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Divisão móvel da Oi é vendida para Claro, TIM e Vivo por R$ 16,5 bilhões

Negócio ainda precisa passar por aprovação do Cade e Anatel. Clientes da Oi serão migrados para o trio de operadoras.

Oi Operadora. Imagem: Ricky Montalvo (Flickr)

Imagem: Ricky Montalvo (Flickr)

Depois de muito flertar com a possibilidade de ser vendida, o fato enfim aconteceu: nesta segunda-feira (14), a Oi Móvel foi vendida às três principais operadoras do Brasil. As companhias arremataram a divisão móvel da companhia em um leilão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A negociação foi de R$ 16,5 bilhões, mesmo valor ofertado em julho deste ano.

Segundo o InfoMoney, o leilão foi curto e grosso, durando apenas 30 minutos, e não teve concorrência. Os ativos da divisão de telefonia celular da Oi serão divididos entre Claro, TIM e Vivo assim que o acordo foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Isso deve demorar bastante para acontecer, possivelmente só no final de 2021, já que a venda também precisa passar por aprovação na Anatel.

Do montante desembolsado pelas operadoras, a TIM foi a que pagou mais, com R$ 7,3 bilhões. Na sequência vem a Vivo, com R$ 5,5 bilhões, e a Claro, que pagará R$ 3,7 bilhões. Com isso, a previsão é que, com a distribuição de clientes da Oi entre as três operadoras, a TIM veja um salto de 23% para 32% no mercado de telefonia móvel, a Vivo de 33% para 37%, e a Claro de 26% para 29%, segundo dados da consultoria internacional Omdia.

Além disso, o trio de operadoras vai pagar R$ 819 milhões pelo uso de capacidade da Oi no que diz respeito ao Contrato de Capacidade de transmissão de dados na modalidade take-or-pay. O valor será dividido entre R$ 476 milhões (58%) para a TIM, R$ 179 milhões (22%) para a Vivo e os R$ 163,8 milhões restantes (20%) para a Claro.

Hoje, a Oi conta com 36,5 milhões de linhas de celulares. A previsão é que a TIM ganhe 14,5 milhões de novos clientes, o que representa 40% da base total de assinantes da Oi. No pacote, a operadora também ficará com 7,2 mil sites de acesso, como antenas e equipamentos, que até então pertencem à Oi. Já a Claro ficará com 32% da base total, o que representa 11,7 milhões de linhas, além de 4,7 mil sites de acesso. A Vivo, por sua vez, deve ver sua base de clientes aumentar em 10 milhões (29% dos acessos atuais na Oi), com 2,7 mil novos sites.

Desde 2016, a Oi está em recuperação judicial. Na época, a dívida da empresa chegou a R$ 64 bilhões. Mais da metade do valor foi renegociado em um processo de recuperação judicial que se estende até hoje, só que ainda assim a dívida líquida atingiu R$ 21,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

E com todos esses números e valores, o que muda na Oi a partir de agora? Basicamente, não muita coisa, pelo menos até o segundo semestre de 2021, quando as operadoras devem tornar mais evidente o processo de transição dos clientes. Até lá, tudo deve continuar do jeito que está, principalmente para quem é cliente da Oi. Mas já é importante frisar que a marca como se conhece hoje, como um serviço de telefonia móvel, deixará de existir pouco depois que a operação for aprovada pelo Cade e Anatel. De novo: isso só deve acontecer no final do ano que vem, então tem muito chão pela frente.

Claro que, com o fim de uma operadora no mercado, a concorrência será menor e os consumidores terão uma opção a menos para escolher. No entanto, esse já era um movimento esperado, ainda mais se levar em consideração o montante de dívidas acumuladas pela divisão móvel da Oi.

[InfoMoney, Tecnoblog]

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