_Ciência

Nós ainda não sabemos o que causa os estalos nos dedos

O som de estalar juntas do dedos é familiar para todos, mas os cientistas estão quebrando a cabeça para entender o que causa este barulho.

O som de estalar as juntas do dedos é familiar para todos, mas os cientistas estão quebrando a cabeça para entender o que causa este barulho. Um novo estudo com imagens de ultrassom traz novas pistas, mas ainda não dá respostas definitivas.

O GIF acima foi criado a partir de um vídeo feito com ultrassom, capturado num estudo pioneiro liderado pelo professor Robert Boutin, da Universidade da Califórnia, em Davis. A equipe de Boutin fez imagens das mãos de 40 sujeitos enquanto eles empurravam as juntas dos dedos; no total, foram 400 vezes, sendo que 62 delas resultaram em estalos. O que foi observado é que o som é acompanhado por uma flash brilhante na base da articulação, uma região que os médicos chamam de articulação metacarpofalangeana (nomezinho difícil esse!)

Em um encontro da Sociedade Radiológica da América do Norte, ocorrido esta semana em Chicago, Boutin e sua equipe defenderam que estes “fogos de artifício” metacarpianos estão relacionados à formação de bolhas de gás — mas como estas bolhas estão conectadas aos estalos que ouvimos ainda não está claro.

Acredite ou não, cientistas estão tentando descobrir o que acontece quando as articulações estalam desde os anos 40. As duas principais hipóteses são: um, os estalos são causados pela formação de bolhas de gás devido à diminuição da pressão ao redor das juntas, e dois, estalar os dedos faz com que as bolhinhas de gás estourem. Com os anos, estudos científicos acumularam evidências que endossam ambas teorias — formação de bolhas e explosão de bolhas — e até hoje o debate continua.

Os últimos resultados trazidos pelas imagens parecem dar mais embasamento à teoria da formação de bolhas. “Estamos convencidos de que o som ouvido e o brilho forte no ultrassom estão relacionados a mudanças dinâmicas na pressão associadas a [formação de] uma bolha de gás na articulação”, diz Boutin em um comunicado à imprensa. Entretanto, se levarmos em conta a sequência e a duração do brilho e do som, não está claro que uma cause a outra. Vai ser necessário mais trabalho para avaliar a relação entre o som e a formação das bolhas, diz o cientista.

Enquanto isso, da próxima vez que você estalar seus dedos, tire um momento para apreciar o som e o fato de que muitas mentes brilhantes estão tentando entender o que raios você acabou de fazer.

[Ars Technica]

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