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O Airbnb não está interessado em hospedar nazistas

O último fim de semana foi com certeza um dos mais tensos deste ano e certamente um que entrará para os livros de história. Carregando tochas acesas e gritando, um grupo da extrema direita — que inclui supremacistas e nacionalistas brancos, neonazistas e membros do Ku Klux Klan — marchou em Charlottesville, na Virgínia, contra […]

O último fim de semana foi com certeza um dos mais tensos deste ano e certamente um que entrará para os livros de história. Carregando tochas acesas e gritando, um grupo da extrema direita — que inclui supremacistas e nacionalistas brancos, neonazistas e membros do Ku Klux Klan — marchou em Charlottesville, na Virgínia, contra negros, imigrantes, gays e judeus na última sexta (11). Eles entraram em confronto com um grupo de antirracistas no dia seguinte, o que resultou no atropelamento e morte de uma mulher e deixou pelo menos 19 feridos. E poderia ter sido ainda pior, caso o Airbnb não tivesse tomado algumas providências antes do evento.

O protesto foi bastante divulgado entre membros e sites da extrema direita. Sabendo da situação, uma semana antes da manifestação, o Airbnb começou a cancelar reservas e banir membros que ela acreditava que iriam para Charlottesville para fazer parte da marcha da extrema direita, tornando a hospedagem de quem pretendia participar um problema.

De acordo com captura de tela acima, estes usuários foram banidos por violarem os termos de serviço do Airbnb.

A manifestação prometia discursos do nacionalista branco e garoto propaganda da alt-right Richard Spencer, o fundamentalista Baked Alaska, Augustus Invictus e outros que pregariam o ódio em frente da estátua do general da Confederação.

E em um comunicado obtido pelo Gizmodo, um porta-voz da empresa confirma as intenções da empresa de hospedagem:

Em 2016 estabelecemos o Compromisso de Comunidade do Airbnb, que reflete nossa crença que para fazer o bem em nossa missão de pertencer, aqueles que são membros da comunidade da empresa aceitam pessoas independentemente de raça, religião, nacionalidade, etnia, desabilidade, sexo, gênero, identidade, orientação sexual ou idade. Pedimos aos nossos membros do Airbnb para assinar este termo de compromisso. Quando fazemos checagens ou quando membros nos informam, identificamos e determinamos o que seria antiético ao Compromisso de Comunidade do Airbnb, tomamos então a ação adequeada, o que inclui, neste caso, removê-los da nossa plataforma.

A empresa suspeita que muitas das reservas feitas na área tinham a intenção de promover festas para o site neo-nazista The Daily Stormer. Os funcionários da página foram bem públicos com suas  intenções de participar da manifestação. Apesar do fundador Andrew Anglin não estar agendado para discursar durante o protesto, o site oficial de Richard Spencer, o Altright.com, o tinha como convidado para perguntas e respostas.

Não ficou claro se os membros banidos puderam voltar ao Airbnb, mas de acordo com capturas de tela de um email enviado a um dos membros excluídos, o banimento é “irreversível e afetará qualquer conta duplicada no futuro”.

O Airbnb já revisou suas políticas anteriormente para combater comportamentos discriminatórios, com sucesso limitado, e adicionou um sistema de reclamações para vizinhos de convidados barulhentos ou rebeldes em maio do ano passado. Mas até onde sabemos, essa é a primeira vez que a plataforma de hospitalidade agiu de maneira preventiva contra hóspedes em vez de anfitriões, e essa parece ser uma questão incomum, muito específica e cheia de circunstâncias.

Entramos em contato com ambos os membros que foram banidos e atualizaremos a história com as respostas.

Imagem: Karla Coté/Flickr

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