Tecnologia

Novo cabo submarino do Google vai unir 3 continentes até 2026

Projeto Humboldt é uma das iniciativas do Google para desenvolver a infraestrutura digital da América Latina
Imagem: Compare Fibre/Unsplash

O Google vai instalar um novo cabo submarino chamado Humboldt, como parte de um acordo com o governo do Chile. No documento assinado na última quinta-feira (11), o gigante das buscas prometeu conectar a América do Sul aos continentes da Oceania e Ásia, até o final de 2026.

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No acordo de US$ 55 milhões (cerca de R$ 266 milhões em conversão direta), o governo chileno espera que o Google ligue as cidades de Valparaíso, no litoral do Chile, a Sydney, na Austrália. O cabo Humboldt ainda deve passar pela Polinésia Francesa, localizada no meio do Oceano Pacífico.

Com 14.800 quilômetros de extensão, o cabo terá capacidade de transmissão de 144 terabytes por segundo e 25 anos de vida útil. As informações foram obtidas por O Globo.

Cabo Humboldt

Cabo Humboldt vai ligar Chile à região da Ásia-Pacífico (Imagem: Google/Divulgação)

Em uma coletiva de imprensa, o presidente chileno, Gabriel Boric, comentou que graças à nova tecnologia, os dados da Oceania e da Ásia poderão ser transmitidos com mais velocidade, menor latência e maior autonomia.

Com isso, Boric espera consolidar o Chile como “centro da atividade digital da América do Sul”, ampliando no país as oportunidades para novas indústrias de alta tecnologia no país, além de mais postos e melhores condições de trabalho.

O cabo Humboldt deve garantir vantagens não só ao Chile, como também a outros países da América do Sul. Vale mencionar que, em 2021, o Brasil demonstrou interesse em participar do projeto Humboldt, durante a gestão do então ministro das Comunicações Fabio Faria.

Google quer melhorar serviços na América do Sul

Em uma publicação no blog oficial do Google Cloud, o vice-presidente de infraestrutura global de rede, Brian Quigley, afirmou que o investimento no projeto Humboldt é “reflexo do nosso compromisso de longa data com o Chile”.

Quigley ainda disse que o projeto faz parte de “uma série de investimentos em infraestrutura digital existentes no país e em toda a América Latina”. Por fim, o executivo comentou o seguinte:

“Ao acelerar a robusta estratégia de transformação digital do Chile, o Humboldt se juntará a outros projetos de infraestrutura, incluindo o data center do Google em Quilicura. A ideia é fortalecer os serviços do Google e o alcance do Google Cloud em Santiago para apoiar clientes em toda a América Latina, aproveitando a conectividade terrestre pelos Andes entre o Chile e a Argentina, e o cabo submarino Curie que liga o Chile, o Panamá e a costa oeste dos Estados Unidos”.

Brian Quigley, vice-presidente de infraestrutura global de rede do Google Cloud.

Para que servem cabos submarinos?

Atualmente, existem 574 cabos submarinos ativos no mundo, segundo informações do Telegeography. Esses cabos têm a espessura de um fio de cabelo e utilizam tecnologia de fibra ótica para transmitir dados em alta velocidade por grandes distâncias.

Apesar de parecer uma operação complexa (afinal, os cabos são realmente instalados no fundo dos oceanos), é mais barato e eficiente transportar dados por cabos submarinos do que por satélites, por exemplo.

Mapa de cabos submarinos da Telegeography

Mapa de cabos submarinos da Telegeography (Imagem: Telegeography/Reprodução)

Hoje, a maioria dos cabos da América do Sul são ligados à América do Norte e à Europa, porque são locais com mais volume de informação. As duas regiões concentram o maior número de servidores de Internet e, por isso, tendem a ser mais importantes.

Quando ficar pronto, o Humboldt será a primeira conexão física entre a Austrália e a América do Sul. O projeto era um desejo do governo do Chile desde 2016 e foi bem recebido tanto pelo governo australiano quanto pelo presidente da Polinésia Francesa.

Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

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