Meta do Acordo de Paris é insuficiente para conter mudanças climáticas

Embora a meta do Acordo de Paris seja limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, tal índice pode não conseguir frear as mudanças climáticas.

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De acordo com um estudo publicado na última terça-feira (20), mesmo se a humanidade atingir a meta do acordo de Paris, não haverá uma redução significativa no impacto das mudanças climáticas.

Os cientistas da Universidade de Durham, no Reino Unido, sugerem no estudo que a meta deveria ser próxima a 1°C para conter a rápida elevação do nível do mar. De acordo com os cientistas, um dos principais efeitos das mudanças climáticas que a meta não conseguirá reduzir é o aumento do nível do mar. Em 1,5 °C de aquecimento global, o aumento do nível do mar continuará descontrolado.

Além disso, o estudo ressalta que, mesmo em níveis menores ao limite do Acordo de Paris, como 1,2 °C (o nível médio da última década), a humanidade não conseguiria frear as mudanças climáticas.

Isso porque, desde 1990, o derretimento das enormes camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida quadruplicou, chegando a 370 bilhões de toneladas por ano. Atualmente, este é o principal fator por trás do aumento do nível do mar.

Estudo mostra como Acordo de Paris pode não conter mudanças climáticas

Os cientistas analisaram mais de 150 estudos que focam em três aspectos do aumento do nível do mar:

1. Observações recentes de camadas de gelo derretendo rapidamente;
2. Modelagem com equações que preveem como as temperaturas podem afetar as taxas de derretimento;
3. Mudanças no nível do mar há dezenas de milhares de anos.

Com esses dados, os cientistas criaram simulações para compreender os efeitos futuros das mudanças climáticas nas camadas de gelo da Groenlândia e Antártida. Os resultados não foram os melhores.

As análises comprovaram que, mesmo com a redução das emissões, o nível do mar continuaria a subir um centímetro por ano até os próximos cem anos. Portanto, a meta do Acordo de Paris seria inútil.

Aliás, o mundo está na faixa de 2,5 a 2,9 °C de aquecimento acima dos níveis pré-industriais, o que, certamente, causaria o colapso das geleiras.

Além disso, cerca de 230 milhões de pessoas vivem em cidades a quase um metro acima do nível do mar, destacam os cientistas. No entanto, nos próximos séculos, se a Terra continuar no mesmo ritmo de aquecimento, cidades inteiras estarão submersas.