O interior da Terra está forçando a África a se dividir em duas

"Superpluma" está dividindo a África e causando terremotos e erupções vulcânicas; fenômeno pode provocar surgimento de novo oceano no futuro
Foto: A. Hofmann

Cientistas encontraram evidências de que uma superpluma nas profundezas da África pode ser a responsável pela lenta divisão do continente, há muito estudada. De acordo com análises geoquímicas, esse fenômeno já deixou impressões digitais por milhares de quilômetros.

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A superpluma, uma coluna de rocha quente entre o núcleo e o manto da Terra, parece estar sendo subindo com força suficiente para rachar a crosta. E assim, esculpindo vales na paisagem e causando terremotos e atividade vulcânica em todo o Sistema de Rift da África Oriental.

Esse sistema é a zona continental mais ativa da Terra, estendendo-se por mais de 3.200 quilômetros, do Mar Vermelho (norte) até Moçambique (sul). Mas qual é seu impacto na divisão do continente africano em dois? Segundo cientistas, gases no manto profundo do Rift podem estar provocando a ascensão do calor no interior da Terra.

Superpluma africana

Em um novo estudo, pesquisadores mediram as emissões de gases no campo geotérmico de Meengai, no Quênia. Eles encontraram uma assinatura química nos isótopos de néon correspondente aos gases no manto terrestre. Além disso, o mesmo ocorreu em rochas vulcânicas distantes, como no Mar Vermelho e em Malawi.

O padrão indica que a superpluma africana seja a única fonte sob todas essas regiões, surgindo de cerca de 2.900 quilômetros abaixo da superfície e espalhando-se sob a crosta. Então, a força da pressão é a causadora da ruptura. Ao contrário da pequena pluma no Havaí, a africana é forte e ampla. Por isso, sua ação enfraquece a litosfera, camada externa da Terra, já que ao aquecê-la, torna-a mais propensa a rachaduras.

Essa forte pressão que pode estar rompendo a placa africana pode levar à formação de um novo oceano e um novo continente com parte da África. No entanto, em um futuro muito distante, de milhões de anos. Mas, por enquanto, o processo já está formando lagos, ativando vulcões e aprofundando vales.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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