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É oficial: NASA diz que o rover Opportunity morreu em Marte

A NASA declarou em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13) que o rover Opportunity parou de funcionar, marcando uma era de exploração de Marte e celebrando o sucesso da missão MER (Mars Exploration Rover). A última tentativa da equipe da missão MER de contato com o Opportunity foi feita na noite de terça-feira (12). […]

NASA/JPL-Caltech

A NASA declarou em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13) que o rover Opportunity parou de funcionar, marcando uma era de exploração de Marte e celebrando o sucesso da missão MER (Mars Exploration Rover).

A última tentativa da equipe da missão MER de contato com o Opportunity foi feita na noite de terça-feira (12).

Cientistas, comunicadores do ramo da ciência e fãs de astronomia têm postado no Twitter algumas das suas memórias favoritas do rover que passou quase 15 anos explorando Marte. O último sinal enviado pelo rover à NASA foi em 10 de junho de 2018 após uma tempestade de areia tomar conta do planeta, bloqueando os painéis solares do veículo.

Uma das últimas imagens enviadas pelo Opportunity tirada em 10 de junho de 2018

Pesquisadores da NASA resistiram por um tempo, fizeram centenas de tentativas de contato e tentaram ouvir ondas de rádio nas esperança de ter algum sinal do rover novamente. No entanto, não houve resposta.

O rover, junto com seu parceiro, Spirit, posou em Marte em 2004 como parte da missão MER. Eles excederam a expectativa de vida de 90 dias, explorando rochas e a atmosfera do planeta vermelho. Juntos, eles encontraram evidências de que Marte já foi um local úmido e que poderia ter tido os ingredientes para fazer a vida prosperar em sua superfície. Durante o tempo deles por lá, tiraram um monte de fotos do planeta vermelho que ajudaram a moldar a imagem do público sobre Marte. O rover Spirit ficou em atividade até o fim de 2010.

Sombra do rover Opportunity. Crédito: ASA/JPL-Caltech

Os rovers foram muito influentes na forma que eles permitiram aos cientistas realizarem medidas usando plataformas móveis. “Estes rovers realmente mudaram a forma de pensar em ciência feita em outro planeta”, disse Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da NASA, durante conferência de imprensa. “Agora quando pensamos em fazer ciência planetária, assumimos que queremos mobilidade.”

O Opportunity era um exemplo desta mobilidade ao viajar por 45 km na superfície marciana. A missão começou na cratera Eagle, e após estudar crateras na região, os cientistas decidiram levá-lo a uma viagem até a cratera Endeavour, que era muito maior. “Quando chegamos lá, a missão parece ter começado novamente”, disse Steve Squyres, principal pesquisador da missão MER da Universidade Cornell, durante a conferência.

Caminho percorrido pelo Opportunity. Crédito: Wikimedia user James919/Wikimedia Commons)

Nós temos uma tendência de nos apegarmos à espaçonave que enviamos, não só porque ligamos para os equipamentos em si, mas porque elas representam grandes equipes de indivíduos que estão trabalhando duro para impulsionar o conhecimento em lugares nunca antes visitados. Estas missões e as pessoas que trabalham para mantê-las contam com um importante legado de descoberta, e cada um representa um marco na exploração espacial. Então, é um pouco triste ver projetos como este acabarem.

E, olha, essa missão foi bem influente. “Há milhares de estudantes que, como eu, foram testemunha desses rovers, e que seguiram os passos da missão nesses 15 anos, e, por causa disso, foram buscar ciência e educação”, afirmou Abigail Fraeman, cientista da missão MER do Laboratório de Propulsão à Jato, da NASA, também durante evento para imprensa.

Lógico que isso não é o fim da exploração de Marte. A ciência marciana avançou bastante durante esses anos. As missões ExoMars e Mars 2020 adicionarão mais dois rovers ao planeta vermelho. O InSight pousou há pouco tempo na superfície de Marte e já implantou com sucesso seus instrumentos para medir o interior do planeta. O rover Curiosity, da NASA, sobreviveu à tempestade, e ainda há um monte de dados dos rovers da missão MER para serem analisados. E, como alguns cientistas com quem falei me confidenciaram, não há forma mais nobre do que morrer em uma das maiores tempestades marcianas já registradas após viver 14 anos a mais do que estava previsto.

Se você ainda não estiver preparado para dizer adeus, nós compilamos algumas mensagens de despedida de astrônomos que conheciam e amavam o Opportunity. Você também pode dar uma olhada aqui nas imagens da missão MER numa galeria aqui.

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