Observadores do céu: conheça os tipos de telescópios e qual comprar
Escolher o primeiro instrumento de observação é um momento emocionante para qualquer astrônomo amador. Com os telescópios, é possível não apenas acompanhar os principais eventos astronômicos, mas também explorar os astros do céu noturno — observando detalhes da Lua, planetas, cometas, estrelas, nebulosas e galáxias.
Assim como qualquer outro produto, não existe um “telescópio perfeito”. Porém, é possível escolher um bom instrumento com base em seus interesses de observação, estilo de vida e, principalmente, no orçamento disponível.
Confira os três tipos mais comuns de telescópios, os seus principais usos e preços para compra.
Lunetas
Também conhecidos como “telescópios refratores”, este tipo de instrumento é mais indicado para quem está iniciando na astronomia observacional. Aqui, o telescópio consiste em um tubo longo com duas lentes nas suas duas extremidades, sendo possível encontrá-los com aberturas entre 30 mm e 90 mm.
A Lua será o principal objeto de observação de uma luneta. Entretanto, se o observador estiver em um local escuro – longe das grandes cidades – é possível ver, por exemplo, as fases de Vênus, as quatro maiores luas de Júpiter ou mesmo a passagem de cometas – claro, sem muita ampliação.
As lunetas têm a vantagem de serem leves, fáceis de montar e também usar, sendo uma boa maneira prática de aprender como observar o céu com instrumentos – aprendizado este que será importante na hora de adquirir telescópios maiores. Além disso, as lunetas são mais baratas, custando entre R$ 700 e R$ 1.500.
Veja aqui um exemplo de luneta para compra!
Telescópios newtonianos
Como o nome já diz, esse modelo de telescópio foi inventado por Isaac Newton. Em vez de usar apenas lentes, este tipo de telescópio também utiliza espelhos, incluindo um com formato côncavo para coletar a luz e formar a imagem na ocular.
Como a ampliação é maior nesses instrumentos, o campo de visão do céu é um pouco mais estreito, dificultando um pouco a localização de objetos no céu – principalmente para quem ainda não está acostumado com a observação astronômica. Além disso, como a Terra gira, o céu também está em constante movimento, com o astro saindo da visão na ocular mais rapidamente em grandes ampliações.
Geralmente, os telescópios newtonianos vêm acompanhados de tripés com montagem do tipo equatorial. Com esses tripés, é possível alinhar o telescópio com o Polo Celeste, facilitando o trabalho de acompanhar o movimento dos astros no céu. Alguns modelos também permitem acoplar um motor, para que esse acompanhamento seja feito de forma automática.
Além do grande tamanho – dificultando um pouco o transporte e a montagem –, esse tipo de telescópio requer um trabalho de manutenção periódica, pois os espelhos desses instrumentos são sustentados por molas e parafusos. Com o tempo e a movimentação do telescópio, os espelhos podem sair um pouco do lugar, impactando na qualidade da imagem dos objetos celestes. Nesse caso, é necessário realizar um procedimento chamado de “colimação”, que utiliza um laser (comprado à parte) para realinhar os espelhos.
Por outro lado, o telescópio newtoniano entrega uma qualidade de imagem superior quando comparado com as lunetas. Dependendo da abertura do telescópio – geralmente a partir de 76 mm –, as oculares usadas e o local de observação, é possível ver com mais detalhes os objetos mais brilhantes do céu, como as crateras e mares da Lua, as calotas polares de Marte ou mesmo os anéis de Saturno. Além disso, é possível observar objetos do céu profundo, como nebulosas, aglomerados de estrelas e galáxias.
Quanto maior a abertura, melhor, com os preços iniciando a partir de R$ 2.000.
Veja aqui um exemplo de telescópio newtoniano!
Telescópio catadióptrico
Este telescópio lembra a aparência de uma luneta, porém, ele também utiliza lentes e espelhos, assim como acontece nos newtonianos. A diferença está na posição que esses componentes estão dispostos.
A vantagem dos telescópios catadióptricos é que eles têm uma qualidade de imagem comparável aos dos newtonianos, mas têm o benefício de serem mais compactos, sendo ideais para quem quer levar um instrumento pequeno para utilizar durante viagens.
Entretanto, ele também necessitará de tripés equatoriais para acompanhar os objetos no céu, bem como colimações periódicas para corrigir o alinhamento dos componentes ópticos.
Aqui, os modelos mais simples podem ser encontrados a partir de R$ 2.500. Porém, esse tipo de telescópio é mais difícil de ser encontrado no Brasil.