Ciência

O que é o teste de troponina, que previne ataque cardíaco

Exame de sangue também pode prevenir derrames, de acordo com novo estudo

Um novo estudo financiado pela BHF (British Heart Foundation), no Reino Unido, sugere que um simples exame de sangue pode evitar milhares de ataques cardíacos e derrames. Isso porque eles seriam capazes de verificar os níveis de troponina, prevendo o risco de eventos cardiovasculares com mais precisão.

Essa proteína é encontrada nas células do músculo cardíaco e vaza para o sangue quando há dano no coração. Os exames já estão disponíveis em hospitais no Reino Unido para diagnosticar ataques cardíacos, mas após as ocorrências.

Mas agora, as pesquisas indicam que testes baratos podem servir também para antecipar riscos futuros, como problemas circulatórios. Clínicas podem fazer os testes com exames de colesterol de rotina e recomendar tratamentos preventivos, como estatinas.

De acordo com autor do estudo, o professor de medicina cardiovascular Anoop Shah, “a troponina, mesmo na faixa normal, é um poderoso indicador de dano silencioso ao músculo cardíaco”.

“Como tal, o teste fornece uma camada extra de informação que podemos usar para aumentar nossa precisão ao prever o risco das pessoas”, continuou. “Queremos identificar o máximo possível de pessoas de alto risco, para que ninguém perca a oportunidade de obter tratamento preventivo.”

O que o estudo sobre troponina descobriu?

Os pesquisadores concluíram que pessoas com níveis mais altos de troponina no sangue tinham maior risco de ter um ataque cardíaco ou derrame em 10 anos. A modelagem sugere que os testes evitariam esses problemas para aproximadamente um em cada 500 pacientes de risco intermediário testados.

Para chegar a essa descoberta, a equipe analisou os dados de saúde de mais de 62 mil pessoas na Europa e nos EUA. Eles mediram os níveis de troponina de cada um, bem como fatores de risco como idade, pressão arterial, diabetes, tabagismo e colesterol. Também monitoraram os participantes por uma década.

As avaliações atuais de saúde cardiovascular preveem o risco de ataque cardíaco ou derrame com base nos fatores de risco. No entanto, adicionando os resultados da troponina, as previsões do algoritmo foram até quatro vezes mais precisas do que com apenas o colesterol. Com isso, a adição dos testes de troponina levou até 8% dos pacientes de risco intermediário para alto risco.

De acordo com a BHF, o grupo intermediário pode não ser considerado vulnerável o suficiente para justificar o tratamento preventivo. Contudo, os dados “sugerem que adicionar esse exame de sangue aos modelos atuais de previsão de risco pode ajudar os profissionais médicos a identificar mais pessoas com maior risco e fornecer aconselhamento e tratamento”, segundo eles.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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