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MWC 2020 é cancelado por medo de coronavírus

Após vários cancelamentos de participação de empresas, a GSMA, que organiza o evento, resolveu não realizar a edição de 2020 do MWC.

Painel da Mobile World Congress 2019

Painel da Mobile World Congress 2019. Crédito: Imagem: Kārlis Dambrāns at Flickr.com/janitors

A GSMA, organização que representa operadoras móveis, informou nesta quarta-feira (12) que cancelou a edição de 2020 do MWC (Mobile World Congress), o maior evento de tecnologias móveis do mundo, realizado anualmente em Barcelona (Espanha). O motivo? Medo do coronavírus.

A informação foi dada em primeira mão pela Bloomberg, que recebeu um comunicado de John Hoffman, CEO da GSMA, dizendo que a doença tornou “impossível” que o evento acontecesse. O congresso, que reúne as principais operadoras e fabricantes de smartphones do mundo, estava marcado para acontecer entre 24 e 27 de fevereiro.

Diz o comunicado de Hoffman:

Com devido respeito ao ambiente seguro e saudável de Barcelona e do país anfitrião, a GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020, por causa da preocupação global com o surto de coronavírus, a preocupação com viagens e outras circunstâncias, impossibilitam a realização do evento.
[…]
A GSMA e a cidade anfitriã continuará a trabalhar juntas e apoiando o MWC Barcelona 2021 e em edições futuras.

O evento em si pode não parecer importante para quem não é do ramo, mas é no congresso de Barcelona que várias empresas lançam seus smartphones e onde tem várias discussões sobre o futuro da indústria. Ainda que jornalisticamente os destaques costumam ser os produtos, o MWC é uma oportunidade para reunir toda a cadeia do mundo móvel, que vai das fabricantes de smartphones, passando por quem faz acessórios e chips, além de operadoras e fornecedoras de equipamentos de telecomunicações.

Nas duas últimas semanas, várias empresas foram ou cancelando eventos de imprensa grandes ou reduzindo a participação na feira devido à preocupação com contaminação com o vírus, que tem se espalhado por diversas partes do mundo.

A primeira empresa a se manifestar foi a LG. Na sequência cancelaram, quase como um efeito cascata, Ericsson, Nvidia, Sony, Amazon, MediaTek, Intel e Vivo.

Apesar de ter havido apenas dois casos de coronavírus na Espanha — ambos em ilhas pertencentes ao país, a centenas de quilômetros de distância da parte continental do território —, a não realização do evento deve causar grande impacto na região. O MWC previa atrair 100 mil pessoas de 200 países em quatro dias. Segundo o jornal El País, o evento gera 14 mil empregos temporários e movimenta cerca de meio bilhão de euros na cidade.

Até o momento, a doença causada pelo novo coronavírus, chamada COVID-19, já matou mais de 1.000 pessoas em todo mundo, passando o número de vítimas fatais do SARS (síndrome respiratória aguda grave). Embora a taxa de mortalidade seja menor que a da SARS, a nova doença se espalha muito rapidamente.

Dado que o evento de Barcelona reuniria milhares de pessoas de todas as partes do mundo, parece razoável a decisão da organizadora de não realizar a edição deste ano. No ano passado, por exemplo, o MWC reuniu quase 110 mil pessoas, de mais de 198 países ou territórios.

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