MWC quer que Barcelona decrete emergência de saúde para cancelar evento, diz revista [atualizada]

De acordo com a Wired UK, organizadora do MWC teme prejuízos. Muitas empresas já anunciaram que não vão participar por medo do coronavírus.
Edição do MWC de 2019. Foto: GSMA

A GSMA, empresa organizadora do MWC (Mobile World Congress), resolveu cancelar a edição deste ano. Abaixo, segue o texto na íntegra, falando dos planos da idealizadora do evento, antes da confirmação de que não haveria versão de 2020 em Barcelona.

A HMD Global, fabricante dos smartphones Nokia, é a mais recente empresa a anunciar que não estará em participará do Mobile World Congress 2020, se juntando a LG, Nvidia, Amazon, Sony, Intel, MediaTek e Vivo/BLU e muitas outras. De acordo com a Wired UK, a organizadora do MWC, quer cancelar o evento, mas está fazendo lobby para a prefeitura de Barcelona decretar estado de emergência por causa da doença causada pelo coronavírus antes disso.

Segundo fontes próximas à organizadora ouvidas pela Wired UK, a GSMA, que organiza o MWC, pode não receber o dinheiro do seguro caso não haja uma situação de emergência em Barcelona. Para não arcar com os prejuízos, portanto, a entidade estaria em negociação com autoridades para ver o que é possível fazer.

A associação e autoridades sanitárias da cidade tiveram uma reunião de emergência marcada para 13h (10h, no horário de Brasília) desta quarta-feira (12).

A GSMA diz estar monitorando a situação do COVID-19 e que está se reunindo regularmente com especialistas em saúde da Espanha e de todo o mundo para garantir a saúde e o bem-estar dos participantes do evento.

O jornal La Vanguardia relata que Ada Colau, prefeita de Barcelona, disse nesta quarta-feira (12) que a cidade está preparada para receber o evento.

A Espanha registrou apenas dois casos de COVID-19, e nenhum dos dois foi em Barcelona. Por isso, parece não haver motivos para declarar uma emergência considerando apenas a situação do país e da cidade.

Na verdade, nenhum dos dois casos registrados se deu na parte continental do país: um foi de um turista alemão que estava em La Gomera, nas Ilhas Canárias, e teve contato com uma pessoa infectada na Baviera antes disso; o outro foi de um britânico que mora com a família em Palma, na ilha de Maiorca, que contraiu a doença quando esteve nos Alpes.

Por outro lado, se não há uma emergência no momento em Barcelona, ela pode vir a acontecer justamente por causa da MWC, um evento que reúne pessoas de todo o mundo. O MWC previa atrair 100 mil pessoas de 200 países em quatro dias. Segundo o jornal El País, o evento gera 14 mil empregos temporários e movimenta cerca de meio bilhão de euros na a cidade.

O fato de nos dois casos a contaminação se deu fora da China pode ajudar a convencer as autoridades. De acordo com o último relatório da OMS, apenas 84 dos 395 casos registrados em outros países teve transmissão fora da China.

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