Máscara japonesa à base de anticorpos de avestruz brilha ao detectar Covid

A tecnologia, caso venha a ser comercializada, poderá ajudar no diagnóstico da doença em pessoas assintomáticas
Máscara detecta Covid
Imagem: Universidade da Prefeitura de Kyoto/Reprodução

Pesquisadores da Universidade da Prefeitura de Kyoto, no Japão, desenvolveram uma máscara capaz de detectar o vírus causador da Covid-19. Basta colocá-la sobre a luz ultravioleta que pontos brilhantes aparecem, entregando o Sars-CoV-2.

O inusitado? O avestruz foi primordial nesse projeto.

A máscara possui um filtro revestido com anticorpos de avestruz marcados com corante fluorescente. O vírus acaba reagindo com os anticorpos ao entrar em contato com a máscara, fazendo com que o brilho seja detectado. 

Avestruz é resistente

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que as aves possuem forte resistência a doenças, por isso o uso de seus anticorpos. A escolha do avestruz se deu pelo seu ovo. Os anticorpos se formam mais rápido neles: em apenas seis semanas, contra 12 semanas dos ovos de galinha. Além disso, ele é 24 vezes maior, o que possibilita mais espaço para a formação dos anticorpos. 

Durante dez dias, os cientistas acompanharam 32 pacientes com Covid-19 que usaram as máscaras por cerca de oito horas. Ao retirar o filtro, era possível observar o brilho sob a luz ultravioleta nas regiões do nariz e boca. 

Importante para assintomáticos

Os cientistas acreditam que a máscara seja positiva, principalmente, para pessoas assintomáticas, que não procuram o teste PCR por estarem se sentindo bem. Yasuhiro Tsukamoto, líder do estudo, disse que não sabia que estava com Covid-19 e descobriu após usar a máscara.

Os pesquisadores esperam desenvolver uma tecnologia em que a máscara brilhe sem necessidade de luz ultravioleta, para facilitar ainda mais o diagnóstico. A equipe japonesa planeja começar a comercializar a peça até julho de 2022

Mas vale dizer que esta é uma meta ousada, principalmente ao considerar que os testes feitos pelos pesquisadores foram preliminares e detalhes sobre a tecnologia não foram publicados em nenhuma revista científica. É esperar para ver.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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