Meninas da equipe de robótica do Afeganistão fogem do Talibã e chegam ao México

Meninas fugiram do país após o grupo extremista Talibã tomar o controle. As jovens receberão visto humanitário, além de moradia e alimentação.
Imagem: Jalil Ahmad/Reuters
Imagem: Jalil Ahmad/Reuters

O governo do México recebeu na noite desta terça-feira (24) cinco meninas integrantes da equipe de robótica do Afeganistão. O grupo formado por cerca de 20 mulheres, a maioria adolescentes, decidiu deixar o país depois que o grupo extremista Talibã tomou o poder. Além das jovens afegãs, foram recebidos 124 jornalistas e trabalhadores de meios de comunicação afegãos e estrangeiros.

“Damos as mais calorosas boas-vindas [das afegãs membros do time de robótica do Afeganistão] ao México”, disse a vice-chanceler mexicana, Martha Delgado, ao receber as jovens no aeroporto internacional da Cidade do México. Na coletiva, também estava presente o ministro as Relações Exteriores, Marcelo Ebrard.

Até então, os nomes das garotas não havia sido revelados por motivo de segurança, mas agora as conhecemos: Fatemah Qaderyan, Lida Azizi, Kawsar Roshan, Maryam Roshan e Saghar Salehi. Elas chegaram no México com os cabelos cobertos parcialmente por um véu e os rostos protegidos por uma máscara. Segundo o chanceler, as meninas poderão ter acesso ao visto humanitário por até 180 dias co direito a renovação, ou poderão escolher o status de sua preferência. Também receberão hospedagem e alimentação gratuitas.

“Não apenas salvaram nossas vidas, mas também nossos sonhos que buscamos tornar realidade. Nossa história não vai acabar triste por causa dos talibãs”, disse uma das jovens por meio de uma tradutora. Agora que o Talibã assumiu o poder, a situação não é mais favorável par nós. Neste regime nós, meninas, temos dificuldades”, comentou uma das jovens por meio de uma tradutora.

Sonhadoras Afegãs

Composta por meninas de 12 a 18 anos e conhecida como “Sonhadoras Afegãs”, a equipe feminina de robótica do Afeganistão ficou conhecida (e aclamada) em competições internacionais pelo trabalho com equipamentos de baixo custo voltados para as massas. Em 2018, na Competição Internacional de Robótica, elas ganharam medalha de prata ao criar um projeto inteiro em apenas duas semanas — os outros candidatos levaram, em média, quatro meses. Em março de 2020, as jovens engenheiras criaram um ventilador de código aberto para pacientes com a Covid-19.

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Apesar de apenas cinco meninas terem chegado ao México, as demais integrantes da equipe de 20 mulheres também fugiram do Afeganistão. Mas ainda não se sabe para quais países elas foram enviadas. Algumas pousaram no Catar nos últimos dias. Segundo o ministro das Relações Exteriores do México, o país se comprometeu a ajudar outras mulheres e meninas afegãs, com mais pedidos de refugiados sendo processados.

[Reuters]

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