_Internacional

Morre mergulhador que trabalhava ajudando os garotos presos em caverna da Tailândia

Um mergulhador da Marinha da Tailândia morreu enquanto trabalhava para salvar os 12 garotos mais o técnico de futebol que ficaram presos na caverna Tham Luang, segundo noticia o The New York Times. A morte é um grande golpe na missão de resgate, sobretudo com a proximidade das chuvas de monção e a possibilidade de […]

Um mergulhador da Marinha da Tailândia morreu enquanto trabalhava para salvar os 12 garotos mais o técnico de futebol que ficaram presos na caverna Tham Luang, segundo noticia o The New York Times. A morte é um grande golpe na missão de resgate, sobretudo com a proximidade das chuvas de monção e a possibilidade de alagamento, que pode causar a redução dos níveis de oxigênio na caverna.

Ameaça de chuvas fortes pode forçar evacuação emergencial de meninos presos em caverna na Tailândia
Conheça o plano ousado para resgatar os garotos presos em uma caverna na Tailândia

Por volta da 1h00 (no horário da Tailândia), Saman Gunan, 38, um marinheiro aposentado, estava a caminho da saída do sistema de caverna após entregar contêineres de oxigênio para os garotos presos quando ficou sem oxigênio durante o trajeto e perdeu a consciência. Seu parceiro não conseguiu reanimá-lo e trouxe o seu corpo de volta para a parte de fora da caverna.

“O trabalho dele era entregar o oxigênio”, disse Passakorn Boonyaluck, vice-governador da região de Chiang Rai, a repórteres. “Ele não tinha o suficiente para seu caminho de volta.”

Saman, que tinha deixado a Marinha da Tailândia, voltou a trabalhar para auxiliar na missão de resgate. Em reconhecimento ao seu esforço, o rei da Tailândia disse que bancaria o funeral do mergulhador.

É bem improvável que os garotos e o técnico vão saber do ocorrido, pois a notícia poderia afetar ainda mais as condições psicológicas deles, ainda mais em um momento em que eles precisam melhorar sua saúde física e mental.

“Posso garantir que nós não vamos entrar em pânico, não vamos encerrar a missão e não deixaremos que o sacrifício de nosso amigo tenha sido em vão”, disse o almirante Arpakorn Yukongkaew a repórteres. “Ainda que tenhamos perdido um homem, temos fé que conseguimos continuar nosso trabalho. Somos treinados a passar por riscos a qualquer momento. É parte de nosso trabalho.”

A morte do mergulhador ressalta o perigo de uma tentativa de resgate. Uma viagem de ida e volta até os garotos leva 11 horas, e, em seis delas, se nada contra a corrente. A visibilidade é praticamente nula, e em alguns espaços só se passa com a ajuda do tato.

Os 12 meninos jogadores de futebol e seu técnico estão presos no complexo de cavernas Tham Luang há quase duas semanas. Eles foram descobertos por mergulhadores especialistas em 2 de julho, a uma distância de 4 km da boca da caverna. A equipe dos “Wild Boars” entrou na caverna quando ela estava seca, mas as águas inundaram o local e os deixaram presos lá.

Trajeto para os socorristas alcançarem os 12 garotos e o técnico que estão presos em uma caverna na Tailândia. Eles precisam navegar por túneis alagados e escuros por seis horas para alcançá-los. São necessárias outras cinco horas para retornarem.

Fortes chuvas de monção são esperadas para este domingo (8), o que deve ser mais um desafio para as forças de resgate que estão desesperadamente bombeando água para fora da caverna. Os níveis de oxigênio dentro da câmara são motivo de preocupação. A demanda por oxigênio aumentou devido à presença de pessoas da equipe de resgate, que estão ajudando os garotos. O nível de oxigênio na caverna agora é de 15% — antes estava em 21%, segundo a BBC.

Cilindro de oxigênio estão sendo entregues às vítimas, além de comida e medicamentos. Os socorristas estão tentando conectar um cabo de 5 km para dentro da câmara para fornecer oxigênio, além de um fio de fibra óptica para fornecer comunicação das vítimas com seus familiares.

Um plano para tirar as vítimas da caverna após as chuvas de monção está cada vez menos viável com o passar dos dias. O resgate deles por meio do mergulho parece ser a alternativa inevitável.

“No início, achávamos que as crianças poderiam ficar lá por um longo período. No entanto, as coisas mudaram, e temos um limite de tempo”, afirmou Apakorn.

As chuvas vão provavelmente reabastecer as cavernas com água, mas, com o avanço da temporada de monção, existe a chance de que buracos acabem inundando a caverna. Para complicar o processo, as crianças nunca usaram equipamento de mergulho, e alguns não sabem nadar. Infelizmente, a morte de Saman Gunam mostra os perigos da situação, que acometeu, no caso, até um mergulhador profissional.

[BBCNew York TimesDeutsche Welle]

Imagem do topo: Corpo do mergulhador Saman Gunam sendo transportado. Crédito: AP

Sair da versão mobile