_Cibersegurança

O cara que inventou as senhas de computador acha que elas são um pesadelo

Há meio século, Fernando Corbató mudou o mundo. Ele ajudou a implementar a primeira senha de computador, transformando não apenas como usamos a tecnologia como também nossa percepção sobre privacidade. Agora, na era da web, o antigo professor do MIT considera as senhas um verdadeiro pesadelo. E ele está certo. Corbató conversou recentemente com o […]

Há meio século, Fernando Corbató mudou o mundo. Ele ajudou a implementar a primeira senha de computador, transformando não apenas como usamos a tecnologia como também nossa percepção sobre privacidade. Agora, na era da web, o antigo professor do MIT considera as senhas um verdadeiro pesadelo. E ele está certo.

Corbató conversou recentemente com o Wall Street Journal e comentou que a segurança cibernética evoluiu muito pouco ao longo dos anos.

Nos tempos em que ele ensinava ciência da computação, todo mundo no MIT compartilhava o mesmo mainframe e um único arquivo de disco, então eles precisavam de uma forma para “evitar que pessoas fuçassem nos arquivos dos outros”, explicou Corbató. Contas protegidas por senha solucionaram o problema e também serviram como uma maneira de evitar que as pessoas usassem o computador por muito tempo (havia um limite de quatro horas).

De certa forma, devemos aplaudir o professor de 87 anos por ter encontrado uma solução tão durável para um problema complexo. Mas o próprio Corbató reconhece que essa é uma solução imperfeita.

“Infelizmente isso [as senhas] se tornou um pesadelo com a World Wide Web”, diz ele ao WSJ. “Preciso admitir, eu costumava usar uma folha… com três páginas digitadas. Provavelmente 150 senhas ao longo dos anos”. Ao menos ele não usa “123456” como muitos por aí.

Chegou a hora de encontrarmos uma nova solução. É possível invadir um sistema de controle apenas chutando a senha, e isso pode dar o poder de desativar completamente a eletricidade de uma cidade, por exemplo.

Precisamos deixar de lado essa ideia de 50 anos atrás: ela não funciona mais tão bem. O futuro pode estar nos softwares de reconhecimento facial. Será? [WSJ]

Foto via Computer History Museum

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