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O sonho do teclado físico numa touchscreen está aqui (quer dizer, quase)

A Tactus sempre quis juntar as touchscreens com os teclados físicos. O Phorm, case de iPad mini com saliências nas teclas, é a primeira tentativa.

O interminável debate sobre teclados de smartphones: físico versus digital. Defensores da BlackBerry e outros aficionados por tecnologia old-school juram que um é melhor, enquanto literalmente todo mundo está usando o outro há um tempo. A Tactus Technology pensa que dá para ter os dois, sim senhor — no mesmo dispositivo, inclusive. Teclados físicos que magicamente sobem da tela são um sonho que a empresa tem há anos, e agora eles estão finalmente prontos para vender alguma coisa que vai nessa linha.

A idéia por trás da tecnologia da Tactus é simples. Usando micro-fluídos — um termo pomposo para um tipo específico de óleo –, a tela pode invocar pequenas saliências sobre a superfície de seu tablet ou smartphone, saliências essas que imitam a sensação tátil de botões físicos. Quando você termina de digitar, as teclas desaparecem e você é fica apenas uma touchscreen comum. Até agora, a tecnologia parecia definhar no purgatório dos protótipos, aparecendo ano após ano com um novo vídeo legal na CES e nada muito além disso.

Mas o primeiro passo comercial está aqui, e ele se chama Phorm. Antes que você fique muito animado, não é a experiência completa da Tactus. Em vez de ser embutida em um tablet ou algo assim, o Phorm é um case para o iPad mini. E, em vez de usar a energia da bateria para fazer as saliências subirem como mágica, ele funciona de um jeito mais simplório: um enorme interruptor na parte de trás, que levanta as teclas cheias de óleo por meios mecânicos. Sim, o interruptor bombeia óleo.

As saliências também não são exatamente teclas. Arqueadas e pequenas, elas aparecem acima das teclas para servirem de guias de dedo para a digitação e para ajudar a evitar que você aperte por engano os botões do teclado. Em teoria, é uma boa ideia, mas na prática a coisa não funciona tão bem assim. Colocar uma camada extra de vidro entre você e a tela do dispositivo torna a digitação um pouco mais difícil do que antes. Para funcionar direito, você tem que apertar de forma bastante intencional, com vontade.

Em segundo lugar, o interruptor na parte de trás não funciona muito bem e ele tira um pouco da mágica. Empurrar a alavanca — que literalmente bombeia o óleo para as teclas — dá mais trabalho do que deveria. O lado positivo? Não gasta bateria.

O último pequeno inconveniente é que as teclas levantadas deixam uma impressão na tela, mesmo quando não estão acionadas. Às vezes, você não vai notá-las, mas se sua tela reflete a luz, você não será capaz de ignorá-las .

Tudo isso dito, a tecnologia é algo completamente diferente quando você a vê integrada diretamente em um tablet. Um representante da Tactus me deixou brincar um pouco com um dos seus protótipos de tablet, que levanta as saliências automaticamente quando um teclado digital aparece na tela. E cara, é bem rápido. Esta é a promessa que Tactus sempre vendeu, mas o Phorm parece mais como um case de iPad mini caro com um truque elegante, mas cuja funcionalidade é bastante questionável. Bom, ele ainda está engatinhando.

O Phorm entra em pré-venda hoje, a partir de US$ 99 (preço especial) e começará a ser vendido no meio do ano. A Tactus também diz que está planejando um case para o iPhone 6 Plus, para que essa “revolução” não fique restrita aos tablets. Eu não recomendo comprar, mas é um importante primeiro passo para uma tecnologia legal que tem sido preparada há muito tempo. Quem sabe no futuro não tenhamos um smartphone que una essas duas tribos?

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