NASA define objetivos científicos da Missão Artemis III, que levará humanos à Lua em 2024

A NASA divulgou quais serão as prioridades científicas do primeiro pouso lunar do programa Artemis, que deve levar uma mulher – a primeira na história a ir para a Lua – e um homem para o satélite natural da Terra em 2024. Mas antes de fincar suas botas em solo lunar, a tripulação está passando […]
Concepção artística dos astronautas na Missão Artemis III, programada para 2024. Imagem: NASA
Concepção artística dos astronautas na Missão Artemis III, programada para 2024. Imagens: NASA

A NASA divulgou quais serão as prioridades científicas do primeiro pouso lunar do programa Artemis, que deve levar uma mulher – a primeira na história a ir para a Lua – e um homem para o satélite natural da Terra em 2024. Mas antes de fincar suas botas em solo lunar, a tripulação está passando por um rigoroso treinamento envolvendo as ferramentas que serão usadas durante a exploração.

Para que isso aconteça, a agência espacial publicou um relatório de 188 páginas sobre o assunto, detalhando suas prioridades científicas para a missão Artemis III. Entre os muitos objetivos listados, a agência espacial quer garantir que os dois astronautas selecionados para a missão tenham o treinamento científico necessário, uma gama diversificada de ferramentas e recursos de amostragem, acesso sob demanda a especialistas aqui na Terra e a capacidade de armazenar com segurança uma variedade de materiais de amostra para a viagem de volta. Além disso, a NASA quer que a equipe colete mais que o dobro da quantidade normal de material da superfície lunar obtida durante as missões Apollo.

Assim como as tripulações da missão Apollo, os astronautas da Artemis deverão participar de cursos de geologia e ciências planetárias, que envolverão tempo em sala de aula e investigações de campo. O relatório pede que dados em tempo real e links de vídeo sejam fornecidos aos astronautas enquanto trabalham na Lua, conectando-os a especialistas em ciências na Terra. O atraso não será um problema, pois os sinais de rádio demoram cerca de 2,4 a 2,7 segundos para fazer uma viagem de ida e volta. Para efeito de comparação, uma transmissão do mesmo tipo entre a Terra e Marte levaria entre 10 a 40 minutos, dependendo da posição dos dois planetas.

O relatório cita instrumentos científicos mais leves e versáteis, capazes de coletar várias linhas de evidência (dispositivos de uso único não precisam ser aplicados). Os astronautas deverão coletar um conjunto diversificado de material de amostra e usar recipientes a vácuo leves e lacrados para a viagem de volta à Terra. A tripulação também deve estar equipada com recipientes criogênicos para armazenar gelo de água. No total, a NASA espera adquirir 83 kg de material lunar, que é um pouco mais dos 64 kg de amostras trazidas pelas missões Apollo.

Para facilitar esse trabalho, o relatório recomenda que ferramentas, equipamentos e recursos científicos sejam entregues ao local de pouso Artemis III próximo ao Pólo Sul Lunar antes da chegada dos astronautas. Isso poderia incluir um rover, que, segundo os autores, melhoraria muito a mobilidade da tripulação de desembarque e, por sua vez, ajudaria na coleta de uma variedade de amostras.

Concepção artística dos astronautas na Missão Artemis III, programada para 2024. Imagem: NASA

No novo relatório, a NASA define sete objetivos científicos para a Artemis III. Isso inclui uma melhor compreensão dos processos planetários e do “caráter e origem dos polares lunares voláteis”, como o gelo de água. A missão deve fornecer informações sobre a história do impacto da Lua e permitir observações do “universo e do ambiente espacial local a partir de uma área única”. A agência espacial também prevê descobrir um registro da história do Sol e do ambiente astronômico em geral. Os astronautas vão conduzir alguns experimentos no ambiente lunar, e a missão como um todo deve informar melhor os cientistas aqui na Terra sobre os riscos potenciais enfrentados pelos humanos no espaço.

Tudo isso terá que ser realizado em um intervalo de seis dias e meio, que é o tempo previsto de duração da missão Artemis III. O novo relatório nos dá uma boa ideia do que os astronautas estarão fazendo e agora dá aos planejadores de missão algo com que trabalhar enquanto avançam. Por exemplo, os engenheiros que trabalham no xEMU, o traje espacial lunar, agora têm uma noção melhor do que os astronautas precisarão para o aspecto científico da missão, que não estava totalmente claro antes do relatório.

A NASA espera ainda que os estudos “ajudem os cientistas a entender melhor os processos planetários fundamentais que operam em todo o Sistema Solar e além”. O trabalho realizado durante a missão Artemis III deve promover os planos da agência espacial de construir uma base na Lua e preparar o terreno para uma missão tripulada a Marte daqui alguns anos.

Imagem: NASA

Este é o logotipo da Missão Artemis I. Ainda não há um logo para as missões Artemis II e III.

E caso você esteja se perguntando sobre Artemis I e Artemis II: a primeira envolverá o lançamento inaugural do foguete SLS da NASA, previsto para o final de 2021, enquanto a segunda missão, programada para 2023, terá uma tripulação lançada em órbita terrestre (mas não para a Lua). Só então a Artemis III sairá da Terra com destino ao satélite natural no ano seguinte.

Tudo isso parece incrível e emocionante. No entanto, um lançamento para 2024 ainda não é dado como certo, uma vez que o governo dos Estados Unidos está em processo de troca de presidente. Joe Biden ainda não se pronunciou sobre seus planos para a NASA, e não está imediatamente claro se uma missão à Lua estará nas prioridades do novo governo.

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