Com Mesh, Microsoft aposta que hologramas serão o futuro do trabalho

A tecnologia foi projetada para funcionar em vários de dispositivos, incluindo nos headsets Hololens, óculos de realidade virtual, e muito mais.
Imagem: Divulgação/Microsoft

Na última quarta-feira (3), durante a Ignite, conferência anual Microsoft, a gigante da tecnologia revelou um vislumbre ousado do futuro em sua colaboração ao avanço digital: o Mesh, uma nova experiência de realidade mista criada para moldar a forma com que as pessoas trabalham e se socializam online.

Desenvolvido pela plataforma de nuvem Azure da Microsoft e projetado para funcionar em uma variedade de dispositivos, incluindo nos headsets Hololens, óculos de realidade virtual tradicionais, telefones e muito mais, o Mesh é a visão da Microsoft de uma evolução nas ferramentas de trabalho online atuais que, para a maioria das pessoas, geralmente consistem em documentos compartilhados, emails, um aplicativo de mensagens (Teams, Slack, entre outros) e uma programação aparentemente ininterrupta de videoconferências.

Com esta nova experiência, a Microsoft espera criar um ambiente virtual capaz de compartilhar dados, modelos 3D, avatares e muito mais — basicamente, a empresa quer atualizar a vivência tradicional de trabalho remoto com o poder da realidade aumentada e virtual. No futuro, a Microsoft está planejando algo que chama de “holoportação”, que permitirá que os dispositivos Mesh criem avatares digitais fotorrealistas de seu corpo, que podem aparecer em espaços virtuais em qualquer lugar do mundo, supondo que você tenha sido convidado, é claro.

Tirando proveito de métodos como rastreamento ocular, monitoramento facial e muito outros, a companhia ainda irá adicionar um nível extra de imersão e realidade à colaboração virtual, com a holoportação até mesmo imitando suas expressões e contato visual. Enquanto isso, usando câmeras voltadas para o exterior e rastreamento de objetos, o Mesh permitirá que as pessoas compartilhem e interajam com objetos virtuais em vários ambientes de realidade mista de uma forma mais natural.

A Microsoft diz que o objetivo final é que o Mesh:

“Também permita que equipes distribuídas geograficamente tenham reuniões mais colaborativas, conduzam sessões de design virtual, ajudem outras pessoas, consigam aprender juntos e hospedem encontros sociais virtuais. Os usuários serão inicialmente capazes de se expressar como avatares nessas experiências virtuais compartilhadas e, com o tempo, usar a holoportação para se projetar como seu eu mais realista e fotorrealista.”

Durante sua apresentação, a Microsoft demonstrou a capacidade do Mesh de projetar um modelo 3D de um carro no espaço real, permitindo aos engenheiros visualizar uma renderização em realidade aumentada (de tamanho real) em um espaço virtual compartilhado. Embora a Microsoft não tenha anunciado nenhum cronograma concreto para a integração do Mesh com o Microsoft Teams ou seu pacote de produtividade Dynamic 365, ela já está planejando adicionar suporte para aplicativos habilitados para Mesh em versões futuras de seu software de colaboração empresarial.

Contudo, o trabalho remoto não é o único aplicativo que a Microsoft tem em mente para o Mesh. No mesmo evento de divulgação de sua novidade, a empresa exibiu sua parceria com a Niantic e a OceanX, ao apresentar demonstrações de como jogos e experiências educacionais podem aparecer no Mesh, com direito a Pokémons fofinhos vagando por ai, conforme você confere no vídeo abaixo:

Para Alex Kipman, cientista da computação da Microsoft e um dos responsáveis por trás do Mesh, que até ajudou a demonstrar na apresentação de hoje, “o poder potencial e a adaptabilidade desta nova tecnologia sempre foram alguns de seus aspectos mais tentadores”.

“Este tem sido o sonho de realidade mista, a ideia desde o início. Você realmente pode se sentir como se estivesse no mesmo lugar com alguém compartilhando conteúdo ou você pode se teletransportar de diferentes dispositivos de realidade mista e estar presente com as pessoas, mesmo quando vocês não estão fisicamente juntos”, disse Kipman.

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Dito isso, muito do potencial do Mesh está em como a Microsoft pode pegar esses conceitos e transformá-los em realidade, mesmo que as convincentes demonstrações mostradas hoje, provavelmente levarão algum tempo até que se tornem uma parte central de nossas vidas diárias. Atualmente, a tecnologia está disponível em forma de visualização nos caros headsets Hololens da Microsoft, que permitirão aos usuários colaborar remotamente, bem como na nova versão do AltspaceVR, com suporte para hospedar reuniões e encontros virtuais.

Mesmo com uma estrutura flexível para o que está por vir, o Mesh da Microsoft é certamente um sonho ousado para melhorar nossos recursos de trabalho remoto. Várias empresas, incluindo Facebook, Apple e outras, estão pensando em linhas semelhantes, então parece que o impulso para criar grandes e ricos espaços virtuais compartilhados pode acabar sendo uma das próximas grandes corridas tecnológicas.

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