Nigéria bane Twitter após presidente ter post removido e ameaça prender quem usar a rede

Na mensagem, Buhari ameaçava usar violência contra acusados de fazer parte de um movimento de secessão e atacar prédios públicos.
Imagem: Matt Rourke (AP)
Imagem: Matt Rourke (AP)

A Nigéria baniu o Twitter do país e está ameaçando prender e processar quem for pego usando a rede social.

As medidas foram adotadas após a empresa remover um tuíte do presidente Muhammadu Buhari por violar sua política contra comportamento abusivo e congelar a conta dele por 12 horas.

Na mensagem, Buhari ameaçava usar violência contra acusados de fazer parte de um movimento de secessão e atacar prédios da polícia e do governo na região sudeste do país. 

O tuíte dizia: “Muitos dos que estão se comportando mal hoje são jovens demais para conhecer a destruição e as perdas de vidas ocorridas durante a Guerra Civil da Nigéria. Aqueles entre nós que estivemos nos campos por 30 meses, que passamos pela guerra, vamos tratá-los na linguagem que eles entendem.”

O presidente fez referência à Guerra Civil da Nigéria, ocorrida entre 1967 e 1970. O conflito colocou de um lado separatistas da região de Biafra e, do outro, o governo da Nigéria. Buhari fazia parte do exército nigeriano e, posteriormente, chegou ao posto de major-general antes de se tornar presidente, ainda nos anos 80, após um golpe de estado.

A medida gerou reações no governo. Em um comunicado (ironicamente postado em uma thread no Twitter) do Ministério da Informação e Cultura da Nigéria, o governo federal comunicou a suspensão das atividades da empresa sob acusação de agir para desestabilizar o país.

A rede social foi bloqueada pelas maiores operadoras de telefonia e internet da Nigéria, mas ainda pode ser acessada usando VPN. Por isso, o governo passou a ameaçar com prisão e processo legal quem for identificado usando o Twitter.

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A medida gerou reações internacionais. Em um comunicado conjunto, EUA, União Europeia, Canadá e Irlanda condenaram a proibição da rede social. A Anistia Internacional considerou que o episódio é uma violação dos direitos da população nigeriana. [The Verge, Axios 1, 2]

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