Cientistas identificaram ao menos três novos minerais de fora da Terra no meteorito El Ali. A rocha, com mais de 15 toneladas, esteve durante várias gerações em El Ali, na Somália, tendo sua superfície metálica utilizada para afiar lâminas. As informações são do National Geographic.
A composição química e a estrutura cristalina dos minerais podem trazer descobertas de fenômenos da origem do nosso Sistema Solar. Apesar de conhecido em El Ali, o meteorito só foi documentado há alguns anos, quando chamou a atenção de garimpeiros, em 2019, que enviaram pequenas amostras para cientistas.
Uma delas chegou ao curador da coleção de meteoritos da Universidade de Alberta, no Canadá, Chris Herd. Após análises posteriores, incluindo comparação com minerais sintéticos, confirmou-se a composição incomum dos minerais, inéditos na Terra.
Herd batizou os primeiros minerais como elaliite e eklinstantonita, homenagens a El Ali e à cientista Lindy Elkins-Tanton, respectivamente. Elkins-Tanton é líder da missão Psyche (psiquê, em tradução) da NASA, que pretende explorar um meteoro rico em metais.
O Instituto de Tecnologia da Califórnia identificou o terceiro mineral, de nome olsenita, em homenagem ao falecido ex-curador do Museu Field de História Natural em Chicago, Edward Olsen. Foi ele quem teorizou existência do mineral.
O destino dos minerais
O geólogo Abdulkadir Abikar, da Universidade de Almaas, inspecionou o meteorito a pedido do governo da Somália e teme que ele seja dividido em pedaços para venda. Em 2020, o governo da Somália não concordou em pagar o valor multimilionário da rocha, o que levou a mineradora a exportá-la para a China. Abikar espera que as novas descobertas incentivem o governo a “comprar a rocha e devolvê-la à Somália”, protegendo o patrimônio nacional.