_Netflix

Netflix cresceu demais para se importar com a neutralidade de rede

Reed Hastings explica o silêncio da plataforma diante da batalha pela manutenção da neutralidade de rede

Em outros momentos, o Netflix se posicionou de forma bem firme contra o fim da neutralidade de rede nos Estados Unidos. Agora, no entanto, a empresa é grande demais para ter de se preocupar com a questão que tem é motivo de tantos debates. E isso quem diz é o próprio CEO da companhia, Reed Hastings.

• Netflix planeja diferentes formatos de cenas em suas séries, de acordo com o seu dispositivo
• Internet das coisas pode esbarrar na neutralidade da rede, diz ex-chefe do FCC

Durante a Code Conference, evento de tecnologia do site Recode, nesta quarta-feira, Hastings enfim se pronunciou sobre o silêncio do Netflix em meio ao turbilhão de discussões causado pelo possível fim da neutralidade de rede nos Estados Unidos, proposto pela Comissão Federal de Comunicação (FCC) e que deve ter um desfecho no mês de agosto, após consulta popular em julho.

Basicamente, o Netflix ficou fora da conversa esse tempo todo porque essa não é mais a batalha prioritária do serviço de streaming, que hoje, sendo a empresa gigantesca que é, foca seus esforços em crescer globalmente. “Não é estritamente importante para nós, porque somos grandes o bastante para conseguirmos os acordos que queremos”. Hastings não citou exemplos disso, mas o Recode destaca que a empresa já tem trabalhado, por exemplo, com a operadora T-Mobile para exibir seus filmes e séries por streaming sem usar o plano de dados dos consumidores.

Particularmente, Hastings acredita que o fim da neutralidade de rede seja ruim para empresas menores e diz que o Netflix é contra a mudança, mas que “não é nossa batalha principal nesse momento”, já que eles não têm mais “uma vulnerabilidade especial a ela”, como tinham há dez anos.

“Tivemos que carregar esse peso quando estávamos crescendo e éramos pequenos. Agora, outras empresas precisam estar nessa frente”, explicou o CEO do serviço de streaming.

A Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos propôs, há cerca de duas semanas, a revisão do conceito de neutralidade de rede no país. Após votação, o órgão aceitou proposta de deixar de regular a banda larga como serviço essencial, definindo-a como serviço móvel privado e se retirando da responsabilidade de interferir e fiscalizar a distribuição de internet nos Estados Unidos.

A proposta final da FCC foi feita na semana passada, e o governo criou um canal para concentrar as opiniões dos usuários sobre a revogação das definições de neutralidade de rede nos Estados Unidos. A página ficará disponível até 17 de julho. Depois dessa primeira rodada de comentários, uma segunda será aberta para que o público responda, até 16 de agosto, às sugestões e opiniões publicadas durante a fase inicial de consulta popular. A decisão final deve acontecer no último trimestre deste ano.

[Recode, TheVerge]

Sair da versão mobile