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Múmia de 800 anos amarrada em posição fetal é encontrada no Peru

Prática fúnebre remonta a povos pré-incas que viviam nas regiões montanhosas do país

Reprodução/Universidade Nacional de San Marcos

Na última sexta-feira (26), pesquisadores da Universidade Nacional de San Marcos estavam trabalhando no sítio arqueológico de Cajamarquilla, próximo de Lima, no Peru, quando se depararam com uma figura curiosa: estava ali, enterrado sob a terra, um corpo mumificado inteiramente amarrado por cordas. 

Os restos mortais não estavam sozinhos. Havia também peças de cerâmica, ferramentas de pedra, vegetais, entre outros objetos que provavelmente serviram de oferenda. Os pesquisadores explicam que a posição da múmia, com o corpo entrelaçado dentro de um pano e com as mãos sobre o rosto, apontam para um ritual fúnebre comumente aplicado por povos que viviam nas regiões montanhosas. 

Sexo não confirmado

O sexo biológico da múmia não foi confirmado, mas os arqueólogos acreditam que se trate de um homem entre 25 e 30 anos que morreu há cerca de 800 anos. As características do túmulo e sua localização levam a crer que a pessoa enterrada ali tinha certo grau de importância, podendo ser um comerciante, por exemplo.

Cajamarquilla era um centro comercial notável, e parece ter servido como um ponto de encontro entre aqueles que viviam nas montanhas e os habitantes litorâneos durante o final do período pré-hispânico. As amarrações feitas na múmia reforçam essa ideia, pois apontam para uma tradição andina sendo praticada mais perto da costa.

Os pesquisadores pretendem estudar os restos mortais com o objetivo de aprender mais sobre os povos indígenas que viviam na região antes do surgimento do Império Inca, 500 anos atrás. A partir das análises, será possível adquirir conhecimento sobre as práticas culturais destes grupos, suas interações com outros povos de regiões adjacentes e até mesmo detalhes sobre a situação hierárquica da época. 

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