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Mate 10 da Huawei quer ser o smartphone mais inteligente do mercado, mas o que isso significa?

Com a próxima temporada de smartphones se aproximando, a segunda fabricante de celulares do mundo (não é mais a Apple) nos mostra a sua resposta para os iPhones, Pixels e Galaxies com o Huawei Mate 10 e Mate 10 Pro. Por fora, as configurações e funções do Mate 10 os colocam no mesmo patamar de […]

Com a próxima temporada de smartphones se aproximando, a segunda fabricante de celulares do mundo (não é mais a Apple) nos mostra a sua resposta para os iPhones, Pixels e Galaxies com o Huawei Mate 10 e Mate 10 Pro.

Por fora, as configurações e funções do Mate 10 os colocam no mesmo patamar de outros smartphones de topo de linha graças a componentes como o leitor de impressões digitais câmera traseira dupla, um belo corpo de vidro e bordas mínimas, resistência à água IP67 e enormes bateriais 4,000 mAh, que são uma das maiores que você encontrará em qualquer telefone por menos de U$ 600.

Mas a Huawei quer levar as coisas além, potencializando o poder do novo chip Kirin 970 do Mate 10, que a companhia diz ter transformado um aparelho qualquer em uma máquina inteligente. Mas o que é que isso quer dizer?

Quem assistiu ao anúncio do Google Pixel 2 viu Sundar Pichai, CEO do Google, gastar os primeiros dez minutos da apresentação falando sobre a importância da inteligência artificial e do aprendizado da máquina, que é uma tendência que a Huawei também vem tentando incorporar em seus celulares. A primeira tentativa da companhia foi com o Mate 9, que a empresa diz usar algoritmos para ajudar o celular a manter a performance e eficiência da bateria com o decorrer do tempo. Mas o chip Kirin 970 leva o sonho de aprendizado da máquina da Huawei além, graças a nova unidade de processamento neural (NPU) que a companhia afirma poder oferecer mais 20%  de performance em atividades relacionadas a inteligência artificial, melhorias da memória, optimização do armazenamento e o rápido reconhecimento de objetos.

Vê o ícone de flor no canto inferior esquerdo? Isso é o NPU em ação.

Aparentemente, esta última função é importante, porque é a forma que a Huawei escolheu para mostrar a inteligência do celular. Ao potencializar a habilidade do NPU de rapidamente identificar vários objetos, a câmera pode automaticamente permitir a maneira correta para capturar cenas, incluindo textos, comida, neve, plantas, retratos, cachorros, gatos e outros. Isso significa menos tempo configurando coisas como a velocidade do obturador e o ISO, e mais tempo concentrando em capturar a imagem, que são coisas importantes quando se tenta registrar uma foto de um animal ou um bebê, por exemplo.

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Quando pude testar a função, ela funcionou muito bem. Tudo o que tive que fazer foi apontar a câmera para algo, e, antes mesmo de eu perceber, um pequeno ícone apareceu para me informar que o algoritmo de identificação de objetos do NPU estava funcionando. E enquanto isso ainda não funciona com todos os objetos, a Huawei diz que pode aplicar atualizações para que o celular identifique mais categorias no futuro. A companhia até firmou parceria com a Microsoft para criar um aplicativo de tradução que, mais uma vez, usa o NPU para traduzir um texto simples por meio de uma fotografia.

Um novo software não é a única melhoria das câmeras do Mate 10, já que este é o primeiro celular a ter abertura f/1.6 nas duas lentes principais de 12 MP e um sensor monocromático na lente secundária de 20 MP. Mas ainda me pergunto se configuração automática de cena e tradução em tempo real classifica este celular como uma máquina inteligente.

Talvez a real genialidade da Huawei esteja na decisão de tornar a participação de empresas externas na NPU a mais simples possível, pare que companhias possam criam novos aplicativos de aprendizado da máquina usando plataformas de código aberto como o Tensor Flow Lite e Caffe 2. Desta forma, quando alguém de fato aprender a potencializar a inteligência artificial e o aprendizado da máquina, o Mate 10 não será deixado para trás.

É possível diferenciar os modelos olhando para o leitor de impressões digitais na parte inferior frontal do Mate 10, e na tela OLED de proporção 18:9 do Mate 10 Pro.

Algo que não é muito inteligente, no entanto, são as diferenças de configuração entre o Mate 10 e o Mate 10 Pro. Enquanto eu entendo porque a Huawei atualizou o Pro com uma tela OLED de 6 polegadas e proporção 18:9, sua resolução se mantêm em 1920 x 1080, que é menor que a do Mate 10, com resolução de 2560 x 1440,tela em LCD e proporção 16:9. Além disso, o modelo base também vem com a entrada de fone de ouvido padrão de 3.5 mm, algo que foi deixado de fora do Pro. Se você vai fazer um modelo premium, ele deveria ter todas as funções do modelo padrão e mais, não menos.

A Huawei confirmou que o Mate 10 será, eventualmente, lançado nos EUA, mas não informou preços ou data de disponibilidade. Espero, no entanto, que ele venha para o ocidente com novas funções, porque, pelo que vi, o Mate 10 parece com mais um grande, poderoso e duradouro smartphone da Huawei, mas não necessariamente um mais inteligente que seus competidores.

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