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Microsoft lança versão final do remodelado Internet Explorer 9

Depois de muito barulho no Beta e 40 milhões de downloads, a Microsoft finalmente vai disponibilizar para o público amanhã a versão final do Internet Explorer 9, um reboot completo (e necessário) em seu navegador web, que vinha perdendo espaço para Chrome e Firefox nos últimos anos. Velocidade em HTML5, aceleração por hardware, mais espaço […]

Depois de muito barulho no Beta e 40 milhões de downloads, a Microsoft finalmente vai disponibilizar para o público amanhã a versão final do Internet Explorer 9, um reboot completo (e necessário) em seu navegador web, que vinha perdendo espaço para Chrome e Firefox nos últimos anos. Velocidade em HTML5, aceleração por hardware, mais espaço para navegação e  bem, a web de maneira geral, com mais segurança que a concorrência. ”Mais rápido, mais seguro, mais limpo”. Entende que os usuários têm preferências.

A diretriz que norteou o desenvolvimento do IE9, segundo a Microsoft, foi “deixar a internet brilhar”. Ou seja: eles aprenderam que o usuário não quer ver aquelas barras de ferramentas terríveis como as do IE8, nem – eles acreditam – os ícones estranhos de plug-ins ao lado da barra de endereços. Sim, apesar de haver lugar para extensões (ou aceleradores) e um canal para distribuí-lo, a Microsoft quer manter as coisas simples, voltadas para o usuário médio, com funcionalidades como a pesquisa em tempo-real na barra de endereços única, como o Chrome ensinou há mais de dois anos, e não muito mais que isso. A ideia é, de fato, dar espaço e infra-estrutura para os sites, não muito mais.

Além de mais espaço útil, o IE9 diz que é o mais compatível com os novos padrões da Internet, como o HTML5, ganhando prêmios de “conformidade”. Com uma nova engine de javascript (a Charka, que fez o IE9 passar concorrentes em benchmarks), a abertura de sites está mais rápida. E em páginas que exigem muitos gráficos (como esta da banda The Killers), ele parece mandar muito bem, graças à aceleração de hardware, agora presente em outros navegadores também.

Outro recurso bastante interessante são as jumplists, a possibilidade de fixar um site na barra de ferramentas e, com um clique com o botão direito, ver algumas possibilidades sem entrar na página em si. A adição de recursos interessantes com as jumplists precisa de uma implementação do site (como já fizemos aqui no Giz), e abre oportunidades bacanas. No R7, por exemplo, é possível “fixar” uma editoria na sua barra, e ver logo as manchetes de esportes, por exemplo, só com um clique com o botão direito.  O Facebook foi um pouco além e permite que o número de notificações apareça junto do ícone do “f” na barra, imitando um app de smartphone.

Ainda não testamos a versão final, mas pretendo dar uma chance basicamente pela praticidade das jumplists e atalhos personalizados para sites na barra de ferramentas. Vamos testar em sites que demandam muito HTML5 e tiram partido da aceleração por hardware e tudo e vamos conferir se os benchmarks dão suporte ao que diz a Microsoft, que tira bastante onda com o “navegador mais rápido do mercado”. Mas me parece que é difícil para o “hard-user” sair da zona de conforto. Eu tenho no meu Chrome as extensões e favoritos devidamente organizados, e sempre fico impressionado com a sua velocidade. Mas eu não sou todo mundo, e a Microsoft claramente não está mirando diretamente em mim.

Quem vai usar?

Na coletiva de apresentação do produto, hoje, os executivos da MS reforçaram alguns dados para lembrar como é o usuário padrão de Internet Explorer (há 1 bilhão deles no mundo, ao que diz a MS): só 1% dos usuários de IE pesquisados usaram atalhos no teclado, enquanto só 4% usaram a barra de favoritos. Normalmente, só 9% dos pesquisados usa mais de 8 tabs. Então, eu e provavelmente você somos exceções, com as 35 abas abertas e favoritos organizados com transtorno obsessivo compulsivo.

Então, no fim das contas, para muitos de vocês aqui que não adotarem o novo IE, o navegador vai ser bem-vindo, indiretamente. Explico. Lembro que a primeira coisa que fazia para deixar usável o computador de alguém que o usa pouco (minha mãe, por exemplo) era instalar o Chrome. O IE8, com aquela barra ocupando espaço demais e sem recursos básicos nos browsers concorrentes, parecia cada vez mais velho. Hoje, com o IE9, mais rápido, com visual “menos é mais” e ênfase na segurança, é uma alternativa viável para qualquer um. E, especialmente pela área de segurança mais esperta (além de ganhar todas as competições anti-malware, cada download é escaneado, mesmo se você não tiver anti-vírus), diria que o IE9 é a opção ideal para colocar em computadores de usuários comuns, esses que de fato abrem um .exe para ver “as nossas fotos de ontem”. Não à toa, ele aparecerá em algum momento dos próximos dois meses como “atualização recomendada” do Windows Update.

Com a atualização semi-automática, será fácil para a Microsoft ganhar o coração do usuário comum – e ajudar todo mundo, indiretamente, forçando para que os padrões de HTML5 e aceleração por hardware sejam universalizados. Mas será que as melhorias serão suficientes para ganhar os corações de toda uma geração de usuários avançados que migrou para outros browsers desde o IE6? O tempo – e vocês aí, nos comentários – dirão.

A versão final do IE9 estará disponível para usuários de Windows 7 e Vista (mal aí, usuários de XP, Linux e Mac) a partir da meia-noite de hoje para amanhã, pelo site da Microsoft.

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