Morte repentina de 200 mil antílopes em 2015 ocorreu graças ao aquecimento global

Um estranho mistério intrigou a internet em 2015: 200 mil antílopes saiga, que estão ameaçados de extinção, morreram de hemorragia interna após infecções no Casaquistão. Fotos surreais mostravam centenas de animais que parecem que simplesmente caíram mortos. Alguns pesquisadores agora têm uma atualização sobre esta história. • Suíça proíbe que lagostas sejam cozidas vivas, mas […]

Um estranho mistério intrigou a internet em 2015: 200 mil antílopes saiga, que estão ameaçados de extinção, morreram de hemorragia interna após infecções no Casaquistão. Fotos surreais mostravam centenas de animais que parecem que simplesmente caíram mortos. Alguns pesquisadores agora têm uma atualização sobre esta história.

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Após o acontecimento, as pessoas rapidamente disseram que a causa da morte foi uma infecção por uma bactéria chamada de Pasteurella multocida. Análises aprofundadas sobre o caso encontraram uma outra conexão: a infecção estava ligada a um clima com altas temperaturas e bastante úmido. Isso é uma má notícia, considerando que o aquecimento global está aí para bagunçar geral as temperaturas.

“O fato de a infecção por Pastereulla multocida em antílopes saiga…parecer altamente ligada com a alta umidade e temperatura é preocupante, pois é previsto que a região seja ainda mais afetada pelo aquecimento global em curto e médio prazo”, informaram os autores da equipe internacional de pesquisa na Science Advances.

Praticamente nenhum antílope saiga do grupo sobreviveu, o que acabou resultando na morte de quase dois terços da população global de antílopes dessa espécie, segundo o estudo. Os pesquisadores não conseguiram elaborar um experimento. Em vez disso, eles foram juntado dados, observando os animais e realizando necrópsias nos corpos.

O diagnóstico foi uma doença chamada septicemia hemorrágica, causada pela benigna bactéria Pastereulla multocida. No entanto, os acontecimentos rápidos e simultâneos em todo o grupo mostrou que houve mudanças ambientais importantes — como as altas temperaturas e alta umidade na região.

Ainda há muitas questões a serem respondidas. A evidência que liga a morte dos animais às condições climáticas é preocupante, mas os pesquisadores ainda não sabem como essas condições poderiam transformar a bactéria para que ela se tornasse tão mortal.
Não é a primeira vez que ocorre uma morte em massa de antílopes saiga. “Estas populações são altamente vulneráveis a introdução de novas doenças e as tensões que as acompanham, além de fatores que podem causar essas enfermidades”, disse a veterinária Amanda Fine, da Wildflife Conservation Society, ao Washington Post.

Geralmente, a população de antílopes saiga consegue se recuperar de mortes em massa, mas “os altos níveis de caça ilegal desde a década de 1990 dizimou populações da espécie, sustentando a possibilidade de que um evento de mortalidade em massa pode reduzir a um número abaixo do que é possível para uma recuperação”, escrevem os autores.

Os autores do estudo, na verdade, querer que os cientistas estejam preparados: “A escala e a natureza deste evento também aponta para a necessidade de pesquisas científicas e veterinárias para monitorar a vida selvagem, além da necessidade de haver um preparo para respostas rápidas e rigorosas para quando ocorrer surtos de doenças.”

[Science Advances]

Foto do topo por Yakov Fedorov/Wikimedia Commons

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