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NASA coletou amostras de Marte – e, agora, quer a sua opinião

A intrincada missão de retorno do solo marciano deve ser concluída apenas em 2033. Até lá, a NASA precisa planejar bastante - e quer sua ajuda para isso

Sons de Marte

Imagem: Nasa/Divulgação

A missão Perseverance, da NASA, fez história ao coletar amostras diretamente do solo marciano em setembro do ano passado.

Analisar esses fragmentos pode dar pistas inéditas sobre a formação de nosso vizinho de Sistema Solar, respondendo, por exemplo, se ele um dia já teve alguma forma de vida. Só tem um detalhe: esses pedaços do planeta vermelho só devem retornar à Terra em 2033.

Essa operação de retorno é considerada de extrema importância para a agência espacial. Não à toa, ela está sendo bastante planejada. O plano atual da NASA e ESA (a agência espacial europeia) envolve enviar missões especiais de resgate, que serão lançadas em 2027 e 2028.

Como destacou o site Space, mudanças envolvendo a missão de retorno foram anunciadas nas últimas semanas. Em março, a NASA decidiu que será mais negócio desenvolver uma segunda sonda para atuar no resgate, que irá carregar em seu interior um rover da ESA.

Enquanto isso, a primeira sonda despachada levará a bordo um MAV — “um foguete pequeno e leve para despachar rochas, sedimentos e amostras atmosféricas da superfície do Planeta Vermelho”, nas palavras da NASA.

O processo, então, ocorrerá da seguinte forma: o rover da ESA vai recolher as amostras que a Perseverance retirou da cratera Jezero, em Marte, e, depois, colocá-las dentro do MAV. Caberá ao MAV, então, despachar as amostras para a órbita de Marte. Lá, um outro veículo especialista vai finalmente capturar a carga e trazer de volta ao nosso planeta. Ufa.

Uma vez colocadas com segurança dentro desse contêiner, que precisa sobreviva o processo de reentrada na Terra, as amostras de solo marciano devem chegar por aqui em 2033.

Adicionar uma segunda sonda à missão deve atrasar em dois anos o início da missão de resgate — e também fazer com que as rochas marcianas retornem só em 2033, bem depois do prazo inicial, que era 2031. Os ganhos em segurança, porém, devem compensar a espera.

Tá, mas onde eu entro nessa?

Para esclarecer eventuais dúvidas, apresentar o projeto e ouvir entusiastas de exploração espacial do mundo todo, a agência espacial vai conduzir duas conferências públicas virtuais sobre o tal programa.

A primeira acontece nesta quarta-feira (4), às 16h no horário de Brasília. Já a outra ocorre na quinta-feira (5), dessa vez às 21h no fuso brasileiro. O link para ambos as reuniões é o mesmo: https://jpl.webex.com/meet/msr.

“As reuniões públicas incluirão atualizações sobre o status do processo da Lei Nacional de Política Ambiental para o programa, bem como seu propósito e objetivos científicos”, disse a NASA em um comunicado.

Outros tópicos do papo envolvem uma explicação sobre o porquê de “o campo de teste e treinamento de Utah [nos EUA] operado pela Força Aérea americana ser o local de pouso proposto para as amostras”. E também sobre “o que os planejadores estão fazendo para garantir o retorno seguro dos fragmentos – algo conhecido como proteção planetária inversa”.

Os comentários feitos pelo público também vão ser levados em quando a Nasa for elaborar um relatório sobre o impacto ambiental da missão de retorno das amostras. Esse documento é esperado para 2022, e também será alvo de pitacos de pessoas do mundo todo. Tem alguma ideia genial que pode salvar milhões de dólares para NASA, ESA e companhia? Sua hora de brilhar é agora.

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