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NBA 2K16 mostra que é possível evoluir muito em apenas um ano

Thiago Simões analisa a edição deste ano da série de basquete da NBA.

por Thiago Simões

Quisera que meu último texto aqui no Gizmodo Brasil fosse uma das franquias que mais me divertiu nos últimos anos. Em NBA 2K15, foram mais de 400 horas jogadas. No NBA 2K16 já são 70h e provavelmente vou passar a marca anterior. Quando falamos de jogos esportivos, sempre lembramos que eles são lançados todo ano e que as empresas possuem uma grande dificuldade de evoluir na jogabilidade e motor gráfico. Em NBA 2K16, esta barreira foi quebrada.

Quem jogou o game anterior vai estranhar muito os menus e os comandos, que foram bastante alterados. Eu preferia os menus do NBA 2k15, mais bonitos, porém, os atuais são muito mais simples para os novos jogadores. Ficou muito mais fácil saber onde jogar uma partida contra um amigo em casa, achar as opções e os modos disponíveis no jogo.

Como já é de costume, a 2k traz seu carro chefe, o modo MyCarrier, desta vez com a chancela do grande Spike Lee, que também cuidará de toda a história que cercará seu jogador. O MyGM traz algumas novidades, como a Summer League, jogo dos novatos e a possibilidade de mover uma franquia de cidade. Pensou nos Sonics? Eu também! Mas não pense que será fácil, pois independentemente da região que você escolher, ela terá influência direta no desempenho do seu time, por isso será importante abusar do seu conhecimento administrativo.

E não para por aí, pois temos o novíssimo modo Pro AM, no qual você colocará seu jogador feito no modo MyPlayer contra jogadores do mundo inteiro, podendo criar seu próprio time e uma tremenda evolução no MyPark, que é muito próximo da ideia traçada no Pro AM.

No vídeo acima, você deve ter reparado no modo de customização, que pra mim é a cereja deste NBA 2K16 – principalmente se você gosta de jogar o MyTeam, que eu explicarei mais à frente. As modificações são infinitas, já que você pode utilizar o servidor para enviar os logos que você quiser. É possível estilizar suas camisetas, desde o estilo do corte, cores e até mesmo os símbolos e formatação de letras e números.

Também é possível deixar a arena da forma que você quiser, mudando até mesmo a cor das linhas de marcação e os sons para jogadas que acontecerão durante a partida. Quer colocar um palhaço dando risada quando seu adversário arremessar fora do aro? É possível, até mesmo colocar efeitos sonoros durante enterradas, dribles, cestas de três, dois pontos e lances livres. Eu criei o Brasil Bronx e abaixo mostro como ficou o uniforme:

Comandos, novas formas de passe, AI e o pick’n roll

Como disse mais acima, os comandos mudaram bastante. A forma de fazer substituições de jogadores, alteração de táticas e formações defensivas agora é feita pelo analógico direito. No início você sentirá um pouco de dificuldades para executar os comandos, mas depois se acostumará.

Da forma que eles estão agora, não é mais necessário tirar a mão da condução do seu atleta (mão esquerda do analógico esquerdo) para fazer as mudanças, já que elas eram feitas no NBA 2k15 com a mão esquerda.

Aliás, foram colocadas novas formas de passar a bola para o companheiro: passe picado e pelo alto, juntando-se ao tradicional passe rasante, a meia altura. Essas inserções têm impacto direto na ação de suas táticas e principalmente na movimentação da bola no jogo coletivo, o que deve dificultar o roubo dela por parte do adversário, se utilizada de forma correta.

Já que estamos falando de táticas, não podemos esquecer do pick’n roll, fundamental no esquema tático das equipes de basquete. Com a melhora significativa da inteligência artificial (AI), ficou mais fácil perceber as mudanças táticas durante o jogo e como isso afeta na inteligência dos jogadores dentro de quadra. Por isso, aqui vai uma dica. Quando você olhar nos atributos do jogador, não preste atenção apenas na qualidade dos arremessos e velocidade, mas também na Inteligência defensiva e ofensiva.

Física

Outro ponto de grande evolução frente ao último título foi a física dos jogadores, tanto com relação a movimentação dentro de quadra, quanto a interação com a bola. As movimentações não estão padronizadas, portanto, cada lance difere do outro, deixando um toque de realidade ao game. As disputas por rebotes estão mais reais e principalmente a interatividade da bola com o aro – praticamente não se repetem, diferentemente do que acontecia com o último título. Por exemplo, quando a bola pegava em uma parte do aro, você já sabia qual seria a movimentação da bola. Agora não, é totalmente independente.

Online

Desculpem pelo chavão, mas o multiplayer online sempre foi o calcanhar de Aquiles da 2K Sports. Sempre foi impossível jogar nos servidores da empresa, já que os atrasos de comandos eram assustadores.

Mas acredite se quiser, isso mudou. Ainda não chega perto do que encontramos nos servidores da EA, com a franquia FIFA, mas a melhora foi significativa. Os atrasos nos comandos estão baixíssimos e, se tratando de um jogo de sintonia fina, como o basquete, o mínimo atraso pode prejudicar seu rendimento dentro de quadra. Vamos esperar para que os servidores continuem funcionando da melhor forma possível ao longo dos meses.

MyTeam

Aqui eu gostaria de abrir um capítulo à parte no jogo, talvez por ser o modo de jogo que eu mais gosto. Além da customização dos times, foram adicionadas novas ferramentas de jogo, como tênis para os jogadores, que aumentam alguns atributos por uma série de partidas, e os “jogadores dinâmicos”, que poderão ter seus atributos modificados dependendo do desempenho deles ao longo da temporada.

Agora é possível jogar de forma livre para treinar com seus jogadores e temos a presença de um novo modo, chamado Gauntlet. Nele, você jogará uma partida 3 contra 3 com a possibilidade de ganhar cartas no fim da partida.

MyCareer

Se você gosta de uma boa história, prepare-se, porque Spike Lee conseguiu trazer toda a emoção necessária para deixar esse modo cada vez mais interessante. Se entender inglês, com certeza terá mais facilidade ainda, além de mergulhar de vez na história.

O modo começa com você atuando no colégio, passando pela universidade, até ser draftado e fazer uma temporada de rookie. Todas essas 3 passagens são resumidas, com menos jogos do que a realidade, mas tudo se normaliza em sua segunda temporada como profissional.

Detalhe para os atributos do seu atleta, que estão divididos em físico, pontuador de garrafão, pontador de longa distância, criatividade e rebotes. Infelizmente aqui aparece um grande problema. A customização do seu personagem, feita por meio da aquisição de boas atuações e o seu salário como jogador, é limitada. Seria muito mais interessante se você pudesse mexer em todos os atributos que estão dentro de cada uma das divisões existentes.

Como exemplo, cito a parte física, que possui estamina e velocidade, entre outros. Quando você atribui pontos a que questão física, todos os atributos dentro dela crescerão de forma automática. Seria muito mais realista se você pudesse determinar quantos pontos seriam dados, no caso, para estamina e velocidade, por exemplo.

Deixando isso de lado, uma outra inserção terá influência direta no seu desenvolvimento como jogador. Durante os dias de folga você terá 3 opções para ocupar o tempo: treinando, interagindo com jogadores ou diretores das equipes e participando de eventos com patrocinadores. Em todos eles você adquire pontos para serem utilizados em seus atributos. Caso à parte para a do treinamento, na qual se adquire boosts que serão utilizados em sua próxima partida.

Por mais que NBA 2K16 ainda apresente alguns bugs persistentes, que apareceram na última edição – como o sumiço da narração em certos quartos de partida e crashes durante alguns carregamentos na versão de PC – o jogo mais agrada do que entristece. No fim das contas, NBA 2K16 é um excelente título para quem gosta de basquete virtual.

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