O que são e para que servem os alto-falantes inteligentes?
“Apple e Google dominaram o ecossistema conhecido por mobile-first. Agora, Amazon e Google apresentam a próxima fronteira para um novo ecossistema, o voice-first”, disse Manjunath Bhat, analista da consultoria americana Gartner, no segundo semestre de 2018.
Por sua vez, o vice-presidente do Google da área de busca e assistente, Nicholas Fox, declarou em entrevista à revista norte-americana Fortune: “A voz permite todo o tipo de coisas. Há sempre uma mudança tectônica na tecnologia. E nós achamos que a voz é uma delas”.
“Sem tempo, irmão”. Alto-falantes inteligentes são uma realidade. Eles chegaram no Brasil, estão em franca expansão e a seguir você descobrirá tudo sobre eles.
O que são alto-falantes inteligentes?
Basicamente, um alto-falante inteligente é um equipamento assistente ligado à internet via Wi-Fi, com um hardware que permite escutar, interpretar e responder a um usuário. São três sustentáculos que compõem um desses gadgets: microfones, que são praticamente os ouvidos do aparelho; a caixa de áudio, que pode ser analogamente comparada à boca do alto-falante; e o acesso à internet, que, como um cérebro, processa todos os dados neurais e os transformam em ações.
Para entender seu conceito, basta pensar em conectividade: para que os alto-falantes inteligentes funcionem, todos os objetos precisam estar ligados. Nisso entra a internet das coisas, ou IoT (Internet of Things, em inglês).
Primeiros modelos dos alto-falantes Amazon Echo
A internet das coisas talvez seja o grande modelo de negócios que todos estavam esperando para o futuro. Com os benefícios da informação integrada, os produtos industriais e os objetos de uso diário poderão ter identidades digitais e serem equipados com sensores que detectam mudanças físicas à sua volta, de um jeito que seja viável transformar estática em novidade e dinamismo, misturando inteligência ao meio ambiente e estimulando a criação de produtos e novos serviços. Conectar objetos uns aos outros, em uma rede integrada para facilitar sua vida, de repente se torna uma realidade bastante palpável.
A partir desse momento, os sons passam a ser gravados e enviados aos servidores de cálculo. Essa fase é chamada de reconhecimento vocal. Em seguida, fazendo uso de algoritmos de análise de linguagem natural para estabelecer uma semântica, o servidor vai entender a mensagem e dar uma resposta.
Apesar deste processo, muita gente não sabia que muito do que é falado em alto-falantes inteligentes é ouvido por um humano para melhorar os algoritmos de identificação de voz e dos comandos, o que acabou levantando discussões sobre preocupações com a privacidade dos usuários. Isso fez com que várias empresas passassem a esclarecer aos consumidores o que ocorre com as gravações “recebidas” pelas suas assistentes.
Na Europa e principalmente nos Estados Unidos, é comum que os alto-falantes inteligentes estejam conectados a outros aparelhos domésticos, o que os tornam capazes de controlar a temperatura do ambiente, ligar a máquina de lavar ou regular a luz para que fique mais apropriada para ler um livro ou ver uma série.
Alto-falantes inteligentes: um mercado de bilhões
Demorou para a Apple mexer os pauzinhos e conseguir acompanhar a transformação digital causada pelos alto-falantes inteligentes. A grande ironia é que, entre as gigantes da tecnologia, ela foi a primeira a incorporar uma eficiente assistente de voz em seus produtos. Caso da Siri, lançada em 2011.
Mas fato é que seu alto-falante, o HomePod, registrou apenas 4% do mercado norte-americano no segundo semestre de 2018, segundo a empresa de pesquisas Strategy Analytics. A baixa adoção passa pelo preço – consideravelmente maior que o de seus concorrentes (US$ 349 versus média de US$ 99 da Amazon e do Google) – e pelo emparelhamento ser apenas com iPhones e outros produtos da Apple. Nenhum deles, entretanto, supera o principal empecilho: ter sido lançado somente em 2017. Era muito tarde, ainda mais em uma indústria que não perdoa atrasos.
Ainda segundo a pesquisa da Strategy Analytics, os diferentes modelos de alto-falante da Amazon representam 63% do mercado. Lançado em 2014 e equipado com a assistente de voz Alexa, o Echo revolucionou. Por comandos de voz, qualquer pessoa poderia reproduzir músicas de serviços de streaming ou conectá-lo a smartphones e tablets por Bluetooth. O que era simples tornou-se completo com o passar do tempo. Com a evolução da tecnologia de internet das coisas, ou IoT, tornou-se possível conectar produtos como câmeras, lâmpadas, TVs, aspiradores de pó, fechaduras, termostatos e até micro-ondas. E a Amazon dava um passo importante rumo ao futuro.
Google Mini de 3ª geração. Crédito Bence Boros/Unsplash
A verdade é que a Amazon lidera com folga, mas em apenas dois anos o Google já se mostrou páreo para a briga. A empresa colocou sua linha de alto-falantes inteligentes no mercado em 2016 e já detém 17% de participação do mercado norte-americano, de acordo com a pesquisa da consultoria Strategy Analytics.
A estratégia do Google se dá mais por inovações no Google Assistente do que no próprio Home em si, que, de mais interessante, passou a funcionar como intérprete capaz de traduzir 27 idiomas diferentes para ajudar na conversação online. A ideia é deixá-lo mais parrudo e capaz de se conectar com cada vez mais dispositivos. Em um ano, o número de produtos que trabalham com o sistema passou de 1,5 mil para 10 mil. Ainda é menos que a metade se comparada à assistente da Amazon, que pode ser usada em cerca de 28 mil aparelhos diferentes. Reduzir essa distância é decisivo.
Em âmbito global, outra pesquisa, essa feita pela Canalys, mostra que dos 19,7 milhões de aparelhos vendidos apenas no terceiro trimestre do ano passado – 137% a mais do que em 2017 –, 6,3 milhões (31,9%) foram fabricados pela Amazon e 5,9 milhões pelo Google (29,8%), apenas 400 mil unidades a mais. Mais ainda, de acordo com a consultoria Global Market Insights, o mercado de alto-falantes inteligentes movimentou US$ 4,5 bilhões em 2017 e para 2024, o valor deve chegar a US$ 30 bilhões.
Na pesquisa da Canalys, a movimentação do outro lado do planeta começa a ser ouvida de forma clara. No terceiro trimestre de 2017, Alibaba e Xiaomi corresponderam juntas por 0,2% das vendas de alto-falantes inteligentes. Um ano depois, Alibaba era responsável por 11,1% das vendas, motivadas pelo AliGenie, o principal dispositivo da região, enquanto a Xiaomi era responsável por uma fatia de 9,7% do mercado global – os dois mais as linhas Amazon (31,9%) e Google (29,8%) significam 82,5% do mercado mundial.
Aqui no Brasil, eles acabaram de desembarcar. Falemos sobre os principais deles:
Amazon Echo no Brasil
A Amazon oficializou sua linha Echo e a chegada da Alexa em português no começo do último mês de outubro. Isso significa que agora nós brasileiros podemos contar com toda a praticidade que esses alto-falantes inteligentes oferecem no Brasil. A empresa de Jeff Bezos, inteligentemente, está vendendo os dispositivos praticamente pelo mesmo preço que você pagaria se os comprasse nos Estados Unidos.
Além dos comandos básicos, do tipo “Alexa, toque uma playlist de rock’n roll”, a assistente também tem as chamadas “Habilidades” (skills), que levam as possibilidades de interação a um outro patamar. Desenvolvedores de serviços online já estão criando suas “Habilidades” compatíveis e o produto chega com centenas de comandos disponíveis — com muito mais à vista —, bastando que você os configure no aplicativo da Alexa, que você instala em seu smartphone.
Então você pode, por exemplo, pedir uma comida específica pelo iFood ou um carro pela Uber, contando com as “Habilidades” personalizadas, além de pedir para a Alexa te contar quais são as principais notícias do momento, mesmo que seja de um nicho específico.
Um conjunto de luzes inteligentes pode ser gerenciado pela assistente, que ajustará a quantidade de iluminação do ambiente do jeito que você bem entender e configurar. Você pode também conectar ventiladores, cafeteiras e muito mais aos plugues inteligentes, que controlará todos os aparelhos com seus comandos de voz – e você ainda pode acompanhar o consumo energético com esse tipo de produto.
A Alexa também pode controlar as câmeras inteligentes que você comprar para sua casa, sendo possível verificar se o bebê está mesmo dormindo no outro quarto, bem como descobrir quem está batendo à sua porta sem precisar se levantar.
Essas são apenas algumas das funcionalidades desse tipo de dispositivo. Vale dizer que são percepções básicas, do dia-a-dia. Os mais aficionados podem configurar a Alexa, tanto quanto suas casas, para que elas se tornem conexões cada vez mais profundas e interativas.
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Modelo Echo: poderoso e padrão
Crédito: Elaine Thompson/AP
A terceira geração do Echo, o padrão da família, foi aprimorada para apresentar vozes ainda mais nítidas com retorno dinâmico de graves e seu woofer de neodímio de 3 polegadas garante um áudio poderoso, contando ainda com a tecnologia Dolby. Para ir além, esse Echo traz áudio omnidirecional de 360° com grave forte, além de médios e agudos claros, portanto, se você o colocar no meio da sala, obterá som nos quatro cantos.
Ou seja, o Echo é muito bom de ouvir em uma sala barulhenta, mesmo que o ruído seja uma lista de reprodução dos melhores sucessos progressivos dos anos 70, vinda do próprio alto-falante em si.
Ele é ideal para quem valoriza um áudio de maior qualidade em comparação com o Echo Dot, mas não faz questão de ter um display, como é o caso do Echo Show. O dispositivo conta com Bluetooth para tocar músicas do celular e seu design traz revestimento em tecido.
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Ele oferece a gama completa de funções Alexa. É sempre o primeiro a receber uma atualização quando a Amazon adiciona novas habilidades e tem preços razoáveis. Não é o orador com melhor som, mas faz tudo bem e soa bem o suficiente para cozinhas, escritórios, quartos e outros lugares onde conveniência e tamanho são mais importantes do que extravagâncias de áudio.
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Modelo Echo Dot: prático e popular
O Echo Dot é o mais simples do trio e também o modelo mais vendido no mundo. Ele tem formato compacto para ser instalado em qualquer cômodo, mas é equipado com a mesma tecnologia de reconhecimento de voz de longo alcance do alto-falante maior.
Por ser menor, o Echo Dot não tem um áudio tão potente quanto o do Echo de terceira geração, embora já seja mais que suficiente para um quarto, cozinha ou cômodo médio. De qualquer forma, é possível utilizá-lo também para controlar outros alto-falantes com Bluetooth ou ligá-lo a uma entrada de 3,5 mm.
Amazon Echo Dot
Echo Show 5 - Smart Speaker com tela de 5,5" e Alexa - Cor PretaApesar de seu tamanho e preço menores, o Dot faz quase tudo o que o Echo original faz. O Dot toca música de serviços compatíveis, fornece resumos de notícias, fornece um boletim meteorológico e muito mais.
O Dot é projetado em torno da Alexa e tudo é tratado por comandos de voz. Conversar com o Dot é quase como conversar com um assistente de verdade. O Echo inclui dois alto-falantes embutidos e uma câmara de ressonância; o Dot possui um único alto-falante e não é adequado para preencher um espaço grande com graves de respeito.
A outra diferença notável, em termos de hardware, é que o Dot inclui uma tomada de áudio de 3,5 mm. Essa tomada conecta o Dot a um sistema de home theater, um alto-falante portátil ou qualquer outra coisa que possua uma entrada de áudio compatível.
A conectividade Bluetooth é a mesma para o Dot e outros dispositivos Echo, o que significa que você tem a opção de emparelhar o Dot a um alto-falante sem fio.
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Modelo Echo Show 5: voz e visão
Já o Echo Show é um alto-falante inteligente equipado com uma tela sensível ao toque. A ideia é que você, além de organizar seu dia a dia contando com a Alexa para isso (tendo em mãos todas as funções disponíveis na família Echo), também possa se divertir com tudo o que pode ser aproveitado em uma tela.
Amazon Echo Show
Echo (3ª geração) - Smart Speaker com Alexa - Cor PretaCom esse dispositivo você consegue fazer coisas além, incluindo conferir a letra de músicas enquanto as ouve, assistir a notícias importantes do dia e destaques de esportes, curtir séries e filmes e fazer chamadas de vídeo. O aparelho também é capaz de se conectar com outros Echo distribuídos pela casa, então se você tiver dois Echo Show, pode usá-los para conversar, em vídeo, com quem estiver em outro cômodo.
Quais são os preços da família Amazon Echo?
O Echo de terceira geração está custando R$ 699; o Echo Dot de terceira geração chegou custando só R$ 349; e o Echo Show 5 está no preço de R$ 599.
Google Home finalmente em português!
O Google Assistente está disponível em português, entretanto, o Google Home ainda não chegou ao Brasil. Os produtos que você encontra nos varejistas são importados e, muitas vezes, não tem garantia. Os dispositivos oficiais com Google Assistente que estão disponíveis em solo brasileiro são o JBL Link 10 e JBL Link 20 – que veremos mais à frente.
Crédito: Adam Clark Estes/Gizmodo
Em termos de funcionalidade, o Google Home é bem parecido com a família Echo da Amazon. Com um simples comando de voz, realiza tarefas como tocar música, controlar a iluminação, eletrodomésticos inteligentes, entradas em sua agenda, iniciar vídeos em sua televisão, notícias em tempo real e pedir comida e corridas em aplicativos. O grande diferencial é estar totalmente ligado ao ecossistema de inteligência artificial do Google e distinguir as vozes das diferentes pessoas em uma residência, de modo a personalizar o seu conteúdo e suas interações.
O primeiro comando de voz que deve ser realizado para se realizar um pedido ao assistente do Google é o comando “OK Google”. Este comando é a palavra chave de ativação e deve ser realizada antes de se iniciar uma conversação com o assistente de voz. Assim, você pode simplesmente dizer: “Ok Google, tocar música”, e em seguida o alto-falante inteligente irá começar a tocar a sua playlist favorita.
JBL Link 10 e JBL Link 20: os primeiros alto-falantes com Google Assistente do Brasil
Os dois modelos da JBL funcionam com conectividade Bluetooth e eles contam com uma autonomia de 5 horas (Link 10) e 10 horas (Link 20) — diferente de boa parte dos alto-falantes inteligentes, eles contam com uma bateria interna, enquanto todos os outros precisam ficar ligados na tomada. Eles são à prova d’água com classificação IPX7, o que significa que dá para mergulhar até 1,5 metro de profundidade por até 30 minutos.
JBL Link 20. Crédito: Google
Além disso, algumas TVs que já estão disponíveis no mercado brasileiro também passarão a receber comandos de voz do Google Assistente. A compatibilidade vai começar com modelos Android TV da TCL e da Sony. No caso de LG e Samsung, elas dizem que praticamente toda linha de produtos lançadas neste ano já terá compatibilidade. A questão aqui é que essas duas empresas contam com plataformas próprias, então tem todo um trabalho de adaptação.
Entram também na leva de aparelhos compatíveis as lâmpadas inteligentes da Philips Hue, o robô aspirador iRobot, câmeras IP D-Link e aparelhos de ar condicionado da Orvibo. Além de comandos, os usuários poderão também configurar rotinas. Durante a demonstração do Google, por exemplo, foi mostrado o “modo meditação”. Isso é um conjunto de ações que fez com que a luz da sala baixasse de tom e que a TV começasse a exibir um vídeo no YouTube relaxante. Você pode configurar, por exemplo, algum modo que apaga as luzes do seu quarto quando for dormir e ainda ativar o sistema de segurança.
Google Nest Mini finalmente chega ao Brasil
Um mês após o lançamento dos alto-falantes Echo, da Amazon, o Google trouxe ao Brasil o Google Nest Mini, o primeiro smart speaker da empresa disponibilizado no mercado local.
Google Nest Mini carvão. Crédito: Google
Como o Echo Mini, a opção do Google funciona ligado à tomada e conectado a uma rede Wi-Fi. Quem está por trás das ações solicitadas pelo usuário é o Google Assistente.
Ao todo, o Nest Mini tem três microfones, ganhou melhorias no som com um bass mais forte, pode ser instalado na parede graças a um suporte e conta com um sensor ultrassônico para detectar a proximidade de alguém, habilitando o controle de volume indicado por leds na lateral do aparelho.
O Google Assistente tem o potencial de oferecer uma experiência de uso mais completa, entretanto, já que pode entender o contexto das falas a partir de serviços do Google usados pelo usuário, como Gmail, Calendário entre outros.
O assistente permite controlar dispositivos conectados da casa, como lâmpadas e eletrodomésticos compatíveis com o Google Assistente, por exemplo, além de interagir com seus contatos para enviar mensagens e realizar chamadas. O recurso também pode marcar compromissos, definir alarmes, realizar buscas na internet, traduzir em tempo real e iniciar a reprodução de músicas por meio de comandos de voz. Mas o principal destaque é o reconhecimento de voz, que personaliza a interação com o usuário, de acordo com suas preferências e histórico.
Se você se importa com a privacidade ao usar o aparelho, o Nest Mini conta com um interruptor que desliga os microfones do aparelho e que os usuários podem checar e apagar o histórico de comandos de voz acessando myactivity.google.com.
O Nest Mini começa a ser vendido na terça-feira (12) nas cores giz e carvão, com preço sugerido de R$ 349
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Modelo original: Google Home
O Google Home possui reconhecimento de voz individual. Os microfones multidirecionais diferenciam usuários, possibilitando cadastramentos e interação personalizada no mesmo ambiente. Outra função especial do aparelho é o “Do Not Disturb”, que faz o desligamento total do sistema.
Esta é a primeira versão do Google Home. Crédito: Google
Outro recurso interessante é que o assistente oferece a opção “encontre seu smartphone”, caso esteja perdido pela casa. Se existe um motivo para optar pelo Google Home, é sua integração de automação residencial ao entretenimento.
Tal como o Amazon Echo, o assistente de voz possui integração com aplicativos de streaming de música e vídeos. Estes recursos são ativados de três maneiras: através da utilização do Chromecast; por meio de aplicativos de smart tvs compatíveis com Google Home App; e por automação de áudio e vídeo;
O Chromecast é um dispositivo de streaming que gerencia diversos aplicativos de conteúdo no mesmo sistema. Para conectá-lo ao Google Home, basta instalá-lo online na TV e utilizar o aplicativo do produto para integrá-lo ao assistente de voz. As smart tvs com aplicação instalada de fábrica, também possuem acionamento controlado pelo assistente de voz. Não menos importante, controlando pelo método de instalação comum, através de tecnologia de emissores infravermelho.
Complementam ainda este aparelho, o Google My Day, uma plataforma que agrega notícias, previsões meteorológicas e agenda. Outra funcionalidade recém-adicionada foram as ligações para contatos de agenda, por meio de Wi-Fi.
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Modelo Google Home Hub: o equivalente ao Amazon Echo Show
O principal atrativo do Google Home Hub é a sua tela touch, onde as respostas faladas do assistente são ilustradas. Assim, podemos ver passo a passo de receitas gastronômicas, indicações de rotas para chegar ao seu destino ou a previsão do tempo para a semana.
O Google atualizou as funções dos seus principais serviços para que eles possam interagir com o Home Hub, incorporando tanto controles de voz como informações que podem ser exibidas na tela.
A diferença em relação ao Amazon Echo Show é que o Google Home Hub não conta com uma câmera, ou seja, nada de videochamadas. O Google colocou muita ênfase em um recurso chamado Home View, que quer se transformar no principal painel de controle para a sua casa.
A ideia é que uma pessoa possa controlar toda a casa via Google Home Hub, assim como os diferentes dispositivos inteligentes que existem nela, indo de fechaduras a lâmpadas, passando por equipamentos multimídia, termostatos ou câmeras de segurança.
Por outro lado, também pode ser utilizado como reprodutor de música e vídeo por streaming, nas mais diferentes plataformas. Também é possível sincronizar o produto com outros alto-falantes, como o Google Home ou o Chromecast, para criar uma rede de áudio pela casa.
Quais são os preços da família Google Home?
Os modelos JBL Link 10 e JBL Link 20 têm preço sugerido de R$ 1.199 e R$ 1.499. O Google Nest Mini chega ao Brasil com preço sugerido de R$ 349.
Apple HomePod: ainda sem data de lançamento no Brasil, mas vale mencionar
A configuração inicial do HomePod tem aquele toque de mágica de qualquer dispositivo da Apple. Você entra com seu ID Apple para ativar todas as suas configurações e permitir a Siri acesse seus dados pessoais, como ler mensagens, e-mails e eventos do calendário – semelhante ao ecossistema do Google Assistente.
No final do processo, o HomePod emite um som que é utilizado para determinar a distância dele em relação a paredes e outros objetos que estejam próximos, garantindo, assim, que ele utilize o ambiente para reverberar seu áudio, criando uma experiência mais completa e enriquecedora.
Se você não é usuário de iPhone, o HomePod, infelizmente, não foi feito para você. Ele foi totalmente pensado para o ecossistema da Apple. É obrigatório que você tenha um iPhone ou iPad para configurá-lo. Caso contrário, sua configuração fica impossível visto que ele não pode ser configurado através de outros produtos, nem mesmo com a Apple TV e o Mac.
O HomePod vem equipado com um sistema que conta com 7 tweeters, um woofer de alto desempenho, 6 microfones que são utilizados para os comandos de voz e 1 microfone que é utilizado para corrigir sons graves. Se você é assinante do Apple Music, poderá aproveitar o HomePod ao máximo sem problemas. Mas se utiliza serviços como Spotify ou YouTube Music você não terá uma boa experiência, já que esses serviços não são suportados nativamente pelo sistema operacional.
O HomePod vem equipado com chip A8 – o mesmo presente no iPhone 6 e Apple TV HD – que cuida de todo processamento digital do som e os comandos executados pela Siri, que é acionada por 6 microfones, posicionados para captação 360 graus da voz do usuário. Esses microfones podem ouvir o usuário mesmo quando está distante ou com a música no volume máximo.
O painel sensível ao toque de LED é o único método direto de controle do HomePod. Com essa tela é possível ativar a Siri ao pressioná-la por alguns segundos, aumentar ou diminuir o volume, pausar, avançar e voltar para a música anterior.
Um ponto fraco sobre a conectividade é que ela é exclusiva para dispositivos com iOS e macOS, pois o Bluetooth é desativado pela Apple dentro do sistema. Isso impede a conexão com outros aparelhos, por exemplo.
É importante notar que essa dificuldade criada pela Apple reduz a utilização do HomePod até para usuários de iPhone: se, por exemplo, seu Wi-Fi não estiver ligado e a opção “Conectar com Dispositivos Próximos” esteja desligada, seu dispositivo iOS não poderá se conectar com o HomePod, já que a transmissão é feita via AirPlay.
Reforçando que o Apple HomePod ainda não está disponível no Brasil, mas é natural que esse movimento aconteça.
Vale a pena usar alto-falantes inteligentes aqui no Brasil?
A pergunta do milhão e uma resposta que é ao mesmo tempo simples, mas complexa: vale, com ressalvas. Um assistente pessoal é um dispositivo incrível e você poderá usufruir de maravilhas com um desses em sua casa.
Então se você tem a pretensão de comprar um desses alto-falantes inteligentes para explorar seus recursos básicos, pode ser uma boa. Porém, vale ressaltar que os alto-falantes começam a ganhar mais valor conforme você vai equipando sua casa com outros itens conectados. Talvez o alto-falante seja um primeiro passo para outros aparelhos, como lâmpada controlada por Wi-Fi, por exemplo.
Entretanto, as assistentes não são só para fins de entretenimento. Elas têm um uso mais abrangente –lembra do conceito de internet das coisas? Os recursos básicos são interessantes, mas a ideia é que eles realmente façam de tudo para você – e nisso, em solo brasileiro, ainda custa relativamente caro. Uma lâmpada conectada, por exemplo, é encontrada por R$ 100.
Ter uma casa automatizada e inteligente ainda não é democrático. Vai acontecer? Provavelmente, mas essa não é a realidade atual de um país como o Brasil. Nos Estados Unidos isso já funciona, mas não aqui. É um privilégio de poucos – nem tão poucos -, mas a tecnologia tem que ser para todos.
Vale a pena? Vale, mas não ainda para explorar todo seu potencial. Mas se colocarmos em perspectiva histórica, são os primeiros dias de assistentes de inteligência artificial. Uma coisa é certa: não é moda passageira. Tudo indica que veio para ficar mesmo.
O Giz Brasil pode ganhar comissão sobre as vendas. Os preços são obtidos automaticamente por meio de uma API e podem estar defasados em relação à Amazon.