simples.

E é por isso que todo mundo tem que saber programar: isso faz parte da natureza colaborativa da web e você não quer só visitá-la, você quer participar da construção dela. É aí que entra o WebMaker, um dos três projetos considerados fundamentais pela Mozilla para 2013 (além do Firefox e do Firefox OS). O WebMaker é uma plataforma que ensina a programar, ou, ao menos, criar as suas próprias coisas na internet.

Surman destacou duas ferramentas que se encaixam perfeitamente na cultura dos remixes que tanto gostamos: o Popcorn Maker e o X-Ray Goggles. Vamos começar pelo segundo: o X-Ray Goggles mostra o que está por trás do site que você acessa e permite modificá-lo completamente. Inclua imagens onde antes não tinha, mexa nos textos, faça o que quiser. Quando acabar de brincar, você pode publicar o seu remix do site ou pegar todo o código HTML dele – para quem quiser aprender o básio da linguagem, é bem útil. No entanto, apesar de supostamente o recurso funcionar no Chrome, só consegui fazê-lo rodar no Firefox.

Já o Popcorn Maker ajuda bastante quem quer fazer todas aquelas montagens que surgem a cada segundo no YouTube a partir de um vídeo que ficou popular. Pegue um vídeo qualquer (pode ser do YouTube, de qualquer outro serviço de vídeo ou até mesmo do seu computador) e você tem um rápido editor que ajuda a trocar a trilha sonora, inserir imagens, mapas, tweets, partes de artigos da Wikipedia, textos ou basicamente qualquer coisa. O bom é que ele pode realmente servir como um editor online de vídeo – claro que não um dos melhores editores, mas pode ajudar em casos de emergência.

Esses foram apenas dois exemplos mostrados por Surman, mas o Webmaker tem uma terceira ferramenta que auxilia na criação de sites direto do navegador chamada Thimble. E, além dessas três, existem projetos enviados pela comunidade (ou pela própria Mozilla) que usam ensinam a usar as ferramentas para fins específicos: vão de criar um jogo em javascript a criar um vídeo para defender uma causa, passando por tutoriais para mexer no design do seu site.

O único problema é que tudo está em inglês – mas, considerando a natureza colaborativa da web destacada por Surman, não deve demorar muito para a tradução para o português surgir.  [Mozilla Webmaker]

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