Estudo identifica a provável mutação genética responsável pelos cães de cara amassada

Também conhecidos como cães braquicefálicos, esses bichinhos têm dificuldade respiratória, além de outros problemas, por causa de sua formação craniana

Os cientistas sabem, há muito tempo, que cachorros de rostos planos, como pugs e buldogues, são o resultado de reprodução seletiva descontrolada. Mas ele ainda precisavam descobrir a mutação genética exata que era responsável pelos traços físicos desses cães. Um novo estudo avançou bastante em direção à resposta, e isso pode ter implicações para a saúde desses cães.

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O formato do crânio tende a ser bastante consistente em variadas espécies de mamíferos. A seleção natural fez seu trabalho para assegurar que uma espécie se adapte às suas necessidades ambientais, respiratórias e de nutricionais, e o formato do crânio é um subproduto dessas exigências. Mas a reprodução seletiva de cães lançou à seleção natural umas bolas curvas em termos de cães. Enquanto o formato de um crânio de urso é relativamente o mesmo, existe uma enorme variedade de crânios de cães. Cachorros de cara amassada, também conhecidos como cães braquicefálicos, podem ser fofos, mas seu rosto largo e seus olhos esbugalhados não lhes fazem nenhum favor. Dificuldade respiratória é comum, e eles tendem a ter mais lesões oculares do que outros cães.

Estudos anteriores sobre o formato craniano dos cães não mergulharam profundamente nas causas genéticas de por que algumas raças são diferentes de outras. Agora, um novo estudo publicado na Current Biology busca consertar isso. Para determinar o que causa a braquicefalia canina, pesquisadores usaram um processo de raio-x chamado tomografia computadorizada para analisar 374 cães que foram levados a serviços veterinários. Entre os objetos do estudo estava 84 raças reconhecidas no Kennel Club e 83 cães de raça misturada. Então, os pesquisadores reconstruíram modelos detalhados em 3D de cada crânio que havia sido escaneado. A análise dos dados mostrou que o formato craniano (obviamente) se correlacionava com as raças individuais, e raça com o rosto mais amassado era o pug. Os smooth collies, descobriram os pesquisadores, tinham os focinhos mais alongados.

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Um smooth collie (Imagem: Wikimedia)

Observando as variações genéticas entre as raças, os pesquisadores conseguiram focar uma seção de DNA (QTL) que parece estar associada com a braquicefalia. Então, eles ressequenciaram 28 cães braquicefálicos e compararam os resultados com outros 319 genomas canídeos. Diversas variantes em cães de cara amassada foram descobertas, a mais significativa delas sendo um elemento longo e intercalado (LINE-1) dentro do que é conhecido como o gene SMOC2. Essa mutação suprime SMOC2 que, descobriram, tem um papel no desenvolvimento craniano de peixes e ratos.

Outros fatores genético certamente estão em jogo. Os pesquisadores concluíram que a supressão de SMOC2 explicava até 38% da variação nos objetos de estudo, e mais recursos são necessária para que eles continuem seus estudos.

Essa pesquisa não apenas acrescenta ao nosso conhecimento de biologia evolutiva, mas também pode ajudar no desenvolvimento de remédios humanos e veterinários. Embora eu tenha certeza de que as pessoas possam sentir falta do visual distinto desse cães, diferentes raças tendem a ter diferentes temperamentos. Se pudéssemos isolar o que está causando os problemas de saúde nesses carinhas, talvez possamos consertar isso a nível genético e ainda preservar o que lhes dá suas personalidades características.

[Current Biology via The Verge]

Imagem do topo: Getty

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