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Qual o efeito nos astronautas de uma viagem para Marte? Eles ficariam bem preguiçosos

Enquanto você seguia com sua vida normalmente, com ar fresco e um solzinho de vez em quando, seis homens passaram voluntariamente 520 dias trancados em tubos de metal sem janelas dentro de um depósito em Moscou. Resultado: estes grandes astronautas se tornaram caras preguiçosos e desmotivados. Esta equipe internacional, chamada de Mars500, era parte da […]

Enquanto você seguia com sua vida normalmente, com ar fresco e um solzinho de vez em quando, seis homens passaram voluntariamente 520 dias trancados em tubos de metal sem janelas dentro de um depósito em Moscou. Resultado: estes grandes astronautas se tornaram caras preguiçosos e desmotivados.

Esta equipe internacional, chamada de Mars500, era parte da missão espacial simulada mais longa já feita, permitindo que cientistas pudessem prever melhor os efeitos de uma viagem para Marte no corpo humano.

Nos três primeiros meses sozinhos, o nível de atividade da tripulação despencou e continuou caindo. Na “viagem de volta”, os homens passaram 700 horas a mais de baixo dos cobertores do que na ida.

Os tripulantes, além de participar de exames diários psicológicos e físicos, passaram todo esse tempo vendo DVDs e jogando Guitar Hero para ficar ocupados. Para mantê-los alertas, o controle da missão causou algumas interrupções na energia e incêndios falsos, provavelmente queimando algum incenso.

Alguns dos membros pareceram sofrer mais que os outros. Quatro enfrentaram dificuldade para dormir e problemas psicológicos, e um chegou a viver dias de 25 horas, ficando fora de compasso com seus companheiros. De acordo com Steve Lockley, neurocientista especializado em medicina do sono, o estudo levantou algumas preocupações em relação a missões muito longas.

Tendo alguns dos seis membros da tripulação com ritmos descompassados e quantidades diferentes de sono piora a performance da equipe e aumenta o risco de acidentes e ferimentos numa situação real. Os efeitos perigosos no sono, na performance e na saúde tanto física quanto mental seriam muito piores se os sujeitos precisassem viver num dia de 24,65 horas.

É bem perigoso mesmo. Mas pela ciência, vale tudo — até virar preguiçoso. [The Guardian]

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