No quartel general da IBM, Siri é persona non grata
Nesta semana, a CIO da IBM Jeanette Horan disse ao Technology Review, do MIT, que a Siri, a melhor amiga da Zooey Deschanel, foi banida das redes internas da empresa, dado o receio de que as consultas faladas possam ser armazenadas em algum lugar.
A bem da verdade, a preocupação da IBM não é infundada; a licença de uso do software do iPhone diz que as coisas que você diz, à Siri e ao Dictation, são gravadas e enviadas à Apple para que sejam convertidas em texto — junto com certas informações: nomes de pessoas da sua lista de contatos e outros dados não especificados, tudo para ajudar a Siri a fazer um trabalho melhor.
“Ao usar a Siri ou o Dictation, você concorda e consente que a Apple e suas subsidiárias e agentes transmitam, coletem, mantenham, processem e usem esta informação, incluindo a sua voz e Dados do Usuário, para abastecer e melhorar a Siri, Dictation e outros serviços.”
Para alguns, as informações que a Siri coleta são seguras, sem consequências. Para outros, algumas revelações — ainda que faladas apenas para o assistente virtual — poderiam constituir violações de acordos de confidencialidade da empresa ou de cláusulas similares. Não quer dizer que a Siri seja uma fofoqueira — se bem que… hey, daria um belo sistema espião, não? —, mas sim que não seria má ideia exercitar um pouco o cuidado, se as circunstâncias pedem isso.
A Wired explica que outras empresas têm cedido devido a pressão ou preocupações com privacidade, explicando que o Google ficou sob fogo cruzado devido à forma com que lida com os dados dos usuários. Mas o QG da IBM não baniu o Google. A diferença-chave, provavelmente, é o que o Google agora torna anônimos os resultados das buscas, enquanto a Siri pode ser usada para ditar mensagens de texto e emails — ou seja, se a Siri não fosse persona non grata, a Apple poderia ter acesso aos segredos mais bem guardados da IBM. [Wired. Imagem via Giddy/Flickr]