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Marinha dos EUA foi perseguida por OVNIs e ninguém consegue resolver mistério

Dados mostram que os drones estiveram em operação por mais de 90 minutos, o que vai além da capacidade de unidades comerciais típicas.

O USS Kidd, um destruidor de mísseis guiados da Marinha dos EUA no centro do incidente com drones em julho de 2019. Crédito: Gregory Bull (Getty Images)

A Marinha dos Estados Unidos ainda não tem ideia de quem enviou um enxame de objetos voadores não identificados para perseguir navios de guerra na costa da Califórnia em julho de 2019, ou que tipo de drones eles eram e o que estavam fazendo, noticiou a NBC News na segunda-feira (5).

A notícia do incidente foi relatada pela primeira vez pelo Drive, que escreveu que os registros do convés obtidos sob a Lei de Liberdade de Informação dos Estados Unidos (FOIA) mostram que navios de guerra próximos ao campo de treinamento militar “sensível” nas Ilhas do Canal foram regularmente azucrinados por drones durante vários dias. Os veículos aéreos não identificados começaram suas viagens “prolongadas” à noite, muitas vezes em condições de baixa visibilidade.

O Drive também usou “centenas de gigabytes do sistema de identificação automática (AIS) de dados de localização de navios para uma reconstrução forense” das ocorrências. Os dados do AIS mostraram que os drones se concentraram no contratorpedeiro da classe Arleigh Burke USS Kidd, mas o USS Rafael Peralta, o USS Russell, o USS John Finn e o USS Paul Hamilton estavam nas proximidades, alguns dos quais estavam envolvidos na perseguição.

A combinação de registros de navios e dados AIS mostrou que os drones estiveram em operação por mais de 90 minutos, além da capacidade de unidades comerciais típicas, e que sua existência foi confirmada de forma independente por avistamentos do navio de cruzeiro Carnival Imagination. Investigadores navais tentaram identificar o que eram esses drones ou quem os estava operando (uma embarcação próxima, o ORV Alguita, negou ter veículos capazes de realizar tal operação).

Como o Drive observou, é curioso que, apesar de usar seus conjuntos de sensores sofisticados e implantar equipes de inteligência a bordo para registrar a nave, as embarcações envolvidas não foram capazes de produzir uma imagem melhor do que aconteceu, e o assunto não foi resolvido, apesar de relatos chegando ao “nível mais alto da hierarquia da Marinha”. O FBI também esteve envolvido na investigação, de acordo com a NBC. É possível que os drones em questão fossem algo totalmente diferente.

O almirante chefe de Operações Navais Michael Gilday abordou o assunto em um evento do Defense Writers Group, em Washington D.C., na segunda-feira, informou a NBC. A Marinha reconheceu uma série de incidentes bizarros envolvendo avistamentos de fenômenos não identificados, incluindo casos em que pilotos de caça encontraram objetos ostensivos que estavam se movendo de maneiras aparentemente além de qualquer capacidade técnica humana conhecida.

Ao mesmo tempo, vários relatórios documentaram os esforços do Pentágono para tentar esclarecer uma série de incidentes envolvendo aeronaves não identificadas, como o Programa de Identificação Avançada de Ameaças Aeroespaciais (que por sua vez envolveu alguns gastos questionáveis). Gilday fez referência ao trabalho contínuo da Marinha para agilizar o processo de relato sobre esses tipos de incidentes, bem como um relatório futuro que o Comitê de Inteligência do Senado solicitou que o Departamento de Defesa e o Diretor de Inteligência Nacional terminassem até junho.

Questionado se a Marinha havia identificado os drones, Gilday respondeu: “Não, não identificamos. Estou ciente desses avistamentos e, como foi relatado, houve outros avistamentos por aviadores no ar e por outros navios não apenas dos Estados Unidos, mas de outras nações — e, claro, outros elementos da força conjunta dos EUA.”

“Essas descobertas foram coletadas e ainda estão sendo analisadas”, acrescentou Gilday, dizendo que há “um processo bem estabelecido em vigor em toda a força conjunta para coletar esses dados e colocá-los em um repositório separado para análise”.

Questionado sobre se a nave era “extraterrestre”, escreveu a NBC News, Gilday não negou totalmente a possibilidade, mas disse que “não tinha nenhuma indicação disso”.

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