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Microsoft: agora é assim que fazemos design

A Microsoft, uma empresa com 38 anos de idade, nunca teve design no seu DNA. As exceções vinham da divisão de Entretenimento e Dispositivos, mas os gênios por trás de produtos como Xbox e Zune ficavam isolados, e deixaram a empresa há anos. Por décadas, a empresa não teve uma grande preocupação com estética, nem […]

A Microsoft, uma empresa com 38 anos de idade, nunca teve design no seu DNA. As exceções vinham da divisão de Entretenimento e Dispositivos, mas os gênios por trás de produtos como Xbox e Zune ficavam isolados, e deixaram a empresa há anos. Por décadas, a empresa não teve uma grande preocupação com estética, nem sentiu que precisasse.

Mas é fácil ver que a Microsoft de hoje é um pouco mais descolada, um pouco mais bacana e bem mais bonita. Eles até fizeram um site interativo para mostrar isso!

Em um artigo intitulado “O design moderno na Microsoft: indo além do flat design“, Steve Clayton, editor do blog Next at Microsoft, nos leva em uma viagem rápida em como a Microsoft pensa hoje sobre design. Basicamente, trata-se de adotar alguns princípios que existem há cerca de um século, e que se mantiveram atuais.

Função acima da forma

Antes que tudo se tornasse móvel e ecossistemas fossem algo relevante, a Microsoft criou produtos que funcionavam, mas que geralmente não dialogavam entre si. O Xbox original não se parecia em nada com o Windows, eles não conversavam entre si, e o Windows Mobile era uma versão bastarda do seu homólogo no desktop. Agora, todos os três têm um visual semelhante, e funcionam juntos.

Clayton ressalta que a empresa finalmente “começou a pensar diferente sobre design” há três anos, quando sua “comunidade brilhante de designers” estabeleceu um ethos de design que eventualmente veio à tona quando o Windows Mobile se transformou em Windows Phone 7. Foi quando a interface do Zune começou a se espalhar para outros produtos.

Mas essa mudança de pensamento provavelmente aconteceu bem antes disso. Lembra-se de Courier? Ele era tão drasticamente diferente para a Microsoft, em termos de interface e experiência de uso, que até assustou Steve Ballmer. Mas, como qualquer outra coisa que seja bem estranha à Microsoft, o Courier foi criado em um laboratório escondido, onde tanto o Xbox e o Surface também foram imaginados – e trazidos à realidade.

Por isso, eu não me surpreenderia se esta mudança drástica na aparência e experiência tivesse começado nessa área escondida e conhecida por poucos – quem sabe com o envolvimento de J Allard e Robbie Bach.

Modernidade

Clayton diz que, em fevereiro de 2010, os chefes de design de toda a Microsoft se reuniram para descobrir como tornar o design mais consistente entre todos os seus produtos. Baseando-se em três princípios com um século de idade, “essas influências externas são fundamentais, agora e no futuro, para o design da Microsoft”.

O Movimento do Design Moderno (a escola Bauhaus), com seu foco em tornar bela a “função”, é a primeira influência. O centro da filosofia Bauhaus é remover decorações supérfluas para focar na essência do funcional. Há muitos paralelos no mundo da computação de hoje. A prática de imitar materiais do mundo real – tais como vidro, metal escovado ou couro – e os efeitos como brilhos, sombras e reflexo na lente são uma tentativa de adornar experiências sem ser funcional. Quando Sam Moreau, diretor de design no Windows, diz que “o conteúdo é a interface”, ele está canalizando sua Bauhaus interior.

Em outras palavras, isso é concentrar-se em fazer o produto realmente funcionar: acrescentar coisas supérfluas é basicamente uma admissão de que ele não funciona bem.

O Estilo Tipográfico Internacional (ou Swiss Style) é a segunda influência. É um estilo de design gráfico que enfatiza a limpeza, clareza e objetividade. As marcas do Swiss Style são uma ótima tipografia, foco em sistemas de layout e de rede, e o uso de cores fortes e sólidas. É um estilo visto nas placas de aeroportos e em outros meios de transporte, que são por sua natureza ambientes agitados e densos em informação – por isso ele funciona tão bem no nosso agitado mundo digital. Quando esta abordagem é combinada com o que as pessoas gostam (suas fotos, seus contatos, seus apps), você acaba com algo bem único e pessoal como o Windows Phone.

Isso ajuda a manter tudo simples o bastante. E vamos ao último princípio:

O campo do design de animação é a terceira influência. Pioneiros como Saul Bass usavam ótimo design gráfico, tipografia e movimento para criar aberturas que estabeleciam um início emocional para filmes. Para criar um palco para a criatividade, a expressão e a produtividade em produtos como Windows, Office, Bing, Xbox e Visual Studio, os designers entenderam que não só o movimento poderia ajudar, como ele também poderia melhorar a usabilidade e criar um impacto emocional positivo.

A tipografia com movimento tem uma maneira de nos influenciar em um nível subconsciente, e provocar uma reação emocional.

Cinco anos atrás, nada disso parecia possível, e ainda é possível que nada disso tenha um efeito relevante sobre os produtos. Afinal, design não é tudo, e não pode livrar os produtos de polêmicas (como o Xbox One) ou de problemas (como o Surface). Mas pelo menos agora temos um visual bacana, e se a Microsoft realmente implementar mudanças funcionais com base nesses princípios, a empresa pode ter uma imagem tão boa quanto seu design. [Microsoft]

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